Nesta semana duas oportunidades de trabalho no serviço público com excelentes remunerações tiveram muito menos interessados inscritos do que se esperava. Em uma delas, para o Ministério do Desenvolvimento Agrário, área de informática, onde a remuneração chega a 8.300 reais, o processo seletivo para 40 vagas foi cancelado por não ter sido alcançado o número mínimo de inscritos. A Fundação Universa, organizadora do certame, informou que a seleção ficou inviável economicamente devido ao pequeno número de interessados.
No outro caso a remuneração era bem melhor, alcançando 17.600 reais, mas se inscreveram apenas 5 interessados para as 80 vagas ofertadas. O cargo era de médico no Distrito Federal, em que os concursados ganham bem menos: 10.800 reais.
Mesmo em se tratando de áreas específicas, soa estranho que em meio a tanto desemprego não sejam encontrados profissionais em número suficiente para o serviço público, especialmente para obter remunerações bem acima da média. As razões do desinteresse estão no regime do contrato, que é temporário e sem os mesmos benefícios dos concursados, nas péssimas condições de trabalho, isto no caso dos médicos, e na pouca divulgação dada aos editais.
É claro que há muito mais pessoas que se interessariam pelas vagas ofertadas, mas, como ocorre com a grande maioria dos concurseiros, elas só ficam sabendo das oportunidades quando lhes caem no colo, ou quando se informam casualmente. E infelizmente em alguns setores da Administração Pública existe uma má vontade em divulgar amplamente os editais, inclusive de concursos, para com isso beneficiar pessoas ou grupos específicos.
Sabemos que os concurseiros não estão em busca de empregos temporários, mas entre os que almejam uma vaga no serviço público há muitos desempregados e outros tantos insatisfeitos com o emprego que ocupam. E oportunidades temporárias no serviço público, ainda mais com remuneração diferenciada, seriam interessantes para muitos.
Transportando para a realidade da maioria os exemplos reais e extremos citados acima, observamos que as pessoas se concentram na disputa pelas vagas de poucos concursos, os mais famosos e procurados, e por isso mesmo com concorrência mais alta, tanto qualitativa quanto numericamente. É o caso dos tribunais federais, Banco do Brasil, Caixa, Petrobras e INSS, enquanto é bem menor a concorrência nas agências reguladoras, nos conselhos profissionais e nos mais recentes institutos federais de educação, só pra citar alguns exemplos mais conhecidos.
Nesta terça (10/06) às 18h30 faremos mais uma palestra gratuita sobre como se preparar para concursos, desta vez no Rio Vermelho. Além de passar a conhecer métodos de estudos, o público aprenderá como se manter informado para não perder as melhores oportunidades nos concursos. Inscrições no www.concurseiros.com.br.
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*Waldir Santos é Advogado da União, Presidente do Tribunal de Ética da OAB/BA e autor dos livros “Concurso público – estratégias e atitudes” e “Mitos, Lendas e Mentiras sobre concursos públicos”. Apresenta o programa CBN Empregos e Concursos (FM 91,3, das 16 às 16h30h). Twitter: @waldirconcursos / E-mail: [email protected]. Facebook.com/waldirconcursos |
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