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MÚSICA

Coletânea revive tempos áureos de Gretchen, ídolo da música pop brega

Mulheres-melancia, pera, uva, maçã ou salada mista são fruto direto dessa carioca, cujos antigos sucessos voltam agora ao mercado em edição especial

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12/08/2011 às 17:00 • Atualizada em 29/08/2022 às 15:54 - há XX semanas
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Extraterrestres, brasileiros menores de idade e estrangeiros de toda sorte que tenham chegado nos últimos anos ao país podem, erroneamente, acreditar que a bunda music é um fenômeno recente na cultura verde-amarela. Se a ponta da cadeia evolutiva é representada por indivíduos do gênero feminino da espécie ‘Homo fructis’, a tradição da apoteose rebolativa por excelência atende pelo nome de Maria Odete Brito de Miranda, 52 anos. Mas podem chamar de Gretchen mesmo.
Gretchen, em foto recente, posa em trajes mínimos
Ela, sim, pode ser considerada a mãe de criação da MPB - Música Pomar Brasileira. Mulheres-melancia, pera, uva, maçã ou salada mista são fruto direto dessa carioca, cujos antigos sucessos voltam agora ao mercado em edição especial, remasterizados e reunidos no álbum Gretchen: Charme, Talento & Gostosura (Copacabana/EMI), com organização do escritor e pesquisador Rodrigo Faour, autor do livro História Sexual da MPB. Gritos e sussuros Irmã de Sula Miranda, Gretchen é um ícone do brega. E como o título traz a reboque o exagero, Gretchen é a rainha do superlativo. Plástica? Incontáveis. Maridos, esses sim, podem ser contados, e somam 14, pelo menos até o fechamento desta edição. Ela nega o número, diz que foram seis oficiais - há ainda os não-contabilizados. Ela é generosa também com a prole, em épocas de queda da natalidade brasileira. São seis, cinco biológicos e um adotado. A carreira de Gretchen começou em 1977, quando dublou a música Dance a Little Bit Closer no programa de calouros de Silvio Santos. Chegou a emplacar por quase seis meses na atração. Esse foi o começo do sucesso que, com altos e baixos, dura mais de três décadas. O nome artístico da cantora é baseado no filme Aleluia, Gretchen, de Sylvio Back. Motivo? Maria Odete achou a palavra sonora. A carioca é cria da televisão, onde fincou bandeira dublando e remexendo o bumbum. As músicas eram repletas de gritinhos, gemidos e sussuros, como uma versão tropical dos efeitos causados pelas músicas do francês Serge Gainsbourg (1928–1991). Freak la Gretchen “Ela não é um gênio. É uma entertainer. Só não é maior pois não teve sorte de ter produtores tão bons quanto Mister Sam para gerenciar sua carreira”, afirma Rodrigo Faour, 38. O produtor e DJ argentino Mister Sam, bom frisar, foi o homem forte por trás da cantora. “Criei as músicas pensando no show de Gretchen, no que ela ia fazer na TV. Os programas gostavam de músicas que tivessem palmas para animar o auditório”, disse Mister Sam em entrevista ao jornal O Globo em 2001. O mais incrível é observar que a fama é embalada, basicamente, por apenas três músicas: Melô do Piripipi, Freak le Boom Boom e Conga, Conga Conga. Os hits, claro, estão na coletânea da cantora, ao lado de letras como Ela Tem Raça, Charme, Talento e Gostosura, composta por Jorge Ben Jor e que dá nome do álbum. “Na obra, há um pouco de tudo: break, samba-rock, samba-funk, lambada, dance árabe”, destaca Faour. Mas, além disso, ela também é pop. No início deste ano, voltou ao horário nobre em uma sacada da cervejaria Devassa. Fazendo jus ao nome, a empresa seguiu a risca a cartilha de misturar opostos, juntando a candura da imagem da cantora Sandy ao som luxuriante de Conga, Conga, Conga. Sucesso total. Sandy rebolando com um dos hits de Gretchen é apenas a ponta do iceberg que, para o bem ou para o mal, Gretchen representa no imaginário dos brasileiros. Marisa Monte, que figura no panteão das cantoras mais respeitadas do Brasil, inseriu partes de Conga, Conga, Conga na turnê do disco Mais, entre 1991 e 1992. Muitos anos antes de Caetano Veloso e Tapinha Não Dói, ou Maria Gadú e Baba, Baby. Trash e cool de mãos dadas.
Madonna Gretchen diz manter uma intensa agenda de shows pelo interior. Toca até em circo. Em 2008, foi candidata à prefeitura da ilha de Itamaracá, em Pernambuco. Teve 343 votos, ou 2% dos votos válidos. Mas Gretchen não esmorece. Pula de polêmica em polêmica, como quando gravou filmes pornôs, em 2006 e 2008. Recentemente, alfinetou Carla Perez e Sheila Mello, sugerindo que, ao contrário dela, as ex-dançarinas do Tchan estão no ostracismo. “Antes de mim, ou se cantava ou se dançava. Eu sou a Madonna brasileira”, disse a O Globo. Gretchen segue causando e sem perder o rebolado.

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