O Teatro Castro Alves, mais uma vez, foi palco do Música Falada, nesta terça-feira (14). Ao comando de Jonga Cunha, Fernando Guerreiro e Andrezão, o projeto recebeu o irreverente Carlinhos Brown.
Com o teatro completamente lotado, o show intimista de Brown, apesar de cansativo, afinal, foram três horas de muita conversa e pouca música, foi bastante interessante.
O músico, que já subiu ao palco cantando, foi aclamado pelo público presente. O cenário “vivo”, mais uma vez, foi composto por alguns artistas como Amanda Santiago, Carla Visi, Márcia Shot, entre outros convidados.
O cacique iniciou o Música Falada explicando a origem do nome Brown. Antônio Carlos Santos de Freitas, o Carlinhos, fez questão de falar que o nome artístico surgiu em um momento muito especial. “O Brown vem de gente