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MÚSICA

Vitor Fadul fala sobre carreira, comemora música nova e relembra primeiro encontro inesperado com Karnal

Além de ator, artista também é cantor e iniciou o ano com lançamento, com direito a clipe

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Redação iBahia

30/01/2023 às 19:00 • Atualizada em 30/01/2023 às 23:58 - há XX semanas
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					Vitor Fadul fala sobre carreira, comemora música nova e relembra primeiro encontro inesperado com Karnal
Foto: Reprodução/Instagram

Vitor Fadul já era conhecido pelo trabalho que produz quando iniciou o relacionamento com Leandro Karnal, há 4 anos. Porém, o nome do cantor, que também é ator, repercutiu bastante nos últimos dias, depois que o casamento dos dois foi divulgado pelo historiador. Em meio a essa onda, recentemente, Fadul lançou uma música, com direito a clipe, e movimentou a web mais uma vez.

Para saber mais detalhes sobre a vida profissional e pessoal do artista, o iBahia conversou com ele. Durante a entrevista, Fadul falou sobre carreira e processo criativo, comemorou o lançamento de "Cookie" e relembrou o começo do relacionamento com Karnal, desde o primeiro encontro inesperado. Confira abaixo a entrevista completa:

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Carreira

1 - Vitor, gostaria de começar a entrevista te conhecendo melhor enquanto artista. Conta, por favor, como e quando foi o seu contato com a música? Quando você descobriu esse talento, essa paixão?

Eu tinha cinco anos quando cantei com meu pai na igreja. Com essa mesma idade eu era vidrado no grupo Rouge. Sabia dançar todas as músicas. Colocava o som alto na laje de casa e fazia minha performance de frente pra rua. Além disso, eu vivia na minha imaginação fazendo minhas apresentações para mim mesmo. Teve uma vez que queria me vestir de Zorro e como não tinha a roupa específica, então peguei o saco plástico de lixo, cortei, e me vesti de saco. Era uma criança muito artística, meus pais diziam. Minha relação com a música então, está diretamente ligada à representação, arte e imaginação.

2 - Vi que também é ator e já fez shows de mágica. Ou seja, é um artista multitalentoso. Como é isso? Você se diria mais cantor ou mais ator?

Me considero artista. Amo a arte de uma forma geral e dei meu sangue para trilhar esse caminho. Comecei a fazer teatro aos 9 anos, porque fui sozinho atrás disso. Pegava o ônibus e ia. Com 18 anos já era ator profissional. A mágica eu comecei a estudar com essa mesma idade. Sou fascinado pelo teatro, pelo circo, pela mágica e por cantar. Tudo o que fui fazendo foi para ser um melhor cantor. Ser um melhor cantor, na minha visão neurodivergente, é ser um artista com muitas possibilidades. Amo ser cantor e em ser cantor há o artista.

Processo criativo

3 - Normalmente, como acontece o seu processo de composição? Você tem algum artista que seja referência?

Escutei muita coisa na minha vida. Na adolescência escutei muito rock pesado, sem nunca ter deixado de escutar Beyoncé, Lady Gaga e Adam Lambert, por exemplo. Escutei desde o funk até a música clássica. Creio que tudo isso me faz ter um referencial geral para as composições. O meu processo de composição é curioso. Eu sinto que recebo a música do universo. É como se não fosse exatamente eu que compusesse e sim como se meu corpo fosse um transmissor de uma ideia que precisa estar aqui. Vou seguindo uma voz que fala dentro de mim.

Estou fazendo qualquer coisa e uma melodia começa a tocar na minha cabeça. Preciso abandonar tudo o que estou fazendo naquele momento e ir gravar no gravador. As músicas, normalmente, me vêm em uma língua desconhecida, que eu denomino de língua fonética, língua dos fonemas ou fonemol. Depois tento entender o que aqueles sons querem me dizer, e dentro de alguma ideia que eu já quero desenvolver, sai a letra da música. Tomo muito cuidado para não definir os signos, através da letra. Porque gosto que cada pessoa que escuta, tenha a sua própria percepção e compreensão.

Esse cuidado que tomo é artesanal. Quando vou pro estúdio, dirijo a produção musical para chegarmos exatamente naquilo que está na minha cabeça. Tratando-se de ideias abstratas, é um grande desafio trazer esse novo ser (a música) para o mundo.

Música nova

4 - E como surgiu a inspiração para "Cookie"? Vi que a ideia surgiu enquanto assistia uma peça, né? Como foi a criação dessa música?

Sim, enquanto assistia a peça “A Cantora Careca”, feita pelo grupo TAPA. Essa peça é considerada a primeira peça do teatro do absurdo!. Assistindo e amando, tive a impressão que o autor da peça, o Eugène Ionesco, estava na minha cabeça. Foi uma das primeiras e raríssimas vezes que eu saí muito chocado de algum evento que poderia ter estímulos visuais, com a sensação de que alguém tinha entrado dentro da minha cabeça para criar aquilo que eu acabara de presenciar! Eu achei ele muito absurdo e de uma forma que é o que é viver dentro da minha cabeça. Minha mente é um absurdo e eu me divirto muito dentro dela. Esse absurdo que me torna criativo.

Em um momento específico da peça, o meu atual single “Cookie” começou a tocar na minha cabeça. Pensei: “Essa música é muito interessante, mas apesar da peça ser absurda, não posso pegar o celular e gravar, não posso interromper a peça”. Não gravei. Depois que sai, a melodia continuou tocando, junto de toda uma imagem cinematográfica, que não tem a ver com a peça, mas que veio do absurdo que é a minha cabeça.

Curiosamente, ao sair da peça eu pesquisei sobre o autor, Eugène Ionesco, e fiquei todo arrepiado ao descobrir que aquela mente, tão absurdamente parecida com a minha, faz aniversário no mesmo dia em que eu, no dia 26 de novembro (risos).

Relacionamento

5 - Entendo que a pauta é sobre sua música e o lançamento, mas é claro que a gente não pode deixar de falar também sobre o seu relacionamento com Karnal. Quando e como vocês se conheceram? Conta pra mim como foi esse início de relação, por favor.

É uma história imensa! Mas vou tentar resumir. Nos conhecemos no teatro. Eu já era um grande admirador e fã do Leandro, tinha acabado de ler um livro dele, “Conversas com um jovem professor”. Porque na faculdade de Filosofia, na disciplina de Pedagogia, foi requisitada a leitura de dois capítulos. Li o livro inteiro, óbvio. Foi uma leitura muito interessante, porque era como se ele falasse comigo.

Quatro dias depois de finalizar a leitura, fui assistir uma peça, junto de uma amiga, também atriz, a talentosíssima Teca Pereira. Fomos conversando sobre o próprio Leandro Karnal, em como o admirávamos. No foyer do teatro, o Leandro estava com um amigo - o Reiner Cadete, também ator - que conhecia a Teca, e se cumprimentaram. Conversamos, fiquei muito feliz. Eu e o Leandro nos tornamos amigos. Depois de um ano eu estava completamente apaixonado pelo Leandro, ele já era apaixonado por mim, então, começamos a nossa história.

6 - Como você avalia a repercussão que tomou a relação do casal após vocês terem tornado público o relacionamento? Como tem sido?

Tem sido uma grande repercussão, as pessoas não estão acostumadas com as inúmeras formas que há de amar e, portanto, o tema pega fogo. Estamos muito bem e tranquilos com tudo.


				
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