Boa parte dos funcionários chegando mais cedo no trabalho para poder se picar a tempo. O professor mal terminou a última frase e os universitários já deixaram a sala. As duas histórias são ficcionais, mas vão fazer todo sentido na noite de hoje. Motivo? O último capítulo de Avenida Brasil, novela da Globo/TV Bahia. O fenômeno, escrito pelo carioca João Emanuel Carneiro, promete parar parte do país hoje. Em Salvador, é sintonizada por oito em cada dez televisores ligados no horário. A trama ainda tem o mérito de inaugurar um novo tipo de audiência: as redes sociais. Segundo levantamento da Seekr, empresa que monitora marcas em redes sociais, em apenas 24 horas, entre os dias 9 e 10 de outubro, foram registradas sete mil menções ligadas a personagens da trama. Nos últimos meses, no Twitter, o termo “oi, oi, oi”, tema de abertura da novela, sempre figura entre os assuntos mais comentados. Já no Facebook, a onda é tirar sarro de alguns personagens - sim, o “corno” do Tufão (Murilo Benício) sofre - e, principalmente, elogiar Adriana Esteves e sua bela vilã Carminha. “Adriana é boa para caramba. Ela foi muito criticada na época de Renascer (1993) e recomeçou”, opina o dramaturgo baiano Cláudio Simões, 44 anos. Vilã humilhada A maior audiência registrada pela novela foi no capítulo de 8 de outubro, no qual Tufão descobriu que foi traído por Carminha e Max (Marcello Novaes) a vida inteira.
Em São Paulo, a média ficou nos 49 pontos, enquanto no Rio chegou aos 53 (cada ponto equivale a 60 mil domicílios). No mesmo dia, em Salvador, a média foi de 62 pontos, com pico de 65. Estes números fazem de Avenida Brasil o programa mais visto da TV de 2012. O diretor teatral Fernando Guerreiro, 51, endossa o coro e aproveita para elogiar o autor João Emanuel: “Acho que ele é o grande dramaturgo do momento. Avenida Brasil é muito bem amarrada e tem essa coisa de construir e desconstruir no mesmo capítulo”. A repercussão de Avenida Brasil é tanta que Guerreiro confessa que tomou um susto: “No dia que o Tufão expulsou a Carminha de casa foi um alvoroço aqui na minha rua. Parecia que estavam vendo um jogo de futebol, nunca tinha visto isso com novela”. Com união de ótimo texto, direção impecável de Ricardo Waddington e Amora Mautner e excelentes atuações, a trama tinha mesmo tudo para dar certo e foi aclamada também pela crítica. “João conseguiu resgatar o público da telenovela e, principalmente, conseguiu atingir o público masculino. Ele me remete aos grandes Silvio de Abreu e Janete Clair”, comenta Cláudio. Bom, mas a grande pergunta das rodas de bares e escritórios é: quem matou Max? A resposta será dada hoje. Várias especulações já circulam na internet e inclusive há brincadeiras para anônimos criarem suas versões para o crime. O que se sabe é que foram gravados vários finais e, segundo o autor, até Genésio (Tony Ramos), que morreu no começo da trama, pode ser um dos suspeitos. Carminha, Lúcio (Emiliano D’Avila) e Santiago (Juca de Oliveira) são outros fortes candidatos. Segundo o jornal Extra, o capítulo de hoje será marcado também pela reconciliação das duas grandes rivais da trama. Carminha pedirá perdão por tudo que fez com Nina (Débora Falabella). Emoções finais Em outros núcleos, o desfecho não deve surpreender. Finais felizes estão garantidos para Olenka (Fabíula Nascimento) e Adauto (Juliano Cazarré); Darkson (José Loreto) e Tessália (Débora Nascimento). O inusitado fica para Suelen (Ísis Valverde), que dá à luz um menino e vive feliz ao lado de Leandro (Thiago Martins) e Roni (Daniel Rocha). Ah, claro, também para o núcleo rico. Alexia (Carolina Ferraz), Noêmia (Camila Morgado) e Verônica (Débora Bloch) vão oficializar a união com Cadinho (Alexandre Borges). E quem está por trás de tamanho fenômeno? O filho da escritora e crítica de arte Lélia Coelho Frota e do artista plástico Arthur José Carneiro Silva. A carreira de João começou aos 15 anos, quando colaborou com Ziraldo nos roteiros de Pererê e O Menino Maluquinho. Depois, roteirizou alguns curtas e colaborou com o premiado Central do Brasil (1998), de Walter Salles. A primeira novela, Da Cor do Pecado, é de 2004. De lá para cá, João não parou e tem no currículo outro grande sucesso: A Favorita (2008). Com mais essa bola dentro, o rapaz fica cheio de moral dentro da emissora carioca. Matéria original: Correio 24 Horas Avenida Brasil chega ao fim em clima de comoção nacional
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