Mani Reggo, de 42 anos, lamentou a tentativa de "embranquecer" quando jovem. Como a maioria dos adolescentes pretos, ela também não passou imune e viveu a fase de problemas com a própria imagem. Em entrevista ao Preta Bahia, vídeocast do iBahia, a influenciadora baiana relembrou o processo de autoaceitação e também falou da beleza.
Segundo a empreendedora, ela se deu conta de ser uma mulher preta apenas a partir dos 29. O racismo estrutural da sociedade a fez entender que ela precisava se "embranquecer" a todo o custo durante boa parte da vida.
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"Antigamente, a gente não falava sobre a mulher preta ou ser preto, nós não tínhamos o conhecimento. A gente não entendia sobre esses assuntos. Quando eu entrei na faculdade, que eu entendi que era não só uma mulher preta, mas gorda", relatou ela.
O universo acadêmico que despertou os gatilhos necessários para ela entender o processo de aceitação enquanto negra. Emocionada, Mani dividiu ter utilizado produtos químicos no cabelo e por causa disso sofre com "cicatrizes" até os dias atuais.
"A gente se sente inferior em alguns ambientes, em [por exemplo] entrevistas de emprego. Eu lembro de um episódio me questionaram se eu alisaria o meu cabelo e meu cabelo caiu [por causa] de um produto que usei tempos atrás. A gente vai se descobrindo aos poucos, sobre esse lugar que também é nosso", explicou.
Mani Reggo revela que mudou a percepção sobre si
Foi difícil para Mani Reggo também entender o quanto ela é uma pessoa bonita. Ainda na conversa, a baiana revelou que hoje em dia consegue enxergar beleza em si.
"De onde eu vim as pessoas não falavam sobre autoestima. Eu não tinha uma referência de mulher que eu olhasse e me achasse bela. Isso está começando agora.... [hoje] eu olho no espelho e digo que tem algo belo em mim", completou ela. Assista abaixo:
Lucas Sales
Lucas Sales
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