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Conheça a história por trás da maior banda de pagode da Bahia

Entre as curiosidades, Xanddy revelou ao iBahia que chegou a receber R$ 10 por show; confira

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29/05/2013 às 9:00 • Atualizada em 27/08/2022 às 22:11 - há XX semanas
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Harmonia do Samba: do fundo do quintal para o mundo
Capitaneada pelo carismático vocalista Xanddy, ao lado da sua trupe de músicos/amigos e compositores afiados, a família Harmonia do Samba chega aos seus 20 anos de carreira nos braços dos fãs, sendo aclamada pelo público soteropolitano, por dois anos consecutivos, como a melhor banda de pagode da Bahia (segundo pesquisa encomendada pelo Futura/Correio* em 2012). O grupo, que promove uma das festas mais concorridas do Verão baiano - a Melhor Segunda-Feira do Mundo -, retornou em grande estilo ao Festival de Verão em 2011, após cinco anos ausente, e atualmente vive um novo auge: atingindo a plenitude musical e confirmando que para se fazer um bom pagode baiano não é preciso apelar para temas que denigram a imagem da mulher. Mas nem tudo são flores até se chegar ao sucesso. E nesse especial do iBahia, que celebra as duas décadas do Harmonia, vamos relembrar, junto com Xanddy, grandes momentos e mergulhar na história da banda desde a sua origem. Samba com raizNo início, o grupo era formado por amigos e irmãos. O baterista Roque Cezar foi quem deu a largada dessa história depois de muito pedir à sua mãe, Dona Graça, instrumentos para que ele formasse uma banda. Na época, ele se inspirava no samba de raiz. Veja mais notícias de música no nosso canal Em 1998, Dona Graça, agora empresária dos músicos, precisava encontrar um cantor que levasse adiante o sonho daqueles meninos e acabou conhecendo Manuel Alexandre Oliveira da Silva, o Xanddy. Em 1999, surgiu o primeiro álbum, intitulado 'Nova Dança', que vendeu mais de 750 mil cópias com o sucesso do single 'Vem Neném'. Números expressivos fazem do Harmonia do Samba uma banda referência no cenário musical da Bahia e do Brasil. Ao todo, o grupo contabiliza uma média anual de 120 shows no país e no exterior, realizando uma turnê internacional por ano, já tendo passado pela Europa. Sem falar nos mais de quatro milhões de discos vendidos, entre 13 CDs (em estúdio e ao vivo) e três DVDs lançados. Na equipe, nomes de peso: Xanddy, Roque Cezar, Bimba, Martins, Luciano (aquele da música 'Viola do Lu') e toda trupe misturaram os swings do pagode e do axé e criaram um ritmo particular contagiante, que atraiu uma legião de seguidores por todo o mundo. Com um legado de sucessos em todas as apresentações, o Harmonia carrega grandes conquistas. Recentemente, no Carnaval 2012, o grupo conquistou seis prêmios entre alguns dos principais troféus que julgam os melhores da folia, ganhando os títulos de 'Melhor Cantor de Pagode' e 'Melhor Banda de Pagode' - este último também foi recebido em 2013, pelo quarto ano consecutivo.
Bimba, Luciano, Xanddy, Roque Cezar e Martins
Por dois anos consecutivos, o grupo fez parte dos indicados ao renomado prêmio Grammy Latino. Em 2008, o Harmonia disputou o troféu na categoria 'Melhor Álbum de Música Contemporânea Regional', com o álbum 'Esse Som Vai Te Levar – Ao Vivo'. Em 2009, a banda também foi uma das finalistas na categoria 'Melhor Álbum de Samba/Pagode', com o disco 'Harmonia Romântico Ao Vivo', lançado em dezembro de 2008. E para relembrar tantas histórias, o iBahia entrevistou o 'comandante' Xanddy.
