Jayme Periard vai voltar à Globo em “Segundo Sol”. Ele começa a gravar nesta quinta-feira, 4, como Vicente, um pretendente de Nice (Kelzy Ecard). O personagem, um marceneiro, trabalhará na reforma do restaurante de Cacau (Fabiula Nascimento) e ficará encantado com a cozinheira.
- Fiquei feliz com a participação, ainda que no finalzinho da novela. O núcleo é bacana e tem ótimos atores. O personagem será um contraponto a todas essas barbaridades que estão acontecendo com as mulheres, visto o alto número de feminicídios. E é um tipo diferente daqueles que venho fazendo, então, é muito bom - diz ele, que interpretou vilões em "Apocalipse" e "Escrava mãe", seus dois últimos trabalhos na TV.
Esta será a 31ª novela de que Jayme participa. O primeiro papel na TV foi em 1985, como o Tito de "A gata comeu". O ator conta que ainda é muito lembrado por seus antigos personagens: - Esta semana mesmo um homem falou que lembrava da minha primeira novela e de um comercial que fiz em 1986, dos cigarros Free. O personagem em 'O portador' também foi marcante (na minissérie de 1991, ele vivia um portador do vírus HIV). Sem falar em 'Dona beija', 'Despedida de solteiro' e 'A viagem'. Claro que as pessoas da minha geração se recordam mais do que fiz no começo da carreira, mas também sinto o assédio dos mais jovens, que viram trabalhos recentes. O Garcez de 'Salve Jorge', por exemplo, namorava uma menina mais nova (Paloma Bernardi) e isso ficou na memória do público.
Jayme afirma que as significativas mudanças na forma de produzir novelas impactaram seu trabalho. - As falas hoje são muito curtas. Em 'Dona beija', eu tinha cenas de três páginas. Havia um envolvimento com o texto, um apego. Hoje o espectador não quer mais sequências tão longas. É preciso chegar a ele de outra forma. Não é uma crítica, só uma diferença em relação àquela época. Além disso, atualmente uma mesma cena é dividida em várias na hora de gravar. Não dá para ter uma continuidade emocional. Para o ator, ficou um pouco mais delicado e também desafiador - analisa ele. - Eu vivenciei toda essa transformação causada pela tecnologia e também pela formação dos profissionais. No início, eram pessoas do teatro e do rádio. Esta geração é bastante especializada, tem muita gente de cinema, formada em universidades. Existe um outro olhar para o produto. Fico feliz por poder experimentar tudo isso.
O ator, de 57 anos, que ficou muito conhecido pelos papéis de galãs na teledramaturgia, diz não ter qualquer problema com o envelhecimento: - Acho bacana ter a idade que tenho. Os anos foram me proporcionando outros tipos de papéis. Meu corpo e meu rosto traduzem minha história de vida e emprestar isso para os personagens é muito bom.
Em sua volta ao horário nobre da Globo, Jayme diz que não acompanhará a repercussão pela internet, já que não é assíduo nas redes sociais: - Não é algo a que eu tenha me adaptado e de que eu realmente goste. Eu posto de vez em quando, mas não sou ativo. As redes sociais exigem um tempo e uma energia muito grandes. É preciso estar sempre produzindo material, publicando e conferindo o retorno. Sou da geração dos analógicos.
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Redação iBahia
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