Na semana passada, a coluna falou um pouco sobre o especial Didi e o Segredo dos Anjos, que a Globo exibe no dia 21 de dezembro. Hoje, trazemos uma entrevista com o roteirista final, o baiano Marcelo Saback e com o diretor geral Daniel Thikomiroff. No especial, Renato Aragão vive um bondoso andarilho que tem uma importante missão: salvar os portais de luz da Terra, que permitem a entrada de novos anjos da guarda. Confira o papo:
Telinha em Pauta - Como surgiu a ideia do roteiro?
Marcelo Saback - Veio de uma vontade do próprio Renato de fazer uma história que juntasse aventura, humor e emoção. E que tivesse a questão da fé, sempre na busca do reencontro dos valores fundamentais.
Telinha em Pauta - Todo Natal tem mais ou menos o mesmo espírito. Como criar uma história sem cair em mais do mesmo?
M.S. - Difícil mesmo. Porque o espírito é esse: o da fé e o da esperança em dias melhores. Mas tentamos fazer um conto onde a espiritualidade servisse de pano de fundo para as aventuras divertidas e boas ações de um andarilho na luta contra o mal (no caso, Didi Mocó, personagem imortalizado pelo querido Renato Aragão). A história passa a ser atemporal porque os questionamentos não remetem às datas festivas de Natal. Nem a nenhuma religião especificamente. Mas ao fato de fazer o bem para colher o bem.
Renato ao lado do elenco (Foto:Carol Caminha/Gshow) |
João Daniel Tikhomiroff - Eu acho que o grande desafio nesse programa foi fazer uma mensagem lúdica e ao mesmo tempo com toques de humor num clima visual e de fantasia em que as pessoas não estavam acostumadas a ver o personagem Didi. Essa história cria uma dramaturgia intensa que faz com que as famílias que assistem ao especial se conectem com ação, mistério, conflitos e, ao mesmo tempo, com o lúdico. Ele tem esses ingredientes que fazem com que o público se contentem, torçam, sofram e riam. Tem várias coisas que as pessoas gostam de assistir em um formato de filme que tem uma ação indiscutível. Esse especial foi feito numa concepção bastante próxima do cinema de hoje, tanto o tratamento visual quanto as lentes usadas.
Telinha em Pauta - Além de Didi e o Segredo dos Anjos, já tem algum outro roteiro em mente?
M.S. - Para o Renato? Sim...ele mesmo tem ótimas ideias pra outros telefilmes. Se me chamar para escrever, será um prazer. Sua identificação com as crianças e com a família brasileira é inegável e isso é um presente pra qualquer roteirista. Um belo exercício de narrativa onde temos que atingir adultos e crianças na mesma proporção com histórias tão divertidas quanto lúdicas. Fora este projeto, outros também para o cinema e também para a Globo. Mas todos para o ano de 2015. Em janeiro, estreia o novo roteiro meu, Loucas Para Casar, no cinema, com Ingrid Guimarães, Tatá Werneck, Suzana Pires, Fabiana Karla, Márcio Garcia e grande elenco. Em janeiro, num cinema perto de você! Fiquem de olho! (risos).
Telinha em Pauta - Você é baiano, né? Queria saber um pouco da tua relação com a cidade...
M.S. - Emotiva. Saí de Salvador com um ano de idade, apenas. Mas minha família é toda baiana. Por isso cultivamos, desde sempre, hábitos totalmente regionais. Da comida às festas de santo! Adoro a Bahia, me sinto muito bem lá e, definitivamente, nasci ali pra comprovar que seria artista! (risos). Um povo queridíssimo, onde cultivo grandes amigos e onde a arte está em todo lugar. Bahia é um luxo! Acabei de filmar lá (como ator) o longa Qualquer Gato Vira Lata 2, com roteiro de Paulo Cursino e direção de Roberto Santucci. Com a Cléo Pires, Malvino Salvador e um elenco pra lá de querido. Foi no litoral norte da Bahia. Juntei a saudade de atuar com a saudade da terra natal. E, de quebra, joguei búzios e vi meu futuro! Porque a Bahia, sem a benção dos orixás, não é a Bahia!
(Foto:Carol Caminha/Gshow) |
Telinha em Pauta - Um dos destaques do filme são os efeitos especiais. Como foi essa construção?
João Daniel Tikhomiroff - Foi um trabalho bastante alinhado entre a computação gráfica, a direção, a cenografia e a direção de arte. Foi uma concepção visual em que era fundamental essa sintonia. Houve uma dedicação muito bacana de vários profissionais no desenvolvimento visual desses efeitos, essenciais para passar a concepção da ideia do roteiro.
Telinha em Pauta - Consegue destacar algum momento dentre todos?
J.D.T. - Tiveram vários pontos que eu chamaria de emblemáticos em que o trabalho do efeito visual realmente teve um papel protagonista, como a aura que envolve o personagem Soláris, vivida pela Anitta, a referência de anjo que a gente concebeu, a mansão do Sábio, interpretado pelo Lima Duarte, com toda a magia que envolve sua casa. Também foi um trabalho minucioso na fachada, no interior da mansão (que foi toda concebida em 3D), nos efeitos que acontecem dentro da casa.
Telinha em Pauta - Quanto tempo durou todo o processo de construção do programa?
J.D.T. - Foram uns três meses de pré-produção (concepção, escolha de elenco, locações, cenário, etc.), uma semana de ensaios com elenco, cinco semanas de gravação e três meses de computação gráfica. * Camila Botto é repórter do Correio*, editora do site 'Feminino e Além', autora do livro Segredos Confessáveis e colaboradora do iBahia.
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