"A crítica brasileira sempre foi medíocre", diz Nando Reis

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Nando Reis é um daqueles artistas multitalentosos. Além de cantar e tocar, o ex-Titãs é autor de diversos hits da música popular brasileira, cantadas em vozes como a de Cássia Eller, Marisa Monte, Samuel Rosa, dentre outros. Não à toa, o músico é um dos convidados para integrar o elenco do projeto 'Nivea Viva Rock', que chegará a Salvador no próximo domingo (22).Antes de se apresentar em solo baiano, o cantor bateu um papo com o iBahia e falou sobre o que espera do show, sua relação com o público baiano, novos projetos, carreira e muito mais. Confira a entrevista na íntegra:O projeto Nivea visa sempre valorizar um artista, mas desta vez irá focar no Rock nacional. Qual a importância dessa exposição? Acho no mínimo justo! O rock é parte significativa e importante da história da música brasileira. Até porque é tudo muito misturado. Essa compartimentação dos gêneros é muito relativa e redutora. Cabe lembrar que em 2014 o projeto Nívea foi sobre o samba. Fazer um repertório para um show que valoriza o Rock Nacional não deve ser fácil. Como vocês estão pensando em fazer a setlist sem deixar nada escapar? É impossível abranger tudo. Há limitação de tempo, arranjos que tentamos e não funcionaram, uma série de fatores e critérios que levaram a essa seleção final. O repertório foi montado pela Monique e pelo Liminha. Mas no fim das contas, tudo acaba sendo decidido nos ensaios. De uns anos para cá, você retornou mais vezes a Salvador, sempre com bons públicos. Como é cantar aqui? Sente algo diferente? A Bahia é muito musical. E o público muito animado. Adoro tocar em Salvador! Seus filhos parecem seguir os passos do pai, inclusive estão no programa 'Superstar'. Como é o Nando fã? Costuma dar dicas ou palpites? Na questão do trabalho deles eu não interfiro, não ajo como pai. Conversamos, eles me consultam quando querem minha opinião. Eu admiro muito os dois, Theo e Sebastião. Sempre incentivei meus filhos a buscarem seus caminhos. Recentemente saiu a notícia de que você foi um dos cantores sul-americanos escolhidos para participar do projeto especial dos músicos do Pearl Jam e do Guns 'n' Roses, o Leeve Walkers. Como surgiu essa parceria e quais as propostas e expectativas? Esse convite veio através do Barrett Martin, baterista do Leeve Walkers. Barrett é um grande amigo meu, produziu junto com Jack Endino o disco que acabei de gravar (músicas inéditas) que será lançado em setembro. Nos conhecemos desde 2000 e ele gravou em vários discos meus. Mike McCready (do Pearl Jam e do Leeve Walkers) também tocou numa faixa. Fui convidado para fazer melodia e letra em duas musicas, e cantar. Fiquei muito feliz. Já escolhi as musicas, mas ainda não comecei a trabalhar nelas.

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Você chegou a afirmar que seu último disco havia sido bastante criticado por ser popular. Mas você também já se posicionou indiferente com relações às críticas. Ainda assim, te incomoda, de certa forma, este selo de 'popular’?Claro que não! Gosto de que minha música seja ouvida, gostada, de que seja popular. O que me incomoda é o preconceito da crítica que acha que ser popular significa não ter qualidade artística, sofisticação musical. Meu trabalho tem altíssima qualidade. E a crítica brasileira sempre foi medíocre, preconceituosa, em geral feita por ressentidos e recalcados.Apesar de uma carreira consolidada, ainda é recorrente assimilarem sua imagem apenas às composições, sendo interpretadas por outros artistas, como Cássia Eller. E essa fama, te incomoda? Como você lidou com isso ao longo da carreira?Isso não me incomoda de maneira alguma. Estar associado a Cássia Eller, Marisa Monte, Arnaldo Antunes, Titãs, Samuel Rosa, Skank... é motivo de felicidade e orgulho. *Com orientação e supervisão da repórter Marília Galvão