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Carreira

Carlinhos Brown sobre preconceito em trajetória: 'Foi vencido com talento'

Prestes a lançar biografia, cantor relembrou início da carreira e luta contra racismo

Redação iBahia • 13/09/2023 às 12:35 - há XX semanas

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					Carlinhos Brown sobre preconceito em trajetória: 'Foi vencido com talento'
Foto: Divulgação

Aos 60 anos, Carlinhos Brown decidiu colocar uma biografia no mundo e contar a trajetória dele na música, e fora dela. "Meia-lua inteira" chega revisitando recordações, memórias e 'causos' do percussionista baiano.

Em entrevista para Zeca Camargo, para o Splash do UOL, o cantor relembrou o início da carreira, luta contra o preconceito, além de falar sobre a paixão pela música.

"Nenhuma história começa em nós. O codinome Carlinhos Brown quer dizer que além da história recente do Brasil nós somos uma família, somos uma família que precisamos passar as coisas a limpo. Esse é um país que toca muito na ferida do racismo, porque é, e a minha geração que é de muita coragem, mas não tinha essa exposição que tem agora"
, iniciou o cantor.

Carlinhos Brown citou o poder de transformação da música como um fator que pode mudar realidades da sociedade e relembrou a faixa "A Namorada", do disco "Alfagamabetizado", de 1996.

"A música tendo um grande grau de acolhida na alma, onde tudo se purifica, onde tudo se passa a ser compreendido, ela realmente edifica melhor o pensamento. 'A namorada tem namorada', foi necessário isso. Como foi necessário ter acontecido aquilo no Rock in Rio para poder ter acontecido o casamento homoafetivo", comentou.

Começo da carreira O artista lembrou o início da carreira na música ainda no WR Estúdios, gravadora que revelou grandes nomes do Axé Music, onde ele começou fazendo jingles. "[Tinham] poucos percussionistas aptos a participar da música pop, porque tinha grandes atabaques, dentro da linguagem espiritual tinham os melhores, mas eles não tinham uma ação de fazer a mesma aplicação, porque as músicas estavam destoantes com o candomblé" , explicou.

				
					Carlinhos Brown sobre preconceito em trajetória: 'Foi vencido com talento'
Foto: Divulgação


"Por isso era necessário criar uma linguagem, que eu crio a Timbalada, o Olodum, com Neguinho do Samba cria o samba reggae, porque o grande bate-papo era Neguinho do Samba e eu e essa música pop eu disseminava ali, dentro da WR [gravadora baiana], que pegava essa experiência de rua e levava", seguiu Carlinhos Brown.

Luta contra preconceito

Por fim, Carlinhos falou sobre a luta contra o preconceito desde de quando se entendeu por gente, quando criança. Ele afirmou ter ido na contramão de amigos da época.

"O pensamento como uma condicionante de sobreviver e não ir para as estatísticas, vários amigos meus se perderam, morreram na 'bala'. Eram muitos menores em conflito com a lei, era a época do 'pivete', nós éramos chamados de 'pivetes' na época, que não eram os meninos pequenos, eram os menores subversivos, em conflito com a lei", disse.

"Então qualquer pessoa vindo da favela era um pivete, então eu tentava mudar. Andando com a roupa lavada, não andar sujo, vencer essa barreiras. Foi o que mais aconteceu [o preconceito] só que eu deixei para lá. Não joguei para debaixo do tapete, mas não dei importância porque o preconceito ele não tem capacidade de me atingir porque ele não é meu", comentou.

"Toda vez que o preconceito me veio ele foi vencido com talento... Descobri cedo que eu estava em um país preconceituoso, que eu era negro, que usar cabelo rastafári na Bahia já era uma militância porque a gente sabia que a polícia cortava, envergonhava no meio da rua. Então todas essas situações, eu busquei transpassar através do exemplo", finalizou o cantor.

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