Celebrar Rita Lee, este é o propósito do projeto 'Uma homenagem a Rita Lee por Beto Lee in concert', show que surgiu antes mesmo do falecimento de um dos maiores ícones do rock brasileiro, e seguiu seu curso após a passagem da artista, em maio deste ano.
O show, que desembarca neste domingo (5) em Salvador, para uma apresentação inédita na Concha Acústica do Teatro Castro Alves, chega a capital com um gostinho especial de dendê, através do tecladista Danilo Santana, "filho da terra", mas também com toda energia que Rita Lee sempre mostrou nos palcos e transmitiu para o filho, Beto Lee, que conduz o espetáculo.
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Em entrevista ao iBahia, o músico falou sobre o projeto que vem rodando o país e a emoção que é levar para o palco algo tão grandioso como a carreira da mãe.
"É difícil conter todo e qualquer tipo de emoção, né? Ali nesse show e a plateia percebe isso, sabe? Tudo é muito perceptível. A gente não esconde nada, eu olho para o Lee (Marcucci, ex-Tutti-Frutti) volta e meia eu olho para ele, ele tá chorando, tá caindo aquela lágrima solitária. Mas é isso cara, agora então, esse show ganhou um novo significado. Eu não considero um tributo, será sempre uma celebração, até porque minha mãe gostava de celebrar as coisas. Ela era uma pessoa que gostava de festa, gostava de dar risada das coisas, tirar sarro. Enfim, não levar a vida tão a sério. Eu tenho que me segurar algumas horas."
No bate-papo, Beto Lee contou ao site um pouco sobre a construção do show, que teve pitaco de Rita Lee para a montagem do repertório e até mesmo nos ajustes, quando o projeto já tinha ido para os palcos.
"O que é que não poderia faltar sem dúvida os hits e são muitos e foi o que tornou difícil chegar num consenso. Eu fiquei assim em um dilema de perder o sono mesmo, sabe? Como é que eu monto esse quebra-cabeça porque eu passei pelas três fases da minha mãe nesse show, Mutantes, Tutti Frutti e pela fase dela com meu pai, eu pego um pouquinho dos três, então tive que chegar numa conclusão, mandei para eles, perguntei o que achavam, minha mãe fez só uma pequena correção, meu pai gostou", relembrou.
Desde que o projeto começou a rodar o país até agora, o repertório passou por algumas mudanças, mas nada que modificasse a essência do show. "A gente sempre muda volte bem a gente está trocando uma música ou outra testando", contou.
Para dar voz ao projeto, Beto tem como grande companhia a cantora Fernanda Abreu, que acabou aceitando o convite feito pelo herdeiro do rock. O artista conta que ficou surpreso com a resposta positiva de Abreu, já que a artista tem a própria agenda.
"A Fernanda todo mundo conhece ela pelo Funk, pelo Soul, mas ela sabe muito bem transitar pelo Rock, ela tem essa malandragem. Ela conhece a linguagem então e poxa, minha mãe adorava a Fernanda. Elas já eram amigas, já se apresentaram juntas, e eu sempre fui fã desde os primórdios, desde o Blitz."
Questionado sobre a possibilidade de transformar o show em um projeto audiovisual, Beto Lee afirmou que não há nada concreto, mas é um desejo dele e da equipe de eternizar a turnê.
"Estamos fazendo esse show até quando eu não sei, mas não vai ser um daqueles shows que você faz 15 anos ininterruptos. Eu fico feliz que eu consegui celebrar a minha mãe ainda viva, né? Ela viu o começo os primeiros shows até falecer assim, ela viu todos os shows e a gente mandava links para ela assistir de casa, ela assistia comentava. Às vezes escrevi um negócio assim, 'vou jogar a minha calcinha'", disse aos risos.
Quanto a fazer a arte de Rita Lee ser eterna, Beto acredita que não há como apagar uma história: "A força das músicas falam por si, não é à toa que a gente escuta Beethoven até hoje, porque as músicas são incríveis e isso é temporal. Eu acho bacana essa molecada estar descobrindo a minha mãe, a obra dela, eu tava num bloco de Carnaval de São Paulo que é o 'Ritalina', e é um bloco muito legal, todos os hits viram marchinhas, e eu vi adolescentes da idade da minha filha, cantando em alto e bom som 'Lança Perfume', 'Baila Comigo', essa molecada não viu minha mãe em ação. Eu acho que daqui a 100 anos continuaremos escutando Beethoven, Mozart, Beatles, Mutantes e tantos outros. Eu acho que isso daí nunca vai morrer, é imortal".
O show 'Uma homenagem a Rita Lee por Beto Lee in concert' acontece no dia 5 de novembro na Concha Acústica do Teatro Castro Alves, às 19h. Os ingressos estão disponíveis no Sympla e custam a partir de R$ 48.
