Completando 15 anos de carreira e com um show marcado no TCA para a próxima quinta-feira (22), a banda Scambo só tem motivos para comemorar em alto e bom som. Afinal, o ano de 2015 vem sendo muito especial para o grupo formado por Pedro Pondé (vocal), Alexandre Abreu (guitarra), Graco Vieira (guitarra), Ricardo Machado (bateria) e Tatiana Trad (baixo). No primeiro semestre eles participaram do programa Superstar, da Globo, fazendo parte do time de Paulo Ricardo, ficando entre os doze finalistas, integrando o CD 'O Melhor do Superstar 2015 - Top 12', da Som Livre e ganhando visibilidade nacional.
Mas mesmo se não houvesse existido o programa musical na história da banda, a caminhada de sucesso continuaria crescendo. A banda Scambo se destaca no cenário alternativo da música baiana desde o ano 2000. Já são um DVD, cinco discos de carreira (Exerça, Preto, Vermelho, Flare, Ao Vivo) e um repertório bastante conhecido do publico, com canções como 'Sol de Ninguém', 'A Carne dos Deuses', 'O Rato', 'Depois de Ver' e 'Janela'. Sem falar das sete indicações ao Troféu Caymmi de 2004, levando seis prêmios; e da participação do Prêmio Tim de Música Brasileira, em 2006, no mesmo ano em que fez a primeira turnê pelo sudeste do país. Para o marco dos 15 anos, o guitarrista e fundador da Scambo, Alexandre Fontanelli, falou um pouco sobre o atual momento do grupo, da produção do sexto disco de carreira e do show acústico que vai acontecer no TCA, às 21h do dia 22 de outubro. Confira o bate papo: Como você vê o atual momento da banda? Alexandre: Independente do momento que a Scambo viveu ou esteja vivendo, quando montei a Banda até os dias de hoje a ideia sempre foi a mesma. Eu queria ter uma Banda de Rock. Esse sempre foi o sonho. Então isso pra mim é o importante, enquanto eu sentir que entre eu, Pedro, Graco e Fernando tá rolando esse desafio sempre vai valer a pena. É algo muito maior que música e shows. As coisas que acontecem externamente me interessam muito pouco. Acho que o que mudou um pouco hoje é que percebemos que certas coisas que antes nos incomodavam são justamente o que nos tornam uma “Banda” e não um projeto musical. Há uma enorme diferença entre essas duas concepções. E a cena Rock e Alternativa da Bahia? Alexandre: Particularmente eu não sou muito de acompanhar “cenas” e “grupos” ou mesmo o mundo da música em geral. Sou mais da Literatura, do Cinema e das Artes Plásticas. Mas o que eu sinto conversando por aí é uma preocupação demasiada hoje em dia com Instagram, Redes Sociais, etc... e quando você vai ouvir e ver do que se trata é sempre muita coisa parecida, repetitiva. Esse lado da música sempre me causou um certo tédio, tipo a bateria parece Bohan, a guitarra parece Frusciante, essa música soa como os Beatles. Os artistas falam essas coisas como se fosse algo bom parecer com esses caras “bons” (risos). Eu não quero saber se é bom: eu quero saber se é autêntico. Fiquei muito feliz quando comprei o disco de Marcio Mello (O Santo), é um disco foda, você identifica de imediato que ali tem um artista expressando seu momento, suas angústias, amores etc, apenas com a finalidade de se expressar, de criar, sem querer agradar os gostos externos. Eu gosto disso. A Banda Ivan Motosserra do Rogério Gagliano é muito foda também. É o rock de Itapuã nu e cru (risos). Você vê o cara de imediato no som. Vocês estão em estúdio produzindo o sexto disco de carreira. Qual a concepção deste novo trabalho? Alexandre: É sempre difícil esse processo, prazeroso porém difícil. Somos três artistas que divergem em vários aspectos tendo que pintar um mesmo “quadro”. É uma guerra (risos). Estamos exatamente nessa fase de definir o que existe em comum neste momento em nós três para servir de base. Dessa vez o processo de gravação será algo que me agrada bastante: uma atenção maior na música, nas palavras, nas sensações do que nos instrumentos. Sempre tive uma vontade muito grande de gravar um disco nesse formato e talvez o momento seja oportuno. Quais os momentos mais marcantes destes 15 anos de Scambo? Destaque alguns momentos especiais e coisas que você não imaginava vivenciar. Alexandre: Uma coisa engraçada que sempre aconteceu comigo, é quando num certo momento do show, troco olhares com Pedro, Graco, ou com o Chapéu quando ele ainda tocava com a gente. É algo muito estranho, por que às vezes você tá muito pirado com aquela pessoa e aí a gente troca esses olhares no Palco e tudo passa. De imediato vem uma sensação boa de que vale muito estar até hoje com aqueles caras. São 15 anos vivendo o caos criativo juntos. É o momento em que esse “Ser” Scambo engole todos nossos egos e diz: “eu sou maior que vcs”. E aí vem o entendimento do que é ter uma Banda de Rock, é algo muito, mas muito além de música e etc... é quase um rito. Um encontro de pessoas que normalmente nem se dão muito bem pessoalmente mas que juntas, no palco, formam algo significativo. Ultimamente também tem me marcado muito ver o nosso público cantando a música “A Carne dos Deuses”. Essa música tem toda uma história muito forte vivida pelo Edu Chapéu. É um historia que sempre me instigou. Quando eu vejo do palco as pessoas cantando fico imaginando as milhares de interpretações que uma canção pode ter pra cada um. Aí fico ali imaginando se alguém está entendendo o que o Edu queria dizer. É uma viagem. Comemoração do aniversário de 15 anos no TCA, como está a expectativa? O que vocês estão preparando para o público? Alexandre: Não poderia ser em outro lugar. O FLARE é um show especial, a data é especial, e eu não tenho dúvida que vai ser uma noite também especial pra Scambo e pra todos que fazem a Scambo existir. O resto é segredo (risos).
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