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Marcio Victor é amigo de Preta Gil desde quando era percussionista de Caetano Veloso |
A Praça Wilson Lins (antigo Clube Português, na Pituba) vai ter música para todos os gostos amanhã, às 18h30, no Eu Vivo Música, que acontece pela primeira vez em Salvador. Tem do pagode do Psirico até a música clássica da Orquestra ComPassos, com direito também ao ecletismo de Preta Gil, como a própria cantora classifica. Curtindo a onda do Lepo Lepo, o Psirico vai lembrar também dos sucessos anteriores, como Toda Boa, que reinou no Carnaval de 2008. Mas é Lepo Lepo mesmo a aposta para o Carnaval: "Percebemos a força dessa canção no Sauipe Folia, quando as pessoas começaram a postar a galera curtindo a música e virou um grande viral nas redes sociais. Acho que foi quando olhamos pela primeira vez e pensamos: achamos", diz Marcio Victor, 34 anos.
Polêmica A popularidade da música é tão grande que já rendeu bate-boca em redes sociais, depois que o sertanejo
Cristiano Araújo lançou uma versão da música antes de obter autorização dos autores e não deu os devidos créditos a Magno Sant'Anna e Filipe Escandurras. Nem mesmo mencionou a gravação original. Artistas como
Ivete Sangalo, Péricles e Solange (da Aviões do Forró) se manifestaram em favor do Psirico, primeira a gravar Lepo Lepo. Preta Gil, 39, que também se apresenta no Eu Vivo Música, confirma que Lepo Lepo chegou forte no Rio de Janeiro, onde ela vive: “Estava indo para o médico e ouvi tocando no rádio. Achei muito bom!”. Preta conhece Marcio Victor, vocalista do Psirico, há quase 20 anos, quando ele ainda era percussionista de Caetano Veloso e lhe mostrava algumas músicas da sua banda Psirico. "Na época, ainda era uma coisa do gueto e a gente achava o nome engraçado, mas tinha um som bom. E, de repente, começou a acontecer, Ivete começou a cantar músicas dele...”, lembra-se Preta. Hoje, ela classifica o Psi não só como banda, mas como um movimento que alimenta a autoestima dos negros. Em sua apresentação, Baile da Preta, a cantora vai mesclar canções do mais recente álbum, Sou Como Sou (2012), com Prèt-a-Porter (2003) e Preta (2005). Mas não se restringe às próprias canções: “O repertório é eclético, tem MPB, rock, sertanejo... e também um pouco do meu repertório do Carnaval de rua que faço no Rio”, conta.
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Preta Gil promete cantar um repertório do sertanejo ao rock, amanhã |
Na Cidade Maravilhosa, Preta apresenta-se semanalmente numa casa de shows que recebe cinco mil pessoas, onde boa parte do público é da comunidade LGBT: “Esse público é mesmo forte, mas a minha luta sempre foi pela inclusão. Acho que a gente não deve viver em guetos. Por isso, o meu público vai além do LGBT”. No Rio, ela também puxa o Bloco da Preta no Carnaval e faz ensaios nas quadras das escolas de samba até o início da festa. Em Salvador, ela fará novamente, na sexta e no sábado de Carnaval, a Varanda Elétrica, no Camarote Expresso 2222. Embora fique no Camarote, Preta canta para o público que fica na rua. “Os trios que passam às vezes param pra cantar comigo e homenageiam meu pai. Adoro!”, diz a filha de Gilberto Gil. Matéria original: Correio 24h
Psirico e Preta Gil se apresentam amanhã em show gratuito na Pituba, às 18h30