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Tabus, Tretas e Troças

Racismo, Humanismo e Inteligência Artificial no esporte

Em pesquisa sobre o tema, aplicativo aponta formas de combater o racismo nos estádios de futebol e os obstáculos a serem superados

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Silvio Tudela

29/05/2023 às 8:23 - há XX semanas
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					Racismo, Humanismo e Inteligência Artificial no esporte
Foto: Reprodução / Redes sociais

Na semana que passou, nada conseguiu movimentar mais o ambiente esportivo que o inadmissível e repugnante caso de racismo sofrido pelo brasileiro Vinícius Júnior em Valência, durante uma partida do Campeonato Espanhol. Dos gritos furiosos de uma torcida inteira (e que, infelizmente e provavelmente, não terão punição à altura) ao injusto cartão vermelho dado ao atleta pela equivocada e suspeita arbitragem, foi tudo um horror.

Sucederam-se então fatos até certo ponto previsíveis, como a condenação midiática à perseguição do jogador, que já contabiliza mais de dez casos semelhantes; a omissão de responsabilidades dos organizadores do torneio seguido de pedido de desculpas de La Liga; gestos de solidariedade da Federação Espanhola, da UEFA e da FIFA; assim como a condenação sumária do ocorrido pela CBF e Conmebol. Atletas, artistas, políticos e autoridades surfaram na onda e emitiram indignadas e sinceras notas de repúdio ao fato e solidarizaram-se com Vini Jr nas redes sociais. Em busca de holofotes e determinado a lacrar, também houve quem tratasse a situação vivida pelo jogador com profundo escárnio e ironias em nosso Congresso Nacional. Em resumo, as imagens das lágrimas de Vini Jr escorrendo pelo seu rosto em campo enquanto era sumariamente agredido pela violência da arquibancada rodaram o mundo e foram debatidas até mesmo na tribuna da Organização das Nações Unidas. As luzes do Cristo Redentor foram apagadas por uma hora em sinal de repúdio ao racismo e o time do Real Madrid entrou em campo com todos os jogadores usando a numeração de Vini Jr.

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Com meia dúzia de gatos pingados detidos para investigações até o momento, é preciso que os torcedores espanhóis sejam efetivamente punidos por gestos tão nojentos e vergonhosos. Mais que isso, é necessário que ações severas sejam tomadas, como a perda de pontos do clube da torcida agressora, a prisão de envolvidos e sua expulsão permanente dos jogos de futebol, a quebra de contratos de patrocinadores que compactuam com esse crime e, em último caso, até a suspensão da seleção nacional espanhola das competições organizadas pela FIFA.

O governo brasileiro também entrou no caso cobrando responsabilidades, mas nem isso seria preciso porque, de acordo com a legislação, o racismo é considerado crime de ódio na Espanha e os racistas devem ser perseguidos pela polícia local. No Código Penal, o artigo 510 trata de delitos cometidos contra os direitos fundamentais e as liberdades públicas garantida pela Constituição, e prevê pena de prisão de um a quatro anos e multa de seis a 12 meses, quando houver clima de violência, hostilidade, ódio ou discriminação contra grupos específicos.

A verdade é que a grande e justa comoção com o caso racista ocorrido lá fora parece ter gerado mais dor do que se tivesse acontecido em terras brasileiras, o que revela uma grande hipocrisia nacional. Cabem as reflexões também que o sofrimento de alguém famoso gera mais empatia que o racismo cometido contra um cidadão pobre. Numa escala de poder financeiro crescente, uma violência contra um anônimo miserável torna-se apenas estatística, mas para uma celebridade milionária uma tragédia. Dois pesos, duas medidas.

Não é possível mais ficarmos discutindo algo que é indiscutivelmente inadmissível, criminoso e passível de punição, e que ocorre não apenas no futebol e nos estádios, mas se manifesta em todos os lugares de nossa sociedade. Um dia antes do caso na Espanha, o goleiro Caíque foi atacado por um racista durante o jogo Altos (PI) x Ypiranga (RS), pela Série C, e quase nada se falou sobre isso. Na semana, novos casos apareceram no Brasil e pela América do Sul e não houve tamanha estranheza, o que nos faz perguntar se a indignação também é seletiva.

