A Seleção Brasileira de futebol feminino inicia nesta segunda, 24 de julho, a trajetória que pode levá-la ao topo da Copa do Mundo Feminina, que está sendo disputada na Austrália e na Nova Zelândia. As comandadas de Pia Sundhage enfrentam a equipe do Panamá, no que será o pontapé inicial rumo ao sonho de erguer a taça da competição pela primeira vez. Depois da estreia, o Brasil joga contra a França e a Jamaica e, se passar pela fase classificatória, o chaveamento prevê o confronto com os primeiros colocados do Grupo H, formado pela bicampeã Alemanha, Colômbia, Coreia do Sul e Marrocos.
Independentemente dos resultados, é a primeira vez em um Mundial que nossas meninas se dissociam do futebol pentacampeão masculino. Mais que um ato simbólico, a decisão de se apresentar com um escudo sem as cinco estrelas (que representam as conquistas masculinas em Copas) é um verdadeiro manifesto político, pois nossas mulheres resolveram carregar a sua própria história e colocar a primeira estrela na camisa. Outra demonstração de força da modalidade foi atestada pelo Governo Federal, que pela primeira vez na história, adotou ponto facultativo nos dias de jogos de nosso futebol feminino na Copa do Mundo, algo tradicional quando os homens entram em campo.
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Sim, é possível acreditar que o Brasil tem todas as condições de levantar a taça, seja pela forte equipe montada para a competição ou pela presença da alagoana Marta Vieira da Silva entre as convocadas, assim como pela evolução histórica do futebol feminino verde-amarelo.
O discurso convicto de que o Brasil nunca esteve tão próximo de trazer esse título é unânime entre as jogadoras. Desde antes de iniciar a competição, as atletas afirmam que a conquista será imensa para o futebol feminino e que merecem esse título, por toda a evolução pela qual o esporte passou e que farão de tudo para trazer esse troféu para o Brasil, para a consagração de Marta, e para todo o povo brasileiro.
A grande expectativa da torcida brasileira reside na presença de Marta, pela experiência em outros Mundiais, pelo fato de ter uma precisão cirúrgica em suas jogadas e ser decisiva nos momentos mais tensos, além de ser a cobradora oficial de pênaltis da equipe. Aos 37 anos e com algumas lesões, não se sabe ainda se a jogadora vai participar de todos os jogos, se vai sair jogando ou entrar no decorrer da partida, e se vai conseguir jogar os 90 minutos, mas ela será uma grande inspiração para todo o elenco que estará na Copa do Mundo. Mesmo com uma equipe muito talentosa e disciplinada, o que já se sabe é que nossas atletas devem jogar tudo o que sabem para coroar a vitoriosa carreira de Marta, assim como os hermanos fizeram com Lionel Messi na conquista do tricampeonato da Argentina, no Qatar 2022, pois provavelmente esta será a última Copa do Mundo dessa grande brasileira.
Maior que o mundo, Marta!
Maior artilheira da Copa do Mundo FIFA de Futebol Feminino, com 17 gols, Marta já foi escolhida como melhor futebolista do mundo por seis vezes, sendo cinco de forma consecutiva. Um recorde não apenas entre mulheres, mas também entre homens. Desde 2015 é também a maior artilheira da história da Seleção Brasileira (contando a equipe masculina e a feminina) com 116 gols, superando Pelé, que teve 95 gols marcados com a camisa verde-amarela.
Na Copa do Mundo Feminina de 2019, na França, na fase de grupos, no jogo contra a Itália, Marta superou a marca de Miroslav Klose tornando-se a maior goleadora em Copas do Mundo de futebol masculino ou feminino, com 17 gols, marca jamais alcançada por outro futebolista. No total, são 10 gols com a bola rolando e sete de pênalti.
Conquistou, com a Seleção Brasileira, a medalha de ouro nos Jogos Panamericanos de 2003 e 2007, liderando a artilharia da competição com 12 gols nestes últimos. Foi ainda medalha de prata nos Jogos Olímpicos de 2004 e 2008.
Retrospecto do Brasil impõe respeito
Nas noves edições realizadas da Copa América, o Brasil conquistou o torneio em oito ocasiões (1991, 1995, 1998, 2003, 2010, 2014, 2018 e 2022). Somente em 2006, a taça foi para a Argentina.
A Copa do Mundo de Futebol Feminino vem sendo realizada desde 1991 e teve em suas oito edições, quatro títulos dos Estados Unidos (1991, 1999, 2015 e 2019), dois da Alemanha (2003 e 2007), um da Noruega (1995) e outro do Japão (2011). Os melhores resultados do Brasil foram o vice-campeonato em 2007 e um terceiro lugar em 1999. Agora chegou a chance de soltar o grito mais importante de todos!
Silvio Tudela
Silvio Tudela
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