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O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva conversou com o jornal Folha de S. Paulo nesta sexta-feira (30), a respeito dos medos e inseguranças que passou desde a descoberta do câncer diagnosticado em outubro de 2011. Ao ser questionado se teve medo da doença, Lula disse que a palavra não é esta: “A palavra correta não é medo. É um processo difícil de evitar, não tem uma única causa. As pessoas falam que é o cigarro [que causa a doença], falam que é um monte de coisa que dá, mas tá cheio de criancinha que nasce com câncer e não fuma. A palavra correta... É uma doença que eu acho que é a mais delicada de todas. É avassaladora. Eu vim aqui com um tumor de 3 cm e de repente estava recebendo uma Hiroshima dentro de mim. [Em alguns momentos] Eu preferiria entrar em coma”, disse sendo interrompido por Roberto Kalil, se médico pessoal: “Pelo amor de Deus, presidente”. “Foram realizados exames de ressonância nuclear magnética e laringoscopia, que mostraram a ausência de tumor visível, revelando apenas leve processo inflamatório nas áreas submetidas à radioterapia, como seria esperado”, informou o boletim assinado pela equipe médica coordenada pelos Profs. Drs. Roberto Kalil Filho, Artur Katz, Paulo Hoff, João Luís Fernandes da Silva, Luiz Paulo Kowalski e Rubens de Brito Neto. Quando o assunto foi o medo de morrer, o ex-presidente disse que a preocupação era com outra coisa: “Eu tinha mais preocupação de perder a voz do que de morrer. Se eu perdesse a voz, estaria morto. Tem gente que fala que não tem medo de morrer, mas eu tenho. Se eu souber que a morte está na China, eu vou para a Bolívia”. Lula também contou que sentia muita náusea durante o tratamento e que a boca não suportava nada. Para ele o pior momento do processo foi quando soube que estava com câncer: “Vim trazer a minha mulher para um exame e a Marisa e o Kalil armaram uma arapuca e me colocaram no tal de PET. Eu tinha passado pelo otorrino, o otorrino tinha visto a minha garganta inflamada”. O ex-presidente também contou ao jornal como será sua vida a partir de agora, mas garante que não tomará nenhuma decisão maluca: “Eu ainda estou com a garganta muito dolorida, não posso dizer que estou normal porque, para comer, ainda dói. Mas acho que entramos na fase em que, daqui a alguns dias, eu vou acordar e vou poder comer pão, sem fazer sopinha. Vou poder comer pão com aquela casca dura. Vai ser o dia!”. As informações são da Contigo Online.