O Terreiro Palácio de Ogum e Caboclo Sete-Serra, localizado em Lençóis, na Chapada Diamantina, foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) na quarta-feira (26). Fundado em 1949, é considerado o templo de Jarê mais antigo ainda em funcionamento no Brasil.

"Vencemos! Um sonho, uma batalha de 18 anos, que agora se concretizou e se torna realidade demais", publicaram os membros do terreiro em uma rede social. Segundo o g1, o processo de tombamento foi iniciado em 2007, com uma carta enviada pela Associação dos Filhos de Santo do Palácio de Ogum e Caboclo Sete-Serra ao Escritório Técnico do Iphan em Lençóis.
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O Iphan justificou o tombamento com base na importância cultural e histórica do terreiro, destacando-o como um símbolo da resistência e criatividade das populações negras na consolidação de seus territórios espirituais. Com o tombamento, o terreiro agora tem proteção federal contra destruição ou demolição, e qualquer restauração ou modificação no local precisará da aprovação do instituto.
A cerimônia de votação para o reconhecimento ocorreu em Brasília e contou com a presença de Sandoval, filho do fundador do templo, e da prefeita de Lençóis, Vanessa Senna. "Este tombamento é muito mais do que um reconhecimento: é a garantia de preservação de um patrimônio sagrado, cultural e ancestral que faz parte da alma de Lençóis e da Chapada Diamantina. É respeito à nossa história, às nossas tradições e aos povos que as mantêm vivas", afirmou a prefeita.
História do terreiro

O templo religioso foi fundado por Pedro Florêncio Bastos - mais conhecido como Pedro de Laura. Apesar de tradicionalmente um templo de Jarê ser fechado após a morte do líder, o local segue em funcionamento devido ao pedido do fundador.
O Terreiro Palácio de Ogum e Caboclo Sete-Serra é composto por uma casa principal denominada pagodô, onde ocorrem as cerimônias e práticas rituais; um espaço consagrado aos exus (caramanchão); e outros ambientes que ocupam o terreno de aproximadamente 3.782 m².
O templo é cercado por vegetação nativa, árvores sagradas, pedras, cursos d’água e objetos enterrados.
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