O Rock n' Roll faz 58 anos de rebeldia, ousadia, coragem e, sem dúvida, muita atitude. Filho de um pai negro e outro branco, o country de Memphis, EUA, e o blues irreverente dos guetos americanos, o estilo sempre causou espanto nas famílias mais tradicionais e ainda choca algumas pessoas que não estão acostumadas a um comportamento diferenciado.
O termo "Rock n'Roll" surgiu de uma frase do poeta Dylan Thomas, que dizia "pedras que rolam não criam limo", mas existia uma gíria entre os bluesman que utilizava o termo no sentido de movimentação, ou erotismo sexual.
Com influência do blues, um garoto branco que cantou, sem medo, a música negra americana, misturando-a com movimentos sensuais e difundindo o estilo por todo os Estados Unidos, ficou famoso. Seu nome era Elvis Presley, e depois dele a paixão pelo Rock n' Roll cresceu e se espalhou pelo mundo todo dando origem a um grande movimento jovem.
Muita rebeldia e transgressão resume o rock dos anos 60. Esta fase marcou a entrada no mundo do rock da banda de maior sucesso de todos os tempos: The Beatles. Os quatro jovens de Liverpool estouram nas paradas da Europa e Estados Unidos, em 1962, com a música Love Me Do.
A década de 1960 ficou conhecida como Anos Rebeldes, graças aos grandes movimentos pacifistas e manifestações contra a Guerra do Vietnã. O rock ganha um caráter político de contestação nas letras de Bob Dylan. Outro grupo inglês começa a fazer grande sucesso: The Rolling Stones.
No final da década, em 1969, o Festival de Woodstock torna-se o símbolo deste período. Sob o lema "paz e amor", meio milhão de jovens comparecem no concerto que contou com a presença de Jimi Hendrix e Janis Joplin.
Depois do estouro em 60, na década de 70 o rock ganha uma cara mais popular com a massificação da música e o surgimento do videoclipe. Neste mesmo tempo, surge também uma batida mais forte e pesada no cenário do rock. É a vez do heavy metal de bandas como Led Zeppelin, Black Sabbath e Deep Purple. Por outro lado, surge um ritimo dançante que toma conta das pistas de dança do mundo todo. A dance music desponta com vários sucessos.
Pulando para 90, as fusões de ritmos diferentes e do sucesso, em nível mundial, do rap e do reggae, marcaram a década. Bandas como Red Hot Chili Peppers e Faith no More fundem o heavy metal e o funk, ganhando o gosto dos roqueiros e fazendo grande sucesso. Surge o movimento grunge em Seattle, na California. O grupo Nirvana, liderado por Kurt Cobain, é o maior representante deste novo estilo. R.E.M., Soundgarden, Pearl Jam e Alice In Chains também fazem sucesso no cenário grunge deste período.
Há mais de cinco décadas o rock conquistou o seu espaço e muita coisa nova foi criada durante todos estes anos. Muitos artistas revolucionaram o estilo, inovaram com diferentes instrumentos e maneiras de tocá-los, criaram novos movimentos e lutaram por diferentes causas através do rock. O ritmo embalava os sonhos e desejos da juventude em todo mundo. A Europa, que estava devastada das guerras, teve na Inglaterra uma forte criação de novas bandas de rock. De lá sairam bandas que revolucionaram como: Beatles, Rolling Stones, The Smiths, The Who, Yardbyrds, Led Zeppelin, Black Sabbath, Deep Purple, Pink Floyd, Genesis, Yes, Clash, Sex Pistols, The Police, Oasis, Coldplay. E além destas, muitas outras surgiram no cenário do rock n' roll conquistando mais importância e, conseqüentemente, legiões de fãs.
Rock no Brasil
Raul Seixas já cantava que o 'diabo é o pai do rock', se referindo ao escândalo que era o ritmo para os pais da época, em todo o mundo. E no Brasil não foi diferente. Celly Campello estourou nas rádios com os sucessos Banho de Lua e Estúpido Cupido e movimentos como a Jovem Guarda, nos anos 60 movimentavam a juventude brasileira. 'Rock não é a música não. Ele vai além, é um comportamento, uma atitude', já dizia o cantor e compositor Erasmo Carlos.
Já em 70, o grande destaque da década foi o surgimento de Raul Seixas que, depois de liderar o grupo Raulzito e Os Panteras, em meados dos anos sessenta, e produzir inúmeros artistas para a CBS, entre eles Jerry Adriani, transformou-se no maior roqueiro do Brasil, com sua colagem universal de Elvis Presley/John Lennon/Luiz Gonzaga.
