icone de busca
iBahia Portal de notícias
CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
NEM TE CONTO

“Adoro essa reflexão risível”, diz Luis Miranda sobre 7 Conto

A comédia tem uma profunda marca de crítica que gera reflexão a quem assiste

foto autor

25/10/2010 às 17:18 • Atualizada em 29/08/2022 às 14:42 - há XX semanas
Google News iBahia no Google News

'Eu acho que todo drama tem um profundo toque de humor, assim como todo humor tem um profundo toque de drama'. É assim que Luís Miranda, que está com sua peça em Salvador, define sua experiência como ator de teatro, TV e cinema. O artista se dá bem com todos os papéis que lhe são dados, desde o contido e dramático de Jean Charles, aos 7 que ele interpreta no espetáculo 7 Conto, onde também assina o roteiro, e tem direção da atriz Ingrid Guimarães. Luis Miranda contou ao portal iBahia seus planos futuros e falou sobre o sucesso do espetáculo que está em cartaz no Teatro Jorge Amado, na Pituba, de sexta a domingo às 20h, até o dia 21 de novembro de 2010. iBahia - Você prefere fazer cinema, TV ou teatro? Olha, eu acho que não tem muito uma preferência não. Depende muito do que você faz em cada lugar. Eu vou dizer que eu amo fazer teatro porque foi minha primeira escola. Eu comecei a fazer teatro muito novo, já fazia na escola e com 14 anos comecei a fazer no Sesc. Eu digo que Teatro é minha paixão porque hoje eu consegui fazer uma peça onde além de fazer as coisas que eu quero, ter criado o texto, enfim, ter toda uma concepção que é minha, eu acho que eu amo ver o resultado de uma coisa que é muito imediata que é: você termina o espetáculo e vai saber se as pessoas gostaram ou não. No cinema e na televisão é bem diferente. Então eu acho que gosto mais de teatro por causa desse imediatismo do resultado que acontece. iBahia - E a dança? Eu amo! Eu tenho formação de dança, eu sempre gostei de fazer aula. Eu adoro dançar, eu acho que a dança completa muito um artista e que é uma das coisas mais importantes que um artista tem que saber, além de falar, saber mexer o corpo. Um corpo inútil é um corpo que não tem porquê estar em cena, tem que estar vivo. iBahia - Quando você começou a fazer 7 Conto?O espetáculo acabou de completar 4 anos. Eu comecei em 2006, lá no Rio de Janeiro, no Teatro Laura Lovin. A direção foi da Ingrid (Guimarães), foi uma produção muito difícil de fazer porque a gente não tinha muito dinheiro. Mas conseguimos com uns amigos da Trama Gravadora um pouco de dinheiro para fazer a peça. A estréia foi muito crua, não era o espetáculo que é hoje, e estreei muito inseguro porque eu estava fazendo muita coisa ao mesmo tempo. Hoje eu me sinto muito feliz. iBahia - A peça ao mesmo tempo que é uma comédia, é uma crítica a sociedade. Você se baseia em quê? Eu acho que uma coisa está muito ligada a outra. A gente ri da crítica. A gente faz a crítica justamente pra isso, pra de alguma maneira despertar pra uma coisa que não seja aquela coisa 'panfletária'. Uma coisa seria, eu chegar e falar isso ta certo ou isso ta errado. Outra coisa é eu trabalhar uma ironização, como eu faço com questões contudentes no país. Então eu acho que fazer o riso é exatamente pra chamar atenção das coisas sérias. Parece meio dispare, mas faz muito sentido você, através da risada, comover as pessoas. Meu objetivo na verdade é fazer com que as pessoas reflitam. Então pra mim se as pessoas refletirem, se as pessoas tiverem um posicionamento ou pensarem em alguma coisa naquele momento, eu já vou estar muito satisfeito. iBahia – Então, você quer que as pessoas saiam daqui rindo ou refletindo mais? Um pouco de tudo. Eu adoro essa reflexão risível. No teatro vem gente de todos os níveis, vêm pessoas que nunca vieram ao teatro, vêm intelectuais, pessoas que vêm