Adriana Esteves brilha como a vilã Carminha, de Avenida Brasil

A trajetória de Adriana Esteves, 42 anos, fala por si só. Apesar de ter sofrido síndrome do pânico por dois anos - entre 1993 e 1995 - após receber duras críticas por sua atuação na novela Renascer, atualmente, Adriana se firma entre as melhores atrizes de sua geração brilhando como a vilã Carminha, de Avenida Brasil, novela das 21h da Globo/TV Bahia. Apesar de todas as maldades, Adriana é apaixonada pela personagem. Para a atriz, o papel é um doutorado com disciplinas sobre as vilãs do cinema dos anos 1950, psique humana e a sociologia da nova classe média brasileira. “É a minha tese de cientista”, conta a atriz, que tem enfrentado uma jornada diária de até 12 horas. “Me preparei para ser odiada, mas não sei o que vai acontecer no fim. A sorte é que eu tenho uma família deliciosa, que sempre me apoia. Saio do estúdio com a sensação de dever cumprido”. E não é só Adriana que torce pela vilã. O autor João Emanuel Carneiro já declarou que ama Carminha e boa parte do público também torce por ela, apesar de seu caráter para lá de duvidoso. Apesar de Carminha não ser a primeira vilã no currículo de Adriana, ela acredita ser sua personagem mais difícil até o momento. “Como sou muito dedicada e obsessiva pelo meu trabalho, sempre acho que o atual é o mais difícil. Mas lhe falo de coração: aos 23 anos de profissão, até agora foi a personagem que encontrei mais dificuldade e a que estou tendo que trabalhar mais”. NazaréAdriana conta que se inspirou em Nazaré Tedesco, papel de Renata Sorrah em Senhora do Destino, para dar vida à vilã. Inclusive, foi a própria Adriana que interpretou Nazaré na primeira fase da trama de Aguinaldo Silva. “Peguei um pouquinho da Nazaré, sim, mas não gosto de ficar falando das minhas influências durante a execução do personagem. Gosto de guardar”. E Carminha ainda vai aprontar muito na trama. Nos próximos capítulos, a vilã vai procurar o filho Jorginho (Cauã Reymond) para dizer que Rita (Débora Falabella) quer se vingar dela. “Jorginho, o que essa tal de Rita falou sobre mim?”, questiona. Surpreso, o jogador de futebol pergunta como Carminha a conhece. A vilã diz que não conhece Rita direito, mas sabe que a moça a conhece e a odeia. O filho de Tufão (Murilo Benício) pergunta por que a mãe acha isso. “Coisa antiga. Minha família e a dela brigaram, já faz muitos anos, teve jura de morte, até, foi violento”, diz Carminha, que tenta a todo custo arrancar alguma informação do filho. O jogador de futebol se irrita e vai embora deixando a mãe apreensiva. “Numa gravação, temos que dar o corpo, imaginar coisas que a gente deseja esquecer. Estou tendo que dar a cara para isso, não posso colocar nada debaixo do tapete. Nesse sentido é pesado, mas é a minha profissão e tenho que ter um mecanismo de defesa”, afirma Adriana, que concilia a vida profissional com a pessoal. “Tenho uma família linda, um marido deslumbrante. Tenho que desligar do trabalho”. A atriz contou recentemente que não lê nada sobre a novela: “Não quero me influenciar”. TrajetóriaAdriana começou a carreira em Top Model, exibida em 1989. Desde então, só parou por dois anos, por causa da síndrome do pânico. “Foi um período muito triste. Acho que passei por uma situação pela qual várias pessoas passam. Foi muito sofrido. Tive uma depressão. Não sei se foi depressão ou síndrome do pânico. Fui medicada, tratada. Faço análise até hoje e, graças àquela fase, aprendi a ter a análise na minha vida, o que me faz muito bem. Fui ao fundo do poço e subi”. Entre os seus papéis mais marcantes estão Torre de Babel (1998), O Cravo e a Rosa (2000), Coração de Estudante (2002) e Dalva e Herivelto – Uma Canção de Amor, exibida em 2010. Adriana vive há seis anos seu terceiro casamento, com o baiano Vladimir Brichta, com quem tem Vicente, 5. Dos dez anos em que foi casada com Marco Ricca, veio Felipe, 10. O primeiro marido foi o professor de jiu-jítsu Totila Jordan, com quem ficou dos 19 aos 21 anos. A atriz considera Agnes, filha de Vladimir, sua filha. Agnes é órfã de mãe. A primeira mulher de Vladmir, a cantora Gena Ribeiro, morreu em 1999, vítima de uma doença sanguínea rara: “Ela me chama de mãe e chama a Gena de mamãe. Ela tem a família da mãe dela, que a gente respeita muito”.