Símbolo baiano, de origem africana e oferenda sagrada do candomblé, o acarajé se tornou patrimônio histórico e cultural do Rio de Janeiro em lei sancionada na última semana, gerando revolta nas redes sociais, incluindo a do ator Érico Brás.
A lei 10.157/23, de autoria dos deputados Renata Souza (Psol), Dani Monteiro (Psol) e Átila Nunes (MDB), cobre a produção e comercialização do bolinho como patrimônios de valor histórico e cultural do Estado do Rio de Janeiro.
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O ator Érico Brás, que está no elenco de "Ó Paí Ó 2", criticou a lei e afirmou que, na Bahia o acarajé não possui o mesmo status. Já o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), afirma que o bolinho de feijão possui foi registrado em 2012, junto com todo os itens que compõem o "Ofício da Baiana", como Patrimônio Imaterial da Bahia.
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“Eu não quero saber porque o acarajé foi tombado no Rio de Janeiro e não foi tombado na Bahia. A culpa não é do Rio não, a culpa é de Salvador, a culpa é da Bahia, sabe por quê? Porque as pessoas responsáveis por fazer isso, as autoridades, não fizeram, assim como não fizeram com Cachaça, com Capoeira”, iniciou Érico Brás.
“Por que os caras não fizeram? É engraçado que a gente já viveu aquela disputa histórica maluca de o samba nasceu no Rio, nasceu na Bahia, nasceu no Rio, samba nasceu na Bahia e ganhou características urbanas no Rio de Janeiro, é óbvio, mas pra que essa maluquice?", seguiu.
"A gente já perdeu um monte de coisa, quer saber o que a gente vai perder daqui a pouco? A gente vai perder cravinho, a gente vai perder carnaval [...] eu tô falando isso porque as autoridades que deveriam tombar tudo que é baiano [...] acho engraçado que ninguém quer tombar churrasco, ninguém quer tombar hambúrguer, ninguém quer tombar milkshake. Mas acarajé todo mundo quer", finalizou o ator.
Veja o vídeo com o desabafo:
Vídeo: Reprodução/Instagram
Polêmica nas redes sociais
Por meio das redes sociais, internautas também comentaram o fato do acarajé ter se tornado patrimônio histórico do Rio de Janeiro e criticaram a decisão.
"Já não basta terem surrupiado o título de capital do Brasil, o samba e a bossa nova? agora o nome de quem vende vai ser carioca de acarajé e não mais BAIANA?", escreveu um perfil no Twitter.
"Que história é essa que o rio de janeiro simplesmente colocou como patrimônio histórico e cultural o nosso acarajé?", comentou outra conta.
que história é essa que o rio de janeiro simplesmente colocou como patrimonio histórico e cultural o nosso acarajé? que lixo de cidade hein
— ade 🎀 (@lmcjdrunk) October 28, 2023
já não basta terem surrupiado o título de capital do Brasil, o samba e a bossa nova? agora o nome de quem vende vai ser carioca de acarajé e não mais BAIANA? pic.twitter.com/Y3BZWpRY0a
— Marcus Danttas (@MarcusDanttas) October 28, 2023
