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TABUS, TRETAS E TROÇAS COM SÍLVIO TUDELA

Voltamos ao tempo em que a Copa do Mundo não acontece no São João: veja como questão climática afetará os atletas

Atletas sempre sofreram com temperaturas escaldantes, mas tecnologias a serem usadas no Qatar prometem dar um “refresco” aos jogadores

Sílvio Tudela • 20/06/2022 às 9:00 • Atualizada em 27/08/2022 às 4:15 - há XX semanas

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					Voltamos ao tempo em que a Copa do Mundo não acontece no São João: veja como questão climática afetará os atletas
Foto: Reprodução

Nem sempre foi assim, mas desde 1974, a cada quatro anos, as luzes das festas juninas se misturam com as bandeirolas verde-amarelas. Na última vez em que o torneio ocorreu sem o São João no meio, o Brasil conquistou seu Tricampeonato Mundial, em 21 de junho de 1970, no México.

Nesta época em que estamos nos deliciando com a culinária junina, os tradicionais licores ou quentões e as fogueiras das festas de São João, éramos para estar completamente envolvidos pelo clima de Copa do Mundo. Mas, em 2022, o Mundial ainda está a praticamente cinco meses de seu início – e tudo por uma razão climática.

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Desde que tiveram início, há quase 100 anos, as Copas do Mundo começavam no finalzinho da primavera ou no início do verão do hemisfério norte. Em 21 edições, o Mundial só foi realizado em países vivendo o inverno no Uruguai (1930), Brasil (1950 e 2014), Chile (1962), Argentina (1978) e África do Sul (2010). A Copa do Mundo do Qatar será a primeira a ser realizada completamente no outono do hemisfério norte, entre 21 de novembro e 18 de dezembro. Para nós, será primavera.

Mesmo já se sabendo que dias extremamente quentes de verão podem interferir no desempenho dos atletas, disputar uma Copa do Mundo no deserto ainda é uma incógnita. Entre junho e julho, as temperaturas no Qatar atingem facilmente os 45°C e podem chegar até aos 50°C. Há também, nesta época, um vento forte com rajadas e tempestades de areia. Em Doha, a capital, a temperatura máxima média, em junho, é de 42ºC. E em novembro consegue ser um pouco mais branda, em torno de 30ºC, o que já é alto.


				
					Voltamos ao tempo em que a Copa do Mundo não acontece no São João: veja como questão climática afetará os atletas

Apesar dos investimentos multibilionários para que a XXII Copa do Mundo funcione perfeitamente e a ponto de não comprometer esportivamente o resultado dos jogos, o Qatar precisou apostar em tecnologias que permitem sistemas de refrigeração de ar-condicionado nos estádios, com o objetivo de derrubar a temperatura no gramado e que permitem ajustá-la em certos setores das arenas.

A fim de diminuir os efeitos impraticáveis do calor do deserto, alguns estádios terão a parte externa toda pintada em branco para refletir mais luz solar e diminuir a temperatura. Nas ruas próximas aos estádios, as vias estão tendo o asfalto escuro substituído por um azul-claro para absorver o calor.

As temperaturas excessivas nos jogos das Copas do Mundo representam uma preocupação muito antiga, mas nem sempre foram levadas em conta pela Fifa para obter o melhor rendimento e o bem-estar dos atletas. Em 1970, no México, os organizadores programaram jogos ao meio-dia, a fim de satisfazer o fuso horário europeu, e desconsideraram também as questões de umidade e altitude.

Na mesma América do Norte, nos Estados Unidos, em 1994, a “sauna” das cidades-sede novamente foi duramente criticada, mas a entidade organizadora do evento se justificou afirmando que os jogos com o sol a pino não afetaram, por exemplo, os rendimentos de Pelé (1970) e de Maradona (1986) nas edições disputadas ali ao lado, no México. Em alguns jogos, nem torcedores foram poupados e houve muitos que terminaram na enfermaria do estádio ou hospitais.

Apesar de realizada no inverno brasileiro, país que tem temperaturas extremamente contrastantes de norte a sul, a Copa de 2014 trouxe, por exemplo, o clima sufocante de Manaus, o qual chegou a ser rotulado de infernal pelos atletas. O empate em 2 a 2 entre Estados Unidos e Portugal, na Arena da Amazônia, sob um calor de 30º C e 66% de umidade, entrou para a história como o primeiro jogo em que a arbitragem precisou fazer uma pausa técnica, a já famosa “parada da aguinha”.

Mas nem todas essas situações desconfortáveis e extenuantes ocorreram no continente americano. O verão europeu também provocou diversos momentos de interferência no esporte, apesar dos jogos serem realizados em horários mais dignos para os atletas e de acordo com os interesses da audiência e dos patrocinadores.

Apesar do calor ser sempre o citado como o grande vilão em termos de clima, é curioso que o primeiro gol da história das Copas, em 13 de julho de 1930, entre França (4) e (1) México e assinalado por Lucien Laurent, tenha ocorrido num dia em que nevou em Montevidéu.

Enfim, se os atletas terão que jogar a Copa do Mundo em pleno outono quentíssimo no deserto do Qatar, nós, pela primeira vez, iremos torcer na primavera e às vésperas do verão, com um clima que até será bem parecido com o da sede estrangeira! Que a coincidência nos traga sorte e o Hexa!


				
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