só pra ver o ator. Tem gente que vem pra ver que fenômeno é esse. Então minha idéia central é fazer com que as pessoas saiam daqui entendendo que o teatro pode ser diferente. Que o riso não é só o riso, que a graça não é só a graça, que existe uma possibilidade de você rir e refletir, de você rir e pensar. Eu me interesso pelas pessoas que saem daqui comovidas e divertidas. iBahia - Qual das 7 personagens você se identifica mais? É muito difícil. Eu acho que não existe um personagem que seja só eu mesmo. Eu vou dizer que a Dona Editi é uma personagem que eu adoro fazer porque tem uma coisa muito pitoresca dessas histórias da minha vizinha, um pouco das coisas da minha mãe que eu boto junto às vezes. Mas eu amo todos assim. Eu amo a Sheila, eu adoro fazer essa perua milionária, adoro o Queixada. Eu adoro fazer assim, sem pensar qualquer um deles. iBahia - Quais foram as cidades que você já passou com o espetáculo? Não vou me lembrar de tudo mas... Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande, Cuiabá, São Luís, Recife, fortaleza, Aracaju, São Paulo, Rio de Janeiro, algumas cidades do interior de São Paulo, algumas cidades do interior da Bahia como Ilhéus, Itabuna, Barreiras, Vitória da Conquista, Feira de Santana... iBahia - Você sente diferença em se apresentar em outros lugares e em se apresentar em casa? É muito gostoso você estar em casa né? Imagina, eu faço uma piada que é a cara do baiano, essa ironia, essa maneira debochada que a gente tem de fazer as coisas, e acho que o público aqui se identifica muito. Mas tenho essa sensação forte que no Brasil inteiro as pessoas gostam e se identificam, mas na Bahia é mais forte. iBahia - Como é sua relação com Ingrid Guimarães?Ah, é maravilhosa! Minha amiga. Estamos em um projeto juntos, um Sitcom chamado Batendo o Ponto. Já gravamos devemos ficar na grade do ano que vem. To super feliz de voltar a fazer televisão com ela, é uma parceria incrível. Minha grande amiga, eu tenho muito orgulho de sermos parceiros e fico feliz dela ter aceitado dirigir. É incrível. iBahia - Você vai fazer uma participação na nova série da Globo As Cariocas. Como é a sua personagem? É uma personagem divertida chamada Margareth, uma travesti que faz ponto na rua, ela e as atrizes Rosi Campos e a Leona Cavali. Na história elas encontram a personagem da Angélica, que é uma mulher que foi traída pelo marido está indo pra rua à forra. E essas prostitutas ficam ajudando ela a escolher um cara pra ela poder transar. Então é super divertido esse episódio. Fiz também A Grande Família, que deve ir ao ar logo. iBahia - Qual o planejamento pra TV e cinema? Tem o Sitcom sobre o empresariado, sobre trabalho, são pessoas que trabalham juntas, é bem corporativo. Vou fazer o Josh, um personagem bem divertido e que trabalha numa fábrica de cola. Vai ao ar em dezembro junto com os especiais do final de ano, e acho que tem tudo pra emplacar. Em novembro estréia um filme que eu fiz chamado Muita Calma Nessa Hora. Estou muito feliz, tem muita coisa boa acontecendo. iBahia - Como é a sua experiência com o 'não-comédia'?Eu fiz o Jean Charles que é um filme nada fichinha. Fiz o filme O Signo da Cidade da Bruna (Lombardi), que é mais contido. Eu me dou muito bem com todas as coisas que me dão pra fazer. Eu acho que todo drama tem um profundo toque de humor, assim como todo humor tem um profundo toque de drama. As personagens aqui eu faço pra valer, de verdade. Porque eu acho na verdade que as pessoas riem porque é muito levado a sério. Então esse ridículo do sério é que torna a comédia engraçada.

Leia também:

Foto do autor
AUTOR

AUTOR

Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!

Acesse a comunidade
Acesse nossa comunidade do whatsapp, clique abaixo!

Mais em Nem Te Conto