Manuel Alexandre Oliveira da Silva, o Xanddy
Antes de chegar ao estrelato, o cantor Xanddy era um típico jovem soteropolitano. Morou primeiro na Soledade, subdistrito da Liberdade, um dos maiores bairros de Salvador, depois em São Caetano - outro bairro popular repleto de grupos de samba, funk, rap e reggae. Nesta época, entrou para o Centro de Formação de Jovens Instrutores, no Queimadinho, onde se formou em mecânica de automóveis. E foi ali que subiu ao palco pela primeira vez, numa festa de estudantes. Aos 15 anos fez sua primeira música: 'Minha vida', uma autobiografia sentimental. Antes do Harmonia, fez parte das bandas Vírus do Samba e Gente da Gente - com esta última, abriu shows para Mastruz com Leite, em Salvador, e para Sandra de Sá, em Feira de Santana. Em 2001, casou-se com a cantora e dançarina Carla Perez, com quem tem dois filhos (Camilly Victoria e Victor Alexandre). Em entrevista ao iBahia, Xanddy faz um balanço da carreira, fala das dificuldades enfrentadas, conta como foi a produção do DVD de 20 anos e ainda abre o jogo sobre os futuros projetos profissionais. Leia: iBahia - Quais foram as transformações do Harmonia do início até agora? Como você avalia a evolução da banda? Xanddy – Há 20 anos a nossa vida era bem diferente. Fiz parte de praticamente toda a história do Harmonia e me orgulho de poder dizer que hoje somos como uma família, graças a Deus. Como amigo e fã do grupo, cheguei a assistir alguns ensaios do Harmonia que aconteciam na rua da Glória, na Capelinha e já sonhava em fazer parte do grupo. Cheguei a cantar muitas vezes somente como amigo e comecei a compor com o Bimba antes de integrar na banda. Os ensaios aconteciam em um espaço da família Harmonia [risos], ao lado da casa de Roque, Bimba e Dona Graça. Passamos alguns apertos, mas sempre foi maravilhoso, aliás, cada época, uma emoção. Rodamos Salvador muitas vezes no furgão de Perinho e em uma Kombi também, às vezes, fazendo até quatro shows por noite. Íamos até o dia raiar sem reclamar de nada, felizes da vida.
"Fazíamos até quatro shows por noite. Íamos até o dia raiar sem reclamar de nada"
iBahia - E depois... Xanddy – Depois vieram as participações no Carnaval. A gente alugava um apartamento no Campo Grande para a banda toda. Era como uma concentração de time de futebol e a nossa técnica era Dona Graça, mãe de Roque e Bimba, que foi quem realmente apostou em tudo, sempre. Ela era a mão que afagava a gente com uma feijoada deliciosa antes de irmos para avenida e também era aquela quem cobrava responsabilidade e disciplina. Quem saísse da linha tomava bronca. Se hoje somos unidos e bem sucedidos, com certeza, é por causa dela. iBahia - Como foi a chegada do sucesso? Xanddy – Quando 'Vem Neném' estourou, em 1999, passamos a viajar o Brasil e o mundo e não paramos mais. Já tocamos na Europa, Estados Unidos, Ásia, América do Sul. Concorremos a diversos prêmios nacionais e internacionais, gravamos muitos CDs e, até então, três DVDs. Somos felizes porque fazemos o que gostamos, com quem gostamos e pra quem amamos. Hoje é um momento de maturidade, muito consistente, sabemos o que queremos e o caminho que traçamos. Eu sinto um orgulho muito grande de tudo, da gente (a banda) não ter se desintegrado, da gente ter insistido e conseguir fazer a nossa música do nosso jeito. Sabe aquela coisa de ter meia dúzia de gente dizendo "Vai por aqui!" e você para e pensa "Não. Eu tô vendo que o certo é por aqui"? E lá na frente você tem a certeza que valeu a pena você ter sido honesto consigo mesmo. É um sentimento que transcende qualquer explicação.
