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Entrevista: Gal fala sobre show que volta a Salvador em abril

O repertório, com 23 canções (sendo 16 de Caetano), mescla músicas do álbum Recanto com clássicos de outras fases de Gal

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10/03/2013 às 11:53 • Atualizada em 02/09/2022 às 6:25 - há XX semanas
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Em determinado momento do DVD Recanto Gal Ao Vivo (Universal), que chega às lojas amanhã também em CD duplo, Gal Costa, 67 anos, fala do prazer que é estar se apresentando no mesmo local onde, em 1971, ela fez o lendário show A Todo Vapor, que resultou no clássico LP Fa-Tal. O público que lotou o ex- Teatro Tereza Rachel (“Um puleiro”, diz), hoje Theatro Net Rio, em duas noites de outubro de 2012 para ver o show baseado no álbum Recanto (2011), não resistiu ao encantamento de ver e ouvir a voz mais bonita da MPB, em mais um momento de renovação em sua carreira. Vanguarda
Captado muito bem no DVD por Dora Jobim e Gabriela Cristal, o espetáculo tem direção de Caetano Veloso (e Moreno) e destaca a estrela maior: a voz singular de Gal Costa, que não perdeu os agudos da juventude e ganhou os tons graves da maturidade. Em volta da diva, envolta em ambiente escuro, uma banda enxuta interpreta arranjos entre o rock alternativo, MPB e programações eletrônicas. O repertório, com 23 canções (sendo 16 de Caetano), mescla músicas do álbum Recanto com clássicos de outras fases de Gal como Baby (ela chora no momento do solo de guitarra de Pedro Baby, filho de Pepeu Gomes e Baby do Brasil), Barato Total, Força Estranha, Vapor Barato, Da Maior Importância e Um Dia de Domingo, momento em que reverencia Tim Maia (1942-1998). O show, que passou pelo TCA em 2012, volta à Bahia dia 13 de abril, na Concha Acústica. A seguir, confira entrevista com Gal Costa, que nos recebeu esta semana no Hotel Unique, em São Paulo, cidade onde ela mora desde janeiro de 2012 com o filho Gabriel, 7, o seu grande amor. Um dos momentos mais marcantes do DVD é quando você chora ao cantar Vapor Barato (Jards Macalé e Waly Salomão). Foi pela emoção da lembrança de ter cantado essa música naquele mesmo espaço, em 1971?Sim, chorei durante o solo de guitarra de Pedro, que era um menino quando eu o conheci. Sempre fui amiga de Baby, conversávamos muito quando eu morava no Rio, antes de eu me mudar para a Bahia. A presença dele me trouxe uma lembrança familiar muito forte - e no show em 1971 quem tocava guitarra era o pai dele, Pepeu, que tinha uns 16 anos, creio, eu já tinha uns 24 ou 25 anos. Tive que fazer força para conter as lágrimas, pois não dá para cantar chorando, a minha voz fica desmilinguida (risos). Recanto, o disco, com músicas compostas para a sua voz por Caetano e que seguem a estética do que ele vem fazendo com a BandaCê, chegou aos palcos com você na companhia de músicos jovens. Como é a convivência com esses músicos em mais um momento de renovação estética sua?Acho a estética de Recanto diferente do que Caetano faz com a BandaCê, porque tudo foi pensado para mim, para minha voz. É um show que me faz lembrar de várias fases da minha vida, desde o começo. No disco como no show, existe uma coerência com tudo que fiz, passamos por todas as Gals que habitam em mim. No disco, canto de forma cool. No show, ficou mais rock, como em Cara do Mundo. Minha convivência com os músicos é boa, aliás com todos os músicos com quem trabalho. Agora, é diferente trabalhar com músicos virtuosos que chegam ali, fazem o que sabem muito bem e pronto. Com a banda atual, existe uma entrega maior - e interagimos muito bem.
Você imita a parte vocal de Tim Maia em Um Dia de Domingo, que foi criticada em 1985 por ter sido composta pela dupla Sullivan e Massadas. Como surgiu a ideia da homenagem?A ideia foi de Caetano. Ele perguntou se eu seria capaz de fazer também a parte de Tim, os tons mais graves. É mais uma caricatura o que eu faço, mas o objetivo é trazer uma memória, pois é uma canção que tem muito da história de Tim, um grande cantor. Um dia, nos encontramos na gravação de um projeto em prol do Nordeste e ele falou: “Pô, tu canta mesmo, hein? Vamos fazer algo juntos?”. Gravamos separados, porque quando tentamos gravar juntos, Liminha (produtor) começou a fazer uns arranjos e Tim não gostou e foi embora (risos). Você falou que sua idade cronológica (67 anos) não corresponde à sua idade espiritual. Então, qual a sua idade espiritual?Eu sempre tive uma alma jovem. Maturidade tem coisas boas, mas a juventude é uma delícia. Tenho 45 anos na idade espiritual, mas, às vezes, tenho 13 (risos). Você me disse, em outra ocasião, que morar em Salvador, às vezes, dificultava a sua agenda quando vinha do exterior, porque eram mais duas horas de viagem. Bem, e você mudou para São Paulo em 2012. De algum modo, você se decepcionou na volta a Salvador, por ser uma cidade tão diferente daquela do seu tempo de jovem?De jeito nenhum. Perdi minha mãe no dia 16 de fevereiro de 1993, uma terça de Carnaval e, como era muito ligada a ela, resolvi voltar a morar na Bahia, o que fiz por dez anos. Adoro o povo e a cor do mar da Bahia, que carrego dentro de mim aonde quer que eu esteja. Foi comovente morar na Bahia, mas a minha Bahia realmente é a mais antiga. Agora, estou feliz aqui em São Paulo, com meu filho. Recanto Gal Ao VivoArtista - Gal Costa Direção - Moreno Veloso (áudio) e Dora Jobim e Gabriela Cristal (vídeo) Gravadora - Universal Music Preço - R$ 36,90 (CD duplo) e R$ 39,90 (DVD), em média *O jornalista viajou a convite da Universal Music Matéria original: Correio 24 Horas Entrevista: Gal fala sobre DVD de Recanto, show que volta a Salvador em 13 de abril

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