Bruna Linzmeyer, 25 anos, atriz e ativista pela causa LGBT (sigla para Lésbicas, Gays, Bissexuais e Trans), explicou à revista "Donna", do Festival de Gramado, o motivo de se posicionar como lésbica. Ex-namorada do ator Michel Melamed, a artista atualmente namora a artista visual Priscila Visman e, no meio artístico, é uma das grandes representantes do relacionamento homoafetivo entre mulheres.
"É um ato político usar essa palavra. Porque eu, como ser humano, não quero ser reduzida por essa palavra em nenhuma esfera. Se fosse pensar na minha sexualidade, a minha sexualidade é livre: quero, posso e vou ficar com quem eu quiser. Existe até um nome para isso, que é pansexual ou panafetiva. Vou me relacionar com seres humanos, não importa o gênero deles, a sexualidade, com o que ele se identifica. Mas o uso da palavra lésbica, porque também sou lésbica, não sou só lésbica, é importante para o ato de luta. As pessoas falam pouco a palavra lésbica, né. Além de ser homoafetiva ou homossexual, eu ainda sou mulher. E é isso que a palavra lésbica traz. Há um preconceito, um machismo e misoginia porque é mulher e também porque namora outras mulheres. Por isso o uso dessa palavra é importante. Mas considero a minha existência, o meu corpo e o meu prazer muito maior do que qualquer caixinha", frisa.
A artista catarinense considera que, na classe artística, ainda há pouco posicionamento de mulheres lésbicas, se a atitude é comparada ao número de homens gays que se assumem: "Tanto no cinema quanto na televisão, a representatividade homossexual ainda é muito sobre os homens gays, pouco sobre as mulheres lésbicas. Acho que a gente precisa falar mais sobre todas as minorias políticas e a gente também precisa dar mais espaço neste segmento específico para as mulheres lésbicas. Já tiveram outros, mas a maneira como está sendo tratada agora a história da Nanda (a atriz Nanda Costa, que interpreta uma personagem gay na novela Segundo Sol e também assumiu, neste ano, o relacionamento com a compositora Lan Lanh), é linda. É muito importante (...) O que representatividade traz é pertencimento. Não sou estranha, não estou doente. Não tem nada de errado comigo. Quem está doente são vocês que estão achando meu amor estranho. É isso que representatividade traz. É muito importante tanto na narrativa, quanto na vida, nas ruas. Eu boto a maior fé, tipo: “Galera, só vive feliz. Só anda na rua e faz o que quiser porque você pode”.
Bruna afirma que a reação dos pais foi de apoio e cuidado no momento em que ela decidiu anunciar sua orientação sexual: "Meus pais são maravilhosos, eles super me apoiam. Claro que, junto comigo, também enfrentaram algumas coisas, mas foi muito importante o apoio deles. Tanto de eles falarem: “Acho um pouco estranho, não estava preparado para isso, mas eu te amo, você é minha filha e quero que seja feliz. Vamos junto nessa caminhada, quero aprender junto com você”. Essa atitude é a mais importante e mais bonita. Se tiver algum pai que vai ler isso (risos)… Conseguir se conectar com o amor, com coisas que seu filho tenha para ensinar ou descobrir junto com você. Abrir o diálogo, e não ter uma atitude radical. E meus pais foram maravilhosos, por mais que sejam pessoas muito simples do interior."
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Redação iBahia
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