Ludmilla voltou a desabafar, após ser acusada de intolerância religiosa por um vídeo que fez parte do show da artista no festival Coachella, nos Estados Unidos. Em uma série de stories, a cantora explicou novamente o conceito das imagens e questionou o público.
"Gente, vamo lá. O que eu faço, falo, na minha cabeça, na minha visão está tão óbvio que não precisam ser explicadas. Tá ali, para todo mundo ver. Fiz praticamente um clipe de 3 minutos com vários imagens do Rio de Janeiro, da favela, de tudo que acontece na favela. Isso foi uma mulher preta que gravou, periférica. [...] Aí vocês pegam o print de uma e me acusam de intolerância religiosa. E o resto das imagens? O tiroteio? O helicóptero passando em cima das casas? Ônibus com fogo? Quer dizer então que eu sou a favor de tudo isso?", questionou Lud.
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A funkeira reafirmou ainda que a imagem foi tirada de contexto, e o que propósito era denunciar e fazer uma reclamação sobre o que acontece dentro das favelas. Ludmilla afirmou que a situação foi gerada para tacar "hate" nela e apagar o que ela conquistou ao tocar no festival norte-americano.
"Vocês pegaram uma imagem e tiraram completamente do contexto. O contexto ali era de denúncia, de reclamação. Vocês acham mesmo que eu seria maldosa nesse nível? Vocês estão tão engajados em botar 'hate' em mim, em tentar apagar tudo que eu fiz nos finais de semana, na história sendo construída. Vocês estão tão empolgados em acabar com isso que vocês nem prestaram atenção no que realmente é a mensagem do show", continuou. Veja o vídeo completo do desabafo:
Ludmilla foi acusada de intolerância religiosa
As acusações começaram depois que um vídeo exibido durante a apresentação da cantora brasileira mostrar a frase "Só Jesus expulsa o Tranca Rua das pessoas".
Na umbanda, no candomblé e outras religiões com raízes africanas, "Tranca Rua" ou "Tranca-Ruas" é conhecida como uma entidade protetora, guardiã dos caminhos.
A imagem viralizou nas redes sociais, e diversas pessoas afirmaram que Ludmilla estaria reforçando intolerância religiosa e associando entidades de matriz africana ao mal.
Antes de publicar os vídeos no Instagram, a cantora divulgou uma longa nota no "X" (antigo Twitter), em que também se defendeu das acusações. A cantora disse que o vídeo, exibido durante a apresentação da música "Rainha da Favela", representa as comunidades em que ela cresceu.
"Rainha da Favela apresenta a minha favela, uma favela real, nua e crua, onde cresci, mas, infelizmente, se vive muitas mazelas: genocídio preto, violência policial, miséria, intolerância religiosa e tantas outras vivências de uma gente que supera obstáculos, que vive em adversidades, mas que não desiste. Isso passa por conviver em um ambiente muitas vezes hostil, onde a cada esquina você precisa se deparar com as dificuldades da favela", continuou.
Por fim, a funkeira destacou o processo de produção do vídeo que causou polêmica e mandou um recado para quem a está atacando e acusando de intolerância religiosa.
"Esse vídeo foi feito por uma fotógrafa/videomaker negra e periférica, para que eu tivesse um olhar de dentro para fora! Não me coloquem nesse lugar. Vocês sabem quem eu sou e de onde eu vim. Não tentem limitar para onde eu vou. Respeito todas as pessoas como elas são, e independente de qualquer fé, raça, gênero, sexualidade ou qualquer particularidade de que façam elas únicas", concluiu.
Nathália Amorim
Nathália Amorim
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