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Em troca de acordo, estudante diz ter recebido oferta de editora e de Teló

Segundo uma das universitárias que se dizem coautoras do sucesso, 'Ai, se eu te pego', cada uma receberia R$ 33 mil.

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24/03/2012 às 9:45 • Atualizada em 31/08/2022 às 12:43 - há XX semanas
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Maria Eduarda Lucena, que briga na Justiça pelo direito autoral de 'Ai se eu te pego'
A estudante paraibana Maria Eduarda Lucena, que reivindica na Justiça os direitos sobre o sucesso "Ai, se eu te pego", afirmou em entrevista exclusiva ao EGO que Caroline Mendes Dias, advogada da editora Panttanal e, segundo ela, do cantor Michel Teló, intérprete da música, teria oferecido R$ 33 mil reais a cada uma das três universitárias que conseguiram semana passada, na 3ª Vara Cível da Comarca de João Pessoa, uma medida cautelar liminar que determina o bloqueio judicial de todas as receitas e lucros obtidos com a música. A suposta oferta teria ocorrido em reunião realizada no dia 2 de fevereiro. Procurado pela reportagem do EGO, Michel Teló informou por meio de sua assessoria de imprensa que Caroline é advogada de todas as empresas ligadas a Panttanal, editora na qual a música foi publicada e que pertence ao irmão do cantor, Teófilo Teló. A assessoria negou que a advogada estivesse representando Michel Teló durante o encontro com as estudantes e também a suposta oferta de acordo: "A advogada fez apenas uma reunião para análise dos documentos que as meninas alegaram ter". Constam na decisão judicial da semana passada os nomes de Teló; da animadora de palco Sharon Acioly; do advogado Antônio Dyggs; da Teló Produções; da gravadora Panttanal, responsável pela comercialização e rendimentos de "Ai se eu te pego"; da gravadora Som Livre e da Apple Computer do Brasil. Inicialmente, Sharon e Dyggs eram apontados como únicos autores do hit. A Panttanal detém os direitos materiais sobre a obra. "Ela nos procurou e nos ofereceu inicialmente R$ 2 mil para cada uma. Achamos a proposta absurda e ridícula. Aí ela saiu da reunião para atender a um telefonema e voltou dizendo que pagaria R$ 33 mil para cada uma, mas que deveríamos dizer na mídia que foi um engano e que a composição não é nossa. Ela usou a expressão cala-boca", contou Maria Eduarda. Ao lado de Marcella Ramalho e Amanda Queiroga, Maria Eduarda aguarda o prazo que a Justiça deu para que fosse contabilizado o lucro que a música já teve no mundo todo. A advogada Caroline Mendes Dias confirma que esteve no escritório do advogado das três estudantes, Márcio Henrique Carvalho Garcia, mas disse que estava lá representando apenas a Panttanal. Ela nega que tenha feito qualquer proposta financeira no encontro. "Isso é um absurdo. Não aconteceu. Não vou me envolver nesse tipo de baixaria." A advogada afirmou que para a editora é indiferente o número de autores que uma canção venha a ter. De acordo com ela, o encontro aconteceu porque, como representante da Panttanal, ela tem como papel "defender a música", já que estava acontecendo uma "guerra" na Paraíba com relação aos direitos autorais. "Essa disputa toda estava arranhando a imagem dos envolvidos", disse. A reunião onde teria sido feita a oferta de R$ 33 mil teria acontecido no escritório do advogado de Maria Eduarda, Marcella e Amanda, em João Pessoa, no dia 2 de fevereiro. Segundo Garcia, Caroline saiu da sala para usar o celular e voltou dizendo que tinha sido autorizada pelo próprio Teló a oferecer o aumento da quantia de R$ 2 mil para R$ 33 mil. "Guardei as imagens da câmera de segurança do meu escritório para provar que o encontro aconteceu", ressalta Garcia. Ainda de acordo com o advogado, participaram do encontro ele, suas três clientes, Caroline e André Cabral, que, segundo Garcia, é o advogado de Amanda Graziela Cruz, Karen Assis Vinagre e a Aline Medeiros da Fonseca, já reconhecidas com coautoras da canção, após acordo com Sharon. Segundo Maria Eduarda, ela, Marcella e Amanda não estão interessadas em lucrar com a música. "Não queremos uma quantia para calar a boca. Não estamos, como Sharon Acioly disse em entrevista, fazendo uma 'tentativa desesperada de obter lucro'. Queremos reconhecimento da autoria, somos autoras e criamos a música", disse Maria Eduarda. Hit disputadoSharon Acioly é a compositora da "Dança do quadrado" e foi inicialmente apontada como autora de "Ai, se eu te pego". Na versão das universitárias, a música foi, na verdade, composta por sete estudantes em 2006 durante uma viagem a Disney. "Nós sete éramos amigas há muito tempo, desde a época de colégio. Em 2006, viajamos juntas para a Disney e sempre andávamos juntas em todos os momentos, nos parques, nos brinquedos e inclusive no quarto ficamos juntas. Nesta viagem, a Karen começou a paquerar um guia turístico da viagem. Foi uma paixão meio platônica, já que ele era bem mais velho do que a gente e estava trabalhando, não podia se envolver com ninguém. Daí surgiu o 'Ai se eu te pego'. As sete amigas começaram a brincar para chamar a atenção do cara e brincar com ela. Aí começou cada uma a falar uma coisa, como 'nossa, assim você me mata', uma dizia uma coisa e a outra acrescentava, aí cada dia saia algo diferente, veio o 'delícia', e com o decorrer da viagem, surgiu o refrãozinho." Ainda de acordo com Maria Eduarda, uma das amigas, Thayná Borges, não quis reconhecimento da composição. Outras três outras universitárias que também são apontadas como compositoras da música, no entanto, teriam feito um acordo com Sharon Acioly, que conheceram em 2008 em uma viagem para Porto Seguro. "A Amanda Graziela Cruz, Karen Assis Vinagre e a Aline Medeiros da Fonseca viajaram juntas para Porto Seguro em 2008 e lá conheceram a Sharon, que sempre que cantava a música dizia que tinha sido 'dica da Paraíba'. A Sharon não sabia explicar a criação da música, já a vi dando quatro versões diferentes", diz. Segundo Maria Eduarda, depois que ela, Marcella e Amanda foram no cartório registrar a composição, Sharon e as outras universitárias se encontraram e fecharam um acordo secreto. "Elas tiveram uma atitude egoísta e falaram que era melhor dividir entre três e não entre sete." Procurada pelo Ego, Sharon enviou mensagem por e-mail na qual afirma não vai se pronunciar até ser comunicada oficialmente pela Justiça: "Só poderei me pronunciar sobre o assunto quando for oficialmente comunicada pela Justiça. Não poderei falar sobre nada, pois tudo que sei é o que a imprensa esta noticiando..."

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