O cantor Latino surpreendeu ao falar sobre o passado e as dificuldades sofridas na infância. Aos 50 anos, o artista, que está prestes a contar parte da vida dele no livro 'The Transformational Journey', entregou que chegou a cheirar cola na infância para inibir a fome.
A declaração foi dada em entrevista ao site Splash.
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Roberto de Souza Rocha, como foi registrado, contou que morou na rua após o fim do casamento dos pais. A mãe do artista se mudou para os Estados Unidos, enquanto ele ficou no Brasil com o pai.
Segundo Latino, cheirar cola era a única alternativa que tinha para não sentir fome. "Tive uma vida muito sofrida. Morava na rua e estava num momento muito triste. Inclusive, para se ter uma ideia, a dificuldade era tanta que eu cheirava cola de sapato para poder inibir a fome. Eu vivia na rua, lustrando sapato e lavando carro. Essa era a minha vida".
Alguns anos depois, a mãe de Latino voltou ao Brasil e levou ele para morar no exterior, o que também foi difícil para o artista.
"Foi uma guerra muito grande, porque é difícil um garoto de rua perder a pipa, o pião, a bola de gude, que naquela época fazia muita diferença. Me deparei com outro mundo, um mundo onde o bullying é fato marcante na minha vida. O fato de eu não falar inglês [fazia com que eles] me chamarem de latin boy, porque eu misturava o inglês."
O fato de ter que começar do zero nos Estados Unidos também aproximou o artista da criminalidade.
"Infelizmente, tive os momentos de fraqueza, fazia muita besteira. Pichava muro dos outros, cheguei a ser preso por furto. Fiz coisas que um adolescente que nunca teve princípios, nunca teve educação, possivelmente faria. Estava muito deslumbrado porque estava em um país onde tudo era muito fácil. Tomei facada nos Estados Unidos e levei 18 pontos porque participava de gangue."
Latino precisou voltar para o Brasil após ser preso e precisar escolher entre cumprir a detenção nos EUA ou ser deportado.
"Fui me renascendo das cinzas, fui aprendendo a lidar com aquilo tudo, e Deus foi me mostrando os caminhos. Fui seguindo os meus instintos, o lado artístico falou mais alto e eu fui contextualizando a minha história."
