"É uma música de militância", diz MC Rebecca no primeiro minuto da nossa conversa por telefone. Fenômeno do funk pop que soma 2,8 milhões de seguidores no Instagram, a carioca diz que "Medo do escuro", uma parceria com a cantora Manaia, é uma importante mensagem contra a violência doméstica. "É essencial falarmos a todo momento sobre machismo e feminicídio", observa a estrela, de 21 anos. "E ainda apresento uma nova estética, com menos maquiagem e looks clássicos."
Com lançamento agendado para esta sexta-feira, o clipe de "Medo do escuro" foi gravado antes de o isolamento social (para quem pode ficar em casa) ser indicado como forma de impedir o avanço do novo coronavírus no Brasil. "Minha agenda está parada e não sei exatamente quantos shows foram remarcados. Estava numa fase bacana. Fiz inúmeras apresentações no carnaval. Mas é por algo maior. Tenho aproveitado esse distanciamento para planejar os próximos passos da minha carreira e entreter os fãs com vídeos transmitidos pelas redes sociais."
Nas lives, Rebecca já ensinou coreografias, fez apresentação usando o controle remoto da TV como microfone e debateu até sobre sexo. Chegou a dividir com os internautas, inclusive, que "precisava transar". "Não estou namorando nem tenho nenhum tipo de relacionamento. Acho que os casados estão passando por esse período de uma forma melhor, né? Como não podemos encontrar ninguém, meus brinquedinhos estão salvando a quarentena", comenta a carioca, que foi alçada ao sucesso com o single "Cai de boca", presente de Ludmilla que colocava em pauta o sexo oral. "É direito da mulher ser livre. Recebo muitas mensagens de meninas falando que minhas músicas as incentivaram a dividir com os parceiros suas preferências na cama. Isso não tem preço."
Dona de números de respeito — seus clipes que ultrapassam os 300 milhões de visualizações no YouTube —, Rebecca afirma que a vida mudou completamente de um ano e meio para cá. "Consegui trazer minha mãe e minha filha (a pequena Morena, de 2 anos) para perto. Estávamos morando separadas por causa da correria. No começo, tinha compromisso toda noite. Minha maior preocupação era não acompanhar o crescimento da minha bebê. Sabe fazer a coreografia da música 'Deslizo e jogo'. Debaixo do mesmo teto, brincamos e nos divertimos à beça", diz. "E Morena faz questão de contar para todo mundo que sua mãe é a MC Rebecca. Ela é impossível, uma graça."
Criada no Morro São João, no Engenho Novo, na Zona Norte do Rio, a cantora, que chegou a ser passista da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro, quer gravar um DVD assim que a quarentena chegar ao fim. "Quero um palcão, com luz boa e câmeras incríveis. A ideia é mostrar que posso fazer um show com uma grande estrutura", entrega Rebecca, citando Rihanna, Beyoncé, Tati Quebra Barraco e Valesca Popozuda como referências. "Ainda canto alguns proibidões do funk nas minhas apresentações.”
Mas enquanto está em casa, a moça segue estudando. "Tudo aconteceu muito rápido. De uma hora para outra, tive que aprender a ser uma artista completa. Como passista, só sorria e sambava. Precisei ir além."
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Redação iBahia
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