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Após 46 anos, Bienal da Bahia volta com cem dias de evento

Programação terá filmes, ações educativas, exposições, performances e intervenções artísticas

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24/05/2014 às 10:28 • Atualizada em 26/08/2022 às 17:31 - há XX semanas
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Há 46 anos, a 2ª Bienal da Bahia foi encerrada, dois dias após sua abertura. Era 1968, auge da ditadura, quando dez obras consideradas subversivas foram confiscadas e destruídas pelos militares. Seus curadores, Juarez Paraíso e Riolan Coutinho (1932-1994), foram presos. A repressão à então Bienal Nacional de Artes Plásticas, como era chamada, a impediu de continuar e ficou apenas gravada na memória do seu povo. Quase cinco décadas depois, essa lacuna é preenchida: a Bienal da Bahia ganha a terceira edição, cuja programação - internacional e gratuita - foi apresentada, ontem, no Palácio Rio Branco, no Centro. Cerca de 200 obras de 150 artistas vão circular por Salvador e outras 20 cidades do interior baiano, durante 100 dias. Entre 29 de maio e 7 de setembro, os amantes das artes vão poder conferir ciclos de filmes, ações educativas, exposições, performances, intervenções artísticas e obras de nomes como Yves Klein (1928-1962/ França), Charbel-joseph H. Boutros (Líbano), Luisa Mota (Portugal), Lia Robatto (São Paulo/Bahia), Juarez Paraíso (Bahia), Juraci Dórea (Bahia) e Arthur Scovino (Rio de Janeiro/ Bahia). O evento de divulgação da programação contou coma presença do Secretário de Cultura da Bahia, Albino Rubim; com os curadores-chefes Marcelo Rezende e Ana Pato; o diretor Executivo da Fundação Hansen Bahia, Elias Gomes de Souza; a diretora do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia, Elisabete Gandara; e personalidades como o ex-secretário de Cultura do Estado Marcio Meirelles e os artistas Maxim Malhado, Lia Robatto e Arthur Scovino. “A Bienal está interessada no depoimento, na memória. É um rompimento como silêncio”, frisou Marcelo Rezende, diretor do Museu de Arte da Bahia (MAM-BA). Veja também: Festa junina de Catu divulga grade de atrações Jorge Vercillo anuncia show extra no Teatro Castro Alves Artista plástica Carmen Columna homenageia a vida com exposição sobre a morte “Não se trata de um resgate nostálgico. Não temos saudade desse passado. O que pretendemos é reativa-lo comum olhar do presente. É uma bienal contra o esquecimento”, completou o curador-adjunto, um dos responsáveis pela exposição A Reencenação, que integra a programação com uma releitura das primeiras bienais, de 1966 e de 1968. Juarez Paraíso fez coro: “Tudo o que nós temos é a memória. Se constrói o presente, evidentemente, pelo passado. Claro que não existe nostalgia nisso. É recuperar a memória do passado para refletir sobre ele no presente”. Sem deixar o olhar crítico de lado, o artista baiano disse que “pecamos na falta de continuidade”. “Espero que a gente não espere mais 46 anos para fazer a 4ª Bienal”, completou. A Bienal recebeu 7 milhões de investimento do governo. A 3ª Bienal da Bahia está dividida em duas temporadas - pré e pós-Copa -, com três eventos de abertura. O primeiro acontece dia 29, às 18h, no MAM, com cortejo-performance de Luisa Mota, do MAMao Passeio Público, onde acontece um baile artístico. Já no dia 30, a Bienal é inaugurada em Feira de Santana (a 109 km de Salvador), na Fazenda Fonte Nova, do artista baiano Eurico Alves, às 14h. Por fim, a 3ª Bienal da Bahia será oficialmente aberta no dia 31, às 19h, no Mosteiro de São Bento, coma presença de autoridades. No dia, acontece a inauguração da exposição A Reencenação, com peças censuradas em 1968.

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