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MÚSICA

Caixa e coletânea lembram dez anos sem Cássia, que faria 49 anos hoje

A cantora carioca morreu aos 39 anos, em 29 de dezembro de 2001, de infarto

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10/12/2011 às 11:06 • Atualizada em 08/09/2022 às 16:45 - há XX semanas
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A cantora carioca Cássia Eller marcou a geração musical do Brasil nos anos 90
Filha de um sargento paraquedista do Exército e mãe dona de casa, Cássia Eller completaria 49 anos hoje. Quis o senhor da razão e da emoção, porém, que a cantora carioca partisse cedo demais, aos 39 anos, em 29 de dezembro de 2001, de infarto. Entretanto, caros admiradores da irmãzinha tímida e rebelde de uma geração, uma década depois de sua morte não existe motivo para tristeza e, sim, celebração por tudo aquilo que Cássia Eller viveu - de modo intenso -, cantou e deixou. Dois lançamentos da gravadora Universal homenageiam a única cantora que rivalizou com Marisa Monte nos nos 90 em impacto e relevância na música brasileira - mas que, diferentemente da comportada MM, foi rock’n’roll em atitude e irreverência no palco e na vida pessoal. Mundo completoNum trabalho coordenado e remasterizado por Carlos Savalla, a caixa O Mundo Completo de Cássia Eller (R$ 164,90) reúne, em nove CDs, todos os álbuns da artista e mais o DVD do show Violões, 1996. Já a coletânea Relicário apresenta as canções de Nando Reis intrepretadas por Cássia (veja página ao lado). Do primeiro álbum da cantora, Cássia Eller (1990), ao póstumo Dez de Dezembro (2002), passando pelo precioso Com Você... Meu Mundo Ficaria Completo (1999) e o grande sucesso Acústico MTV Cássia Eller (2001), todas as faces da intérprete merecem aplausos. De formação eclética, tendo cantado até em grupo de forró e no primeiro trio-elétrico de Brasília (onde chegou aos 18 anos), Cássia era capaz de ir da visceralidade à delicadeza, do deboche ao amor pelos Beatles, Cazuza, Renato, Luiz Melodia e a geração da vanguarda paulista de Itamar Assumpção, Arrigo Barnabé e Mário Manga. Quem conheceu Cássia apenas nos últimos anos e discos de sua vida, por exemplo, têm ouvir também as primeiras gravações. Sua interpretação de Rubens (Mário Manga), do disco de estreia, é primorosa, valorizando ainda mais a letra que fala de homossexualidade com humor e sutileza. Renato e Cazuza Criada em estados do país, por conta da vida militar do pai, Cássia tinha pontos em comum com Renato Russo (1960-1996) e Cazuza (1958-1990): rebeldia, homossexualidade, carisma e a habilidade de interpretar canções que traduziam angústias, amores e prazeres dos jovens. Coincidentemente, seu primeiro hit, em 1990, foi a regravação de Por Enquanto (Renato Russo), do álbum de estreia da Legião Urbana. Ela transformou a música numa canção folk triste de doer. No mesmo disco, Cássia gravou Que o Deus Venha, poema de Clarice Lispector musicado por Cazuza & Frejat e que o Barão Vermelho lançou no álbum Declare Guerra (1986). Mas, foi com Veneno Antimonotonia, em 1997, que Cássia demonstrou 100% sua paixão por Cazuza. Sob a direção artística do poeta baiano Waly Salomão (1943-2003), ela regravou 14 músicas do "exagerado". A turnê gerou o ao vivo Veneno Vivo (1998), no qual a artista incorporaria a percussionista baiana Lan Lan à sua banda - e Lan Lan seguiria com Cássia Eller até aquele trágico 29 de dezembro de 2001, no Rio. Alma gêmea de Nando ReisTodo bom cancionista, podemos dizer, sonha em ter uma mulher que seja a sua melhor intérprete. Nem que seja para saber como ficaria sua criação numa marcante voz feminina. Nando Reis, 48 anos, compôs e fez algumas parcerias com Marisa Monte, quando namoraram nos primeiros anos da década de 90. Mas, ao encontrar Cássia Eller (1962-2001), foi que Nando Reis encontrou a sua melhor tradução como intérprete, além de uma amizade que influenciaria até a sua inspiração como compositor.
Cássia Eller e Nando Reis na gravação do Acústico MTV, em 2001: ela foi a melhor intérprete dele
A confessional All Star, gravada inicialmente por Nando em 2000 e lançada na voz de Cássia no póstumo Dez de Dezembro (2002), é a canção-símbolo dessa relação especial. “Estranho seria se eu não me apaixonasse por você/ O sal viria doce para os novos lábios/ Colombo procurou as Índias, mas a terra avisto em você/ O som que eu ouço são as gírias do seu vocabulário/ Estranho é gostar tanto do seu All Star azul...”, diz a letra da bonita composição. O melhor e mais refinado disco de estúdio de Cássia Eller foi produzido por Nando Reis (e pelo guitarrista baiano Luiz Brasil): Com Você... Meu Mundo Ficaria Completo, em 1999. Nele, a cantora intensa explorou melhor as suas nuances de intérprete, incluindo a delicadeza. Relicário Produzida por Nando e Felipe Cambraia, a coletânea Relicário (Universal) tem um subtítulo que diz tudo: As Canções Que o Nando Fez Pra Cássia Cantar. São 14 faixas - entre elas, três gravações inéditas: As Coisas Tão Mais Lindas, versão que Cássia e Nando gravaram com voz e violão, ao vivo, para um site; Um Tiro no Coração, da mesma apresentação; e Baby Love, registro da pré-produção do disco Com Você... Meu Mundo Ficaria Completo, de 1999. Detalhe: Baby Love conta com a participação especial de Francisco Eller (Chicão), filho de Cássia com o falecido baixista Otávio Filho, dando uma força para Lan Lan na percussão. As outras 11 canções do disco são: All Star, Meu Mundo Ficaria Completo, O Segundo Sol, Luz dos Olhos, Relicário (dueto com Nando), No Recreio, As Coisas Tão Mais Lindas (versão original), E.C.T. (parceria de Nando com Marisa Monte e Carlinhos Brown), Infernal, a divertida Nenhum Roberto (dueto com Roberto Frejat e com participação dos paralâmicos João Barone e Bi Ribeiro) e Fiz o Que Pude (dueto com o mestre Gilberto Gil). [youtube UkGF4RdxrWs] [youtube oY7iUZuJKRg] [youtube knat_CjgzUw] [youtube EK9Xbn1V7js] [youtube ghSZUkv_zZU]

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