Nos anos 80, o rock brasileiro se firma no mercado. A banda Blitz vendeu 100 mil cópias em três meses, um sucesso para os padrões da época, e diversas bandas do estilo surgiram com o apoio da juventude apaixonada e muito inspirada nos padrões internacionais. Exemplo como Barão Vermelho, ao comando de Cazuza, considerado o maior letrista do rock brasileiro dos anos 80, Kid Abelha & os Abóboras Selvagens, Legião Urbana, Paralamas do Sucesso e Camisa de Vênus. Uma fusão de MPB com a música pop internacional ganha espaço no rádio. Eduardo Duzek, Marina Lima, Lulu Santos, Lobão e Ritchie são os representantes dessa tendência. O grupo paulistano RPM, liderado por Paulo Ricardo, chega a vender 2 milhões de discos entre 1986 e 1988.
O Brasil queria se libertar, queria inovar, e sua juventude estava pronta para isso, depois do período ditatorial que o país viveu.. A música era um grande estímulo para toda aquela revolta. Novas bandas de rock eram criadas em todos os cantos do país, mas foi da capital que saíram grandes influências do rock nacional. Brasília tinha uma juventude cheia de vontades, mas afastada das grandes cidades, o que a tornava presas e cheia de energia para se libertar.
Em 1985, o Rock in Rio teve sua primeira edição, tornando o Brasil rota de grandes bandas internacionais de rock, ajudando a popularizar o rock nacional. Depois de alguns anos, com o estilo já popularizado, veio a temporada de misturas e novidades.
Nos anos 90 , aparecem grupos cantando em inglês, que abrem perspectivas de sucesso internacional. O grupo mineiro Sepultura consagra-se na Europa e nos Estados Unidos. O grupo paulistano Viper conquista o Japão. A partir de 1993 voltam a fazer sucesso bandas que cantam em português e incorporam ritmos regionais nordestinos, como os Raimundos (de Brasília) e Chico Science & Nação Zumbi e Mundo Livre S/A (do Recife).
Depois de 2000, o rock brasileiro passou por alguns momentos "trágicos". Herbert Vianna, dos Paralamas, sofreu acidente de ultraleve e ficou paraplégico (mas voltou a tocar); Marcelo Frommer, dos Titãs, morreu atropelado; Marcelo Yuka, d'O Rappa, foi baleado e ficou paraplégico (saiu da banda); e Cássia Eller morreu.
As bandas dos 90 passaram por muitas mudanças: o Skank ficou mais britpop e cheio de experimentalismo nas músicas o que foi visto nos discos Cosmotron (2003) e Carrosel (2006); o líder dos Raimundos, Rodolfo, converteu-se a um culto evangélico e saiu da banda para formar o Rodox, que também acabaria algum tempo depois; A banda Los Hermanos, lançada com o sucesso "Anna Júlia", mudou seu estilo a partir do segundo, polêmico, experimental e aclamado disco Bloco do eu sozinho (2001), e conseguiram continuar essa nova identidade com Ventura (2003) e 4 (2005), mas a banda também acabou; e três dos quatro integrantes do Charlie Brown Jr. abandonaram o grupo.
Duas origens alavancaram sucessos: a MTV, com seu Acústico, trouxe novamente alguns grupos dos 80, como Capital Inicial e Ira!; E o produtor dos Mamonas, Rick Bonadio, revelou entre outros, Charlie Brown Jr., Tihuana, Leela, O Surto, CPM22 e Detonautas Roque Clube. Dentro desse cenário mais moderno Pitty, NXZero não podem ficar de fora.
Rock na Bahia
O Rock Baiano teve seus importantes personagens que até hoje fazem parte deste cenário ou são reverenciados como ídolos, a exemplo de Raul Seixas, Camisa de Vênus, Os Panteras (primeira banda de Raul) e Via Sacra que deram um grande 'ponta pé' no início da revolução do rock.
Dando seguimento a este movimento, já nos anos 90, vieram a The Dead Billies, Lisergia, Úteros em Fúria, Crac!, Inkoma, Dois Sapos e Meio, Penélope e Catapulta.
Em atividade musical, mostrando o bom trabalho baiano para o país, estão as bandas Cascadura, Retrofoguetes, The Honkers, Pitty, Los Canos, Brinde entre muitas outras.
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