A combinação entre o teatro e a música tornaram Jadsa Castro uma artista cujo principal traço é a presença de palco. Ao lado do também músico João Meirelles, a artista apresenta na quinta edição do Festival Sangue Novo o TAXIDERMIA, projeto de pesquisa e experimentação sonora idealizado e dirigido pelos baianos.
Em entrevista ao iBahia, a cantora fez uma revisita sobre a carreira, falou sobre as expectativas do show e ainda revelou o lançamento do primeiro disco do TAXIDERMIA.
Leia mais:
Os palcos a intimidavam, mas a música era uma velha conhecida
Jadsa herdou dos pais o amor pela música. Desde criança, escutava vinil e tocava as canções que escutava na rádio. Falando nisso, "Águas de Março", de Elis Regina, foi a primeira que aprendeu.
Ademais, era fã de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Fagner e Chico Buarque. Mas, foi no teatro que de fato se encontrou na música. Entre os 16 e 17 anos, a mãe matriculou a multi-instrumentalista no Teatro Vila Velha, e foi lá que aprendeu que gostava de cantar para as pessoas.
"Eu entendi que queria fazer música para a galera entender e sentir. Nos shows, eu sempre tento interagir, escolher músicas que eu sei que as pessoas possuem uma facilidade, que vai ter uma aderência. Eu herdei a performance, as expressões fortes e a dança do teatro", completa.
Talento que superou o medo: o crescimento enquanto profissional
Se apresentar para multidões nem sempre foi uma tarefa fácil para Jadsa. A baiana revelou que sentia um medo tão potente ao subir nos palcos que chegava a perder a voz. Porém, ao perceber que era só “chegar e fazer”, parecia que nada mais a parava.
Em 2021, lançou o primeiro disco, que recebeu o nome de “Olho de Vidro”, que foi indicado ao Prêmio Multishow de melhor álbum do ano. “Foi o auge da minha caminhada, a minha fortaleza, eu sempre recorro a ele porque sei que é o certo. Apesar de ser um álbum que bebe muito do rock e do experimental, ele é popular, tem samba e tem jazz também”, relembra.
TAXIDERMIA: Projeto com João Meirelles ganha álbum completo ainda em 2023
Em 2020, Jadsa e João Meirelles lançaram o primeiro volume de TAXIDERMIA, projeto sonoro que é resultado da soma de duas potências criativas e genuinamente baianas. Ele contou com a participação de Jéssica Caitano, Bruno Abdala, Pedro Bienemann e Caio Terra.
Jadsa e João se conheceram no teatro, e durante as conversas na pandemia perceberam que poderiam unir o lado eletrônico da música de João com a potência orgânica de Jadsa em um projeto sonoro. Em 2021, TAXIDERMIA ganhou maior forma e expansão com o lançamento do EP “Outro Volume”.
Para 2023, Jadsa revelou ao iBahia que será lançado o primeiro álbum completo do projeto, com 12 faixas e múltiplas participações especiais. Ele tem como inspiração a Ilha de Itaparica e o município de Vera Cruz
Salvador enquanto potência sonora e expectativas para o Sangue Novo
Completamente apaixonada pela terra onde mora, Jadsa afirmou que o novo álbum de TAXIDERMIA chega carregado de baianidade e simboliza esse novo momento sonoro que o estado vive. “Em cada verão, a Bahia ganha força. Salvador está fazendo um caminho único, singular na música, que precisa ser colocado para a frente”, reforça.
Pela primeira vez no palco do Festival Sangue Novo, Jadsa acredita que o convite veio no momento certo, para que ela possa mostrar ao público os novos projetos. “Podem esperar muita dança, música boa e presença”, finaliza.
O segundo final de semana do Sangue Novo 2023 acontece a partir desse sábado (28), no Trapiche Barnabé, em Salvador (BA). No primeiro dia se apresentam: Irmãs de Pau, Rico Dalasam, Jadsa e João Meirelles apresentam TAXIDERMIA e Jup Do Bairro. Já no domingo, Flora Matos, Yan Cloud e FBC encerram a quinta edição do evento.
