Recém-chegada de uma viagem de férias em família na Espanha, Giovanna Ewbank entra no estúdio da fotógrafa Nana Moraes contando que a filha, Titi, de 5 anos, assistiu ao primeiro show de sua vida.
"Fomos ao show de Seu Jorge lá em Barcelona e ela curtiu muito. Era uma apresentação mais intimista, com a plateia sentada, e a Titi prestou atenção em tudo. Bateu palma e no final perguntou se ele não iria cantar mais. Não é fofa?".
A mãe continua narrando as aventuras da filha na Espanha, enquanto o maquiador Dindi Hojah realça o bronzeado que ela conquistou no verão europeu. Topa ser fotografada sem cílios postiços com mais facilidade do que aparecer descalça.
"Vai todo mundo ver os meus pés! Eles são enormes e desproporcionais. Tenho 1,67m de altura e calço 39", detalha Giovanna. "Meus pés sempre foram uma questão. Estudei em escola alemã, bem rígida, e os alunos só podiam usar tênis branco. Os meus pés pareciam ainda maiores!".
O humor, a espontaneidade e o desembaraço são traços da personalidade de Giovanna que passaram a ser conhecidos pelo grande público em seu canal no YouTube. Há pouco mais de um ano no ar, “Gioh” é um fenômeno na internet, com 2,8 milhões de inscritos. O sucesso no mundo virtual lhe rendeu um convite para apresentar a próxima temporada do “Superbonita”, no GNT, ao lado da cantora Karol Conka.
"Precisamos levar esse alto-astral para quem nos acompanha. Giovanna é puro carisma e divertida demais", afirma Daniela Mignani, diretora do GNT. "Além disso, ela transita no universo da beleza, seja pela trajetória profissional, seja pelo lado empreendedor (ela é sócia de um cabeleireiro no Itanhangá), o que lhe confere conhecimento prático do assunto maquiagem".
Com estreia marcada para o próximo dia 8, o "Superbonita" terá novo formato: será um reality show de maquiagem artística.
"Pode ser que, inicialmente, role uma estranheza do público, que não está acostumado com efeitos, caracterização. Mas o programa está muito emocionante. Durante as provas, os maquiadores acabam contando as suas histórias de vida. Chorei em diversos momentos", conta Giovanna, que já gravou em São Paulo parte dos 13 episódios.
À vontade no papel de apresentadora
Depois de algumas participações discretas como atriz de novela, ao longo de dez anos como contratada da TV Globo, Giovanna não esconde de ninguém que está se sentindo bem mais confortável no papel de apresentadora.
"Durante o meu trabalho como atriz, senti muita falta de mostrar quem eu era. Querendo ou não, acabei sendo tachada 'a namorada do Bruno Gagliasso'. Isso me incomodava muito", lembra a paulistana de 31 anos, casada com o ator desde 2010. "Quando virei repórter do 'Vídeo Show', as pessoas enfim passaram a me conhecer como Giovanna. Foi muito importante para mim. Tenho personalidade forte, gosto de falar, de mostrar o meu ponto de vista. Atriz vou ser para sempre, mas não tenho vontade de voltar a atuar neste momento".
De uns tempos para cá, a apresentadora também passou a ser conhecida como “a mãe da Titi”.
"Esse título me dá muito orgulho. Outro dia, eu e o Bruno entramos num táxi e, quando a motorista nos viu, deu um berro. Achei que ela iria falar: 'O Bruno e a Giovanna!'. Mas ela falou: 'Os pais da Titi!'".
Falando sério, Giovanna conta como a sua vida mudou depois que ela e Bruno adotaram a pequena no Malauí, país na África Ocidental. Quando a filha foi alvo de ataques racistas nas redes sociais, a mãe precisou levantar a voz para combater o preconceito e acabou se descobrindo uma pessoa mais consciente e engajada.
"Eu vivia numa bolha. Com a chegada da minha filha, passei a ver o mundo de outra maneira. De fato, não via muitas coisas. Agora tento procurar saber o que acontece no mundo, olhar para o outro. Há uma estrada longa a percorrer. Mas acho que não é por acaso que tenho quase 15 milhões de seguidores no Instagram. E quero muito honrar esse lugar que o universo me deu. É muita responsabilidade".
