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Mariene de Castro surpreende como a Dalva de 'Velho Chico'

Com 15 anos de carreira, artista revela as alegrias da rotina de atuar

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Redação iBahia

29/05/2016 às 14:45 • Atualizada em 27/08/2022 às 13:56 - há XX semanas
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Na preparação do elenco para “Velho Chico”, meses antes de a novela começar, o elenco foi vendado e colocado em círculo. Mariene de Castro, que se integrava naquele dia ao grupo, chegou de surpresa e foi posta no meio da roda. Só então as vendas foram retiradas. Ao ver a intérprete de Dalva ali no meio, todos vibraram e correram para abraçá-la. Foi a forma que a preparadora de elenco Lúcia Cordeiro encontrou de dar as boas-vindas a Mariene, que faria sua estreia na televisão.

— Naquele momento, eu me senti acolhida, a direção teve essa sensibilidade. Então, quando fomos para o estúdio, a equipe já tinha criado esse clima bom — conta a novata.
Não que ela precisasse de uma adaptação aos holofotes. Com 15 anos de carreira como cantora, Mariene já é craque no assunto. Mas o lado atriz ainda é recente. Ela atuou nos filmes “Ensolarado” e “Quase samba”, de Ricardo Targino, e foi vista pelo diretor de “Velho Chico”, Luiz Fenando Carvalho, que fez o convite para um teste. Mariene estava embarcando de férias para a França, mas isso não foi problema: ela gravou a cena de lá mesmo e mandou para a emissora. Foi aprovada e já começou os ensaios.
— Para mim é tudo muito novo, porque eu nunca fiz teatro. Meu caminho sempre foi o da música, mas sou apaixonada por cinema — diz a Dalva da trama das nove, que estreou na telona em “Jardim das folhas sagradas”, de Pola Ribeiro: —Televisão tem outro ritmo. O filme você lê como um livro e sabe o que vai acontecer. Numa novela, a gente vai sabendo aos pouquinhos, dá uma ansiedade.
E a ansiedade de Mariene deve ter aumentado ao ver quais serão os próximos passos da empregada do coronel Saruê (Antonio Fagundes): ela vai transar com Cícero (Marcos Palmeira). Na história, a moça acha o vestido que o jagunço roubou de Tereza (Camila Pitanga) e veste a roupa para seduzi-lo. Cícero não resiste, e os dois têm uma noite ardente no celeiro. Nova prova de fogo para a estreante: uma sequência de sexo bem “caliente”.
— Estou curiosa para saber como faz isso de brincadeira — diz Mariene, aos risos: — Já conversei sobre a cena com o Marcos Palmeira, ele é um gentleman, me ajuda, dá muitos toques. Vai ser tranquilo.
A intérprete pode até estar calma, mas tranquilidade não parece fazer parte do vocabulário da personagem. Espevitada, atrevida, divertida, a serviçal vem arrancando risadas ao se meter nos assuntos da família. Uma boa forma de a atriz experimentar um lado mais histriônico.

— Queria ter um pouco da Dalva. Ela é arretada, duas oitavas acima de mim. Depois desse tempo vendo suas ações, entendi que ela quer ser justa. Foi alforriada, aquele cabelo solto representa liberdade. É dona do próprio nariz e traz leveza para a casa.
A agenda de gravações diminuiu bastante o ritmo de shows de Mariene. A gravação do DVD comemorativo dos 15 anos de carreira, que deveria acontecer agora, foi adiada para o segundo semestre. Nele, a cantora vai revisitar seus grandes sucessos e trazer canções inéditas. O show será realizado em Salvador, local onde ela nasceu, há 38 anos. Sua trajetória musical estava ligada à cidade baiana, onde fez vocal para Timbalada, Márcia Freire e Carlinhos Brown antes de se lançar em carreira solo.
Em junho de 2012, veio participar do Prêmio da Música Brasileira, em um número ao lado de Arlindo Cruz, que foi uma espécie de batismo da cantora em terras cariocas. Em estado adiantado de gravidez, acabou ficando no Rio para o nascimento de sua filha mais nova, Maria. E daqui não saiu mais. Em agosto, gravou o DVD “Um ser de luz”, com o repertório de Clara Nunes, e deslanchou musicalmente, sendo muito bem recebida pelos sambistas cariocas:
— Eles me adotaram de forma generosa, abriram as portas de suas casas para mim. Arlindo Cruz e Beth Carvalho são os padrinhos de Maria. Zeca Pagodinho me deu boa parte do repertório de meu CD “Colheita”. São artistas que admiro e que me deram força. Sou muito grata.
Se a carreira musical ganhou força no Rio, a vida em família ficou mais atribulada. Além de Maria, de 4 anos, Mariene tem João, de 16, Pedro, de 8, e Bento, de 5, que tiveram que trocar de escola na mudança de cidade. Mas, agora, já estão adaptados.
— É uma gincana boa, tenho orgulho. Faço questão de chegar cedo do trabalho para ficar com as crianças. Eu bato o texto com eles e nós assistimos à novela juntos. Eles se divertem! — diz a cantora, atualmente solteira, que mora no Recreio: — Para mim é ótimo, porque é perto dos estúdios. Lá em Salvador eu morava distante do Centro também. Gosto desse clima menos agitado. Está vendo como sou o oposto da Dalva? Quero sossego, ela gosta de pimenta!
Apesar das diferenças, a personagem só tem dado alegrias a Mariene. Um novo público surge nos shows, e os fãs da cantora descobrem sua nova faceta.
— Tem muita gente surpresa com essa minha versão. E agora as coisas vão se relacionar: já gravei cenas de Dalva cantando na cozinha. E até que ela tem uma voz bonita... — brinca.
Cada vez mais à vontade na nova função, a atriz não se intimidou nem ao entrar no set e dar de cara com nomes consagrados, como Antonio Fagundes e Christiane Torloni. Para responder sobre a tensão inicial, Mariene cantarola “Filha do mar”:
— “O vento que assobia/ Não se assusta com o trovão (...)/ Sou feito mato na beira do rio/ Não me esconda desafio/ Não me entrego nunca não”.
Suave como Mariene, forte como Dalva e envolvente como ambas.

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