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Amazona rompe silêncio e volta a acusar Christiano Rangel

Aida Nunes, 30, revelou detalhes de sua versão para a noite do dia 12 de janeiro, quando alega ter sido espancada e aprisionada pelo empresário baiano

• 07/06/2013 às 8:48 • Atualizada em 02/09/2022 às 1:40 - há XX semanas

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Rangel é acusado de lesão corporal, ameaça e sequestro com cárcere privado
“Não é fácil passar quase dois meses com os dois olhos roxos e sentindo dor. Não pude trabalhar, não podia sair sem óculos escuros, perdi muitas aulas na universidade, passei por assistência psicológica e por diversos exames, principalmente tomografias, pois tive traumatismos no crânio. E tudo isso eu vivi, me sentindo humilhada como mulher e como ser humano”.
O depoimento da amazona Aida Nunes, 30 anos, foi feito ontem ao CORREIO, quase seis meses depois do episódio em que, segundo ela, seu ex-namorado, o empresário Christiano Rangel, a agrediu.
Aida, atual campeã baiana de hipismo, quarta colocada no ranking nacional de sua categoria e dona de uma série de troféus, faz parte, hoje, das estatísticas de agressões físicas contra mulheres na Bahia.
Na madrugada de 12 de janeiro, ela comemorava o aniversário numa festa no Rio Vermelho quando entrou no carro de um amigo.
“Só então ela percebeu que Christiano estava no carro e não conseguiu mais sair”, disse o advogado da vítima, Rosberg Crozara. Segundo a amazona, Christiano a levou até o apartamento dele, na Barra, onde a espancou e a deixou trancada em um quarto. Ela só conseguiu sair porque sabia onde ficava uma chave reserva. Aida acusa Rangel de lesão corporal, ameaça e sequestro com cárcere privado.
Amazona campeã baiana de hipismo agora integra estatísticas de agressão à mulher no Estado
O episódio foi o desfecho de cerca de um ano e meio de relacionamento. “No início, ele era extremamente carinhoso e gentil, porém com o tempo comecei a perceber algumas atitudes grosseiras com outras pessoas, que eu não concordava. Brigávamos muito por conta disso”, disse a mulher.
Ela lembra que a queixa prestada na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) este ano não foi a primeira. Em outra ocasião, após uma festa, Christiano a pegou com força pelo braço e a sacudiu. Ela prestou queixa na 14ª Delegacia (Barra) e deixou o país. Mas as insistências do ex fizeram com que Aida desistisse da queixa.
Agora, segundo ela, não há volta. “Eu não posso aceitar que uma pessoa simplesmente destrua o meu rosto! Se eu não denunciasse, a minha família o faria. Eu sabia sobre a Lei Maria da Penha, é uma lei eficiente, e sei quais são os meus direitos como mulher”.
A amazona quer que sua atitude sirva de exemplo. “Acho que não há espaço para esse tipo de machismo violento numa sociedade evoluída, num país governado por uma mulher. As mulheres precisam lutar umas pelas outras. Quem omite também comete um crime, ou participa dele”.
Defesa
Rangel contesta a versão de Aida. O advogado do empresário, Fabiano Pimentel, diz que o cliente afirma que a mulher “estava alcoolizada e ficou agressiva”. Segundo Pimentel, os hematomas em Aida foram provocados por uma queda. A amazona diz que o exame de corpo de delito descartou esta versão.
“Em momento algum houve cárcere privado, nem ameaça. O que aconteceu foi uma lesão corporal. Vamos ver se ele foi o culpado ou não”, declarou Pimentel. Ele disse que o cliente está trabalhando há três meses fora de Salvador e não irá se entregar à polícia.
Punição
A Justiça aplicou a Rangel uma medida protetiva que o obriga a manter distância mínima de 300 metros da ex. Ele também não pode frequentar determinados lugares ou entrar em contato com a vítima, familiares dela ou testemunhas. Em juízo, Aida disse que Rangel vinha descumprindo a determinação.
Por conta disso, a juíza Márcia Lisboa decretou a prisão preventiva de Rangel em 13 de maio. Quase um mês depois, ele continua foragido e aguarda o julgamento do pedido de habeas corpus. Seu advogado considera o mandado “ilegal e desnecessário”.
Esta não é a primeira vez que o empresário é acionado judicialmente por lesão corporal. Em 2001, ele se envolveu em uma briga em um hotel de Brasília e foi acusado de agredir o advogado Voltaire Valle Filho, que sofreu fraturas múltiplas na face.
Como foi publicado ontem com exclusividade pela Coluna VIP*, do CORREIO, Aida Nunes usou sua página pessoal no Facebook para dizer que sua família oferece uma recompensa a quem fornecer “informações sobre o paradeiro do criminoso”. Ela disse que quer colaborar com o trabalho da polícia. “Enquanto ele estiver solto, fico com medo de ir a qualquer lugar”.
O advogado da amazona disse que o anúncio da recompensa não foi uma orientação jurídica e aguarda o trabalho da polícia. “Nós entendemos que há uma sobrecarga, mas acreditamos que a Polícia Judiciária cumprirá o mandado da Justiça”, disse.
A delegada Ana Virgínia Paim disse que o mandado continua em aberto.“Se ele se apresentar, será preso imediatamente”, afirmou.
Deam de Brotas registra 600 casos por mês
Em Salvador, as delegacias especializadas no atendimento à mulher de Brotas e Periperi concentram as ocorrências de violência doméstica. Em Brotas, onde Aida prestou queixa, a média é de 600 ocorrências mensais. Já em Periperi, entre 1º de janeiro e 5 de junho deste ano, foram 1.582 queixas.
As denúncias podem ser feitas em qualquer delegacia, mas as duas unidades registram apenas casos de violência familiar. As demais são encaminhadas às delegacias territoriais. O maior contingente é de lesões corporais, ameaças e crimes contra a honra (injúria, calúnia e difamação).
A Lei Maria da Penha, editada em 2006, prevê prisão de três meses a três anos para os agressores. A delegada Ana Virgínia Paim diz que os agressores, em geral, são pais, namorados, companheiros, filhos, primos ou tios das vítimas. Ela explica que, nas delegacias, a própria vítima precisa prestar a queixa, diferentemente da central telefônica, que recebe denúncias de terceiros.
Do ano passado para cá, o incremento no volume de ocorrências foi de 8%. O último balanço semestral (2012) das denúncias recebidas pela Central de Atendimento à Mulher aponta a Bahia como o terceiro estado em atendimentos: taxa de 448,88 por cada 100 mil habitantes, ficando atrás apenas do Distrito Federal e do Pará.
Matéria original Correio 24h

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