Para o bem e para o mal, a visibilidade da família Ewbank Gagliasso nas redes sociais é enorme. No início deste mês, o casal se envolveu em uma polêmica após críticas ao youtuber Júlio Cocielo, que fez um comentário racista sobre o jogador de futebol francês Mbappé. Bruno pediu que marcas retirassem o patrocínio ao influenciador digital e, em contrapartida, internautas resgataram posts com piadas homofóbicas publicados pelo ator no passado.
"Sobre esse assunto, não posso falar pelo Bruno. É o lugar de fala dele. Somos casados, compartilhamos uma vida juntos, mas temos pensamentos distintos. As pessoas confundem muito, mas não somos a mesma pessoa", reage Giovanna, séria.
O semblante muda quando o assunto da entrevista volta a ser Titi. Com um sorriso de orelha a orelha, a apresentadora mostra o celular e conta que o seu álbum de fotos virtual é dominado por imagens da menina. Com objetivo de proteger a privacidade da filha, segura-se para não postar todos os registros de que gostaria.
"Antes de ser mãe, achava um saco essas mulheres que vivem falando dos filhos", diverte-se. "Mas o fato é que não consigo lembrar como era a minha vida antes da Titi".
Vontade de ter mais filhos
A experiência da maternidade animou Giovanna a aumentar a família.
"A Titi já está pedindo um irmãozinho, está sentindo falta de ter outra criança em casa. Nunca fui de programar muito as coisas, deixo acontecerem, mas pretendo, sim, adotar mais uma criança".
E não descarta a possibilidade de ter um filho biológico, desejo antigo de Bruno:
"Nunca tive vontade de engravidar. E, na verdade, antes da Titi eu não queria nem ser mãe. O Bruno sempre teve muita vontade de ter um filho biológico, de ver como seria uma junção nossa", conta. "Ele se revelou um paizão. Gosta de levar a Titi na escola, na fono, na natação, de dar comida, banho. Quando viajo, fico despreocupada. Essa experiência de vê-lo como pai me deu segurança para ter mais filhos. E até vontade de gerar um bebê na minha barriga. Será mais pelo Bruno. Não vejo diferença entre filho biológico e filho do coração. Filho é filho. Mãe é mãe".
A maternidade a transformou, segundo ela, em “uma mulher mais forte e segura” — e cheia de dor nas costas; com 18 quilos, Titi adora andar pendurada na mãe.
"Antes, tinha muita necessidade de me provar como mulher, de mostrar que era fofa, inteligente, de exibir um corpaço. Agora, não tenho mais essas preocupações. Sei o que sou e não preciso provar nada para ninguém".
Quando precisa vestir um biquíni para fazer um comercial de protetor solar ou um top para um anúncio de tênis, Giovanna conta que “seca” em três dias suando na esteira:
"A vida inteira corri e fiz natação, então a memória muscular ajuda. Hoje faço esporte por uma questão de saúde. Meu corpo mudou muito. Além disso, na casa dos meus pais nunca teve açúcar, pois o meu irmão é diabético. Eu precisava atacar a despensa da casa dos amigos se quisesse comer um biscoito recheado. Minha alimentação sempre foi regradinha. Fui educada assim e tento passar isso para a Titi. No dia a dia, comemos legumes orgânicos e grãos integrais. No fim de semana, libero pizza e batata frita. Desencano mesmo".
Giovanna anda mais desencanada até com a própria voz.
"Desde pequena, eu tinha muitos problemas com a minha voz porque atendia o telefone de casa e, do outro lado da linha, as pessoas achavam que era o meu pai falando. Quando comecei a fazer novela, todos os diretores diziam que eu tinha algum problema e me mandavam para fono. Mas eu nunca tive calo nas cordas vocais. Hoje eu adoro a minha voz".
Ela, que fez até dublagem para o filme "Carros 3", da Disney, coleciona uma série de causos envolvendo o seu timbre particular.
"Numa época, eu e o Bruno nos separamos e voltamos a namorar escondido. Mas a (atriz) Fê Paes Leme, que era vizinha de porta dele, logo descobriu que a gente tinha voltado porque ouviu a minha voz", conta, aos risos, enquanto abaixa o volume e (tenta) falar baixinho. "Estou fazendo fono para aprender a usar melhor a minha voz".
Que promete ficar cada vez mais potente.
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Redação iBahia
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