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Estudante é vítima de intolerância religiosa no metrô de Salvador

Entidades têm dado assistência à mulher, que deixou o vagão após o caso

Mayra Lopes • 16/01/2024 às 18:04 • Atualizada em 17/01/2024 às 7:55 - há XX semanas

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Uma estudante de direito foi vítima de intolerância religiosa no metrô Salvador na última segunda-feira (15). Segundo a jovem, ela usava um colar de contas do candomblé quando foi atacada por um passageiro do mesmo vagão. O caso ganhou repercussão após um vídeo circular nas redes sociais. A estudante denunciou o agressor.


				
					Estudante é vítima de intolerância religiosa no metrô de Salvador
Estudante estava com um colar de contas. Foto: Reproduçãoo / TV Bahia

"Ele falou que não suporta pessoas de candomblé, que eu estava com o demônio no corpo e que quando eu fosse arrebatada, teria que ir na Pentecostal", disse a estudante em entrevista à TV Bahia.

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A estudante, que optou por não se identificar, explicou que estava sentada quando começou a ouvir gritos intolerantes.

"Ele começou a gritar, falava que não suporta pessoas de candomblé e que precisariam morrer. Ele acha que são todos endemoniados, que buscam uma verdade que não existe", contou a mulher.

Diante da situação, a vítima levantou e olhou para o homem, que passou a encará-la e proferir insultos direto para ela. "Fui para a frente dele, tirei o fio de contas de dentro da minha roupa e fiquei encarando ele. Ele me encarou de volta e começou a falar: 'Você saiu de onde você estava para vir aqui me infernizar'", relatou.

A estudante contou que chegou a questionar o agressor sobre tê-la visto no local, tendo como resposta a justificativa de liberdade de expressão. "Eu disse que intolerância religiosa não é liberdade para ele ter ódio no coração. É para você se expressar de acordo com a lei", pontuou a jovem.

Medo de agressão física


				
					Estudante é vítima de intolerância religiosa no metrô de Salvador
Situação aconteceu no metrô de Salvador. Foto: Reproduçãoo / Redes Sociais

O medo de agressão física despertou na mulher com o aumento da irritação do passageiro. O agressor teria se levantou e começado a gritar que queria que pessoas adeptas ao candomblé morressem. "A lateral da boca dele espumava de tanto ódio e as pessoas em volta ficaram em silêncio. Comecei a me afastar porque fiquei com medo dele vir para cima de mim e me bater".

Parte da discussão foi gravada pela jovem e também por outros passageiros. Na imagem, é possível ver o momento que o homem grita: "Você está indo para o caminho das trevas. Se você acredita que o caminho que você está seguindo é bom, se jogue de cabeça".

A confusão só terminou quando a estudante deixou o trem. "Quando saí do metrô, uma moça me abraçou e me acompanhou até os seguranças. Um deles me falou que tinha um segurança esperando ele na próxima estação, mas ficou por isso mesmo. Não fizeram nada", relatou.

Até o momento, o homem citado não se pronunciou sobre o assunto. O iBahia tentou contato com o envolvido e também não teve retorno.

Posicionamento das entidades

Em nota, a CCR Metrô, empresa que administra o transporte, afirmou que a segurança não foi acionada e que repudia qualquer prática de intolerância e desrespeito. A concessionária disse ainda que a equipe de agentes está disponível para prestar atendimento e orienta que todo caso de intolerância ou agressão seja registrado para tomada das devidas providências.

O advogado da estudante, Bruno Moura, afirmou que conseguiu a identificação do suspeito e que encaminhou dados dele para a polícia.

Após o vídeo da estudante viralizar nas redes sociais, entidades anti-intolerância religiosa repudiaram o caso. Em nota, a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi) repudiou o caso de intolerância religiosa e disse que a Rede de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa foi acionada.

A entidade destacou ainda que o advogado da mulher recebeu suporte e representantes da Rede de Combate ao Racismo vão acompanhar a mulher nesta terça-feira (16) até a Coordenação Especializada de Repressão aos Crimes de Intolerância e Discriminação (Coercid), quando será feita a denúncia do crime.

A Associação de Terreiros da Bahia também repudiou o ato de intolerância religiosa e disse que é inaceitável que uma mulher tenha sido hostilizada simplesmente por expressar sua fé, utilizando um fio de conta associado à sua crença de matriz africana.

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