"Somos felizes porque fazemos o que gostamos, com quem gostamos e pra quem amamos"
iBahia - Qual foi a maior dificuldade da banda nesses 20 anos de carreira? Xanddy - A nossa maior dificuldade foi também o nosso maior estimulo. No inicio, foram muitas coisas, muitas dificuldades financeiras. A banda no inicio, chegou a tocar e no fim do show sobrar R$ 10 ou R$ 15 pra cada um [risos]. Chegou uma hora em que a gente precisava parar para conseguir o sustento. Aí teve um dia em que sentei com todos e disse que a coisa tinha que acontecer, porque não estava dando mais pra sonhar, nós precisávamos pôr a comida dentro de casa mesmo, apesar de a coisa já estar acontecendo aos poucos. Mas sabe quando você pensa na sua vida assim: "Não dá mais! A hora é essa! E tem que acontecer". iBahia - E o que vocês fizeram para dar essa reviravolta? Xanddy - Nesse dia, quando eu comecei a colocar a minha situação financeira em questão, foi um choro em série [risos]. Alguns estavam na mesma situação e outro melhorzinho... [risos]. Mas o resultado da conversa foi o mais importante: todo mundo saiu de lá mais motivado e rolou um estalo assim: "Só mais uma vez! Só mais uma!". E aí as minhas palavras foram exatamente essas: "Vamos tentar mais uma vez, mas dessa vez vamos tentar com força mesmo para a coisa acontecer". No dia seguinte, foi tudo diferente. Era um correndo pro lado, outro correndo para o outro e aí o nosso primeiro ensaio no IAPI já foi melhor, a coisa começou a acontecer, devagarzinho, mas melhor... iBahia - Se pudesse mudar o passado, faria algo diferente? Xanddy – Não. Hoje temos a certeza de que nossas escolhas foram as mais certas porque elas foram a grande verdade do nosso coração. Tivemos sempre muito cuidado em fazer o que o nosso público gosta e essa sempre foi a nossa maior ambição.
"Dona Graça foi quem realmente apostou em tudo, sempre. Ela era a mão que afagava a gente"
iBahia - Como você avalia o cenário musical baiano hoje? Xanddy – Acho diversificado, vasto e com opções que agradam a todo estilo. Uma coisa bem Bahia mesmo, com a nossa cara. iBahia - Você costuma pesquisar outros artistas? Alguém o inspira? Xanddy – Eu me considero uma pessoa altamente pesquisadora em cima daquilo que me interessa, e a música me interessa. Sou uma pessoa também muito tranquila em relação aos estilos. Gosto de escutar e conhecer as novidades do meio musical. Admiro o trabalho do soul music ao samba. De cada um, você consegue enxergar algo diferente, bacana. Agora, artistas que admiro têm muitos, viu?! Djavan, Ivete, Gil...
Xanddy é casado há 12 anos com a apresentadora Carla Perez e com ela tem dois filhos
iBahia - Tem vontade de fazer algo que ainda não fez no campo da música? Xanddy – Me sinto realizado musicalmente, profissionalmente e pessoalmente, mas no mundo da música há sempre novidades e novos desafios instigando os nossos corações. Não há nada especifico no momento, mas certamente o novo sempre vem. iBahia - Como foi o processo de construção deste novo show? Xanddy – O show do DVD? Não foi ainda está sendo [risos]. Estamos justamente nesse processo... Estamos fazendo nós, por nós mesmos, com a nossa sensibilidade daquilo que achamos que tem a cara do nosso público. Vamos reunir as músicas que merecem destaque ao longo desse 20 anos e aquelas que tornaram-se clássicos do Harmonia e que ainda não colocamos em um disco de DVD, como 'Quebrou a Cara' e outras. iBahia - E os planos da banda daqui para a frente, além da gravação do DVD, tem mais novidade chegando? Xanddy - Vamos seguir com nossa agenda de shows, fazendo uma maratona no São João e com os projetos do Harmonia Prime pelos estados do Brasil e A Melhor Segunda Feira do Mundo, no Rio, e logicamente, aqui em Salvador, no Verão. Álbuns De Estúdio 1999: Harmonia Do Samba 2000: O Rodo 2001: A Casa Do Harmonia 2003: Meu E Seu 2007: Esse Som Vai Te Levar 2009: Só pra Dançar 2012: Tudo de Novo Álbuns Ao Vivo 2002: Pé No Chão 2004: Da Capelinha para o Mundo 2005: Harmonia Do Samba Ao Vivo 2008: Esse Som Vai Te Levar Ao Vivo 2009: Harmonia Romântico: Ao Vivo 2011: Harmonia do Samba Selo de Qualidade: Ao Vivo [youtube mjYteqd2tWA] Veja abaixo imagens de arquivo com grandes momentos da carreira do Harmonia do Samba:

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