Frustrado por voltar mais uma vez ao triste tema do racismo, já sabendo que haverá novos casos muito em breve, preferi fazer umas perguntas ao Chat GPT para comprovar que até a Inteligência Artificial já entendeu porque há tantos casos nos estádios, quais seriam as atitudes mais eficazes para acabar com esse crime de ódio e por que medidas antirracistas não são colocadas em prática. As respostas, abaixo, impressionam.

“O racismo nos estádios de futebol é um reflexo da sociedade em geral e das ideologias preconceituosas que ainda existem em muitas pessoas. O esporte é um espaço de competição e paixão, onde as emoções se manifestam com intensidade, o que pode levar algumas pessoas a utilizarem palavras e atitudes discriminatórias, principalmente contra jogadores e torcedores negros. Além disso, o machismo, a homofobia e outras formas de preconceito também são comuns nos estádios de futebol. A luta contra o racismo no futebol é uma responsabilidade de todos nós, incluindo os próprios jogadores, clubes, governos e sociedade em geral, que precisam trabalhar juntos para combater e erradicar esse tipo de comportamento.

Existem várias atitudes que podem ser tomadas para acabar com o racismo nos estádios de futebol:

  • Educação: As pessoas precisam ser educadas sobre os efeitos prejudiciais do racismo. Incentivar a compreensão e a empatia entre diferentes grupos étnicos pode aumentar a tolerância e a aceitação.
  • Punir os culpados: As autoridades responsáveis pelo futebol, tais como a FIFA, as federações e as ligas, precisam punir severamente qualquer um que seja culpado de assédio racial. Uma medida que pode ser tomada é a proibição da entrada no estádio para sempre.
  • Criação de leis e regulamentos adequados: As autoridades responsáveis pela legislação e regulamentação do futebol precisam criar leis e regulamentos
  • que visem combater o racismo. Estas leis devem ser rigorosas e aplicadas de forma consistente em todos os níveis.
  • Promover a diversidade: As equipes de futebol podem promover a diversidade em suas próprias organizações. Contratar jogadores, técnicos e funcionários de diferentes origens étnicas e culturais pode ajudar a quebrar barreiras e promover a inclusão.
  • Campanhas de conscientização: Campanhas de conscientização sobre o racismo devem ser implementadas para educar e informar as pessoas sobre a importância de combater este problema, levando as pessoas a pensarem primeiro antes de agir.
  • Ação coletiva: Para combater o racismo nos estádios de futebol, todos os envolvidos no futebol, incluindo jogadores, técnicos, administradores, árbitros e espectadores, devem ser encorajados a lutar contra o comportamento racista. A ação coletiva é essencial para criar um ambiente em que o racismo não tenha lugar.

Existem vários motivos pelos quais as medidas antirracistas ainda não foram totalmente implementadas no futebol mundial:

· Falta de comprometimento dos órgãos responsáveis: As federações e ligas de futebol podem não estar totalmente comprometidas em tomar medidas efetivas contra o racismo nos estádios. Uma simples declaração de condenação não é suficiente para acabar com o problema.

  • Ausência de ação por parte dos clubes: Os clubes de futebol podem não estar fazendo o suficiente para educar seus próprios jogadores e torcedores sobre a importância da diversidade e do combate ao racismo.
  • Carência de legislação adequada: Em alguns países, não existem leis eficazes para lidar com o racismo nos estádios de futebol. Isto pode limitar as medidas que as autoridades podem tomar para combater o problema.
  • Resistência de alguns torcedores: Infelizmente, alguns torcedores podem ter uma mentalidade racista e não desejam mudar seu comportamento. Eles podem até mesmo se opor ativamente às medidas antirracistas.
  • Falta de conscientização: Algumas pessoas podem não entender a importância da luta contra o racismo nos estádios de futebol. Uma campanha de conscientização mais ampla pode ajudar a mudar essa situação.
  • Longa história de racismo no esporte: O racismo tem sido uma questão presente no futebol por um longo tempo. Pode levar tempo para que as mudanças efetivamente enraízem no pensamento social.

Todas essas questões precisam ser abordadas para que as medidas antirracistas sejam efetivamente implementadas no futebol. É preciso que haja um movimento global mais intenso e ativo para ultrapassar esses obstáculos existentes.”.

Enfim, a Inteligência Artificial parece saber mais sobre racismo que a maioria dos humanos, mas infinitamente menos que aqueles que o sentem na pele!


				
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