A cantora Angela Ro Ro morreu nesta segunda-feira (8), aos 75 anos. A informação foi confirmada ao jornal O Globo Laninha Braga, ex-namorada que vinha cuidando da artista, e pelo produtor Paulinho Lima, amigo próximo da artista. Angela sofreu uma parada cardíaca após um procedimento cirúrgico.

Angela teve hipotensão grave, parada cardíaca, foi reanimada por 15 minutos, já muito frágil, não resistiu. "A cirurgia foi feita de urgência, no domingo (08/09), depois de uma inflamação no intestino. Foi longa e complexa. Hoje pela manhã, ela teve uma parada cardíaca e precisaram reanimá-la e não conseguiram. Na minha opinião, foi até melhor, porque ela estava com muitas complicações", disse a amiga e cirurgiã geral Loreta Burlamaqui a Veja Rio.
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Antes da internação, Angela havia recorrido às redes sociais para pedir ajuda financeira, explicando que enfrentava sérios problemas de saúde. "Sem perspectiva de alta ou cura para trabalhar, humildemente peço ajuda a vocês", escreveu à época.
Conforme boletim médico divulgado em julho, a cantora apresentava um quadro de saúde delicado. Angela chegou a tentar escrever, mas não conseguiu, devido à falta de coordenação motora. No início de agosto, ela voltou a se comunicar por meio da sua voz rouca, forte e inconfundível.
Trajetória de Angela Ro Ro, ícone da música brasileira

Nascida no Rio de Janeiro em 5 de dezembro de 1949, Angela Maria Diniz Gonsalves ficou conhecida desde cedo como Angela Ro Ro - apelido inspirado no timbre rouco e marcante de sua voz, que viria a se tornar sua marca registrada na música popular brasileira.
Sua trajetória artística começou a tomar forma nos anos 1970, após uma temporada na Itália, onde teve contato com o cineasta Glauber Rocha. A relação com ele foi decisiva: por sua indicação, Angela participou do disco Transa (1971), de Caetano Veloso, tocando gaita na faixa Nostalgia (That's What Rock'n Roll Is All About).

Depois da Itália, seguiu para Londres, onde enfrentou uma realidade difícil: trabalhou como faxineira em hospital, garçonete e lavadora de pratos em restaurante. Ainda assim, não se afastou da música, se apresentando em pubs da cidade.
De volta ao Brasil, Angela começou a se apresentar em casas noturnas no Rio e logo chamou atenção da gravadora Polygram/Polydor (hoje Universal Music), que a contratou. Seu álbum de estreia, lançado em 1979 e batizado com seu nome, trouxe apenas composições autorais e se tornou um marco. Nele estavam sucessos como "Gota de Sangue", "Balada da Arrasada", "Agito e Uso", "Tola Foi Você e Amor", "Meu Grande Amor" - esta última regravada por diversos artistas ao longo dos anos.
Na década de 1980, consolidou sua carreira com os discos "Só Nos Resta Viver" (1980), "Escândalo!" (1981) - cuja faixa-título é assinada por Caetano Veloso -, "A Vida É Mesmo Assim" (1984) e "Eu Desatino" (1985).
Após um período de menor visibilidade nos anos 1990, quando lançou apenas o álbum ao vivo "Nosso Amor ao Armagedon" (1993), Angela deu a volta por cima no início dos anos 2000. Em 2000, lançou "Acertei no Milênio", celebrando um novo estilo de vida: longe das drogas, do álcool e do cigarro, e com uma rotina de exercícios que lhe fez perder cerca de 35 kg.
Nos anos seguintes, se manteve ativa na música e na televisão. Entre 2004 e 2005, apresentou o programa "Escândalo", no Canal Brasil, com entrevistas e apresentações musicais. Em 2006, gravou o álbum "Compasso", pela Indie Records, e lançou um disco ao vivo gravado no Circo Voador, no Rio.
A década de 2010 trouxe mais novidades: em 2013, lançou "Feliz da Vida!", pela gravadora Biscoito Fino, e foi homenageada no projeto "Coitadinha Bem Feito: As Canções de Angela Ro Ro", um tributo em que cantores homens regravaram seu repertório. Seu último álbum de estúdio foi "Selvagem", lançado em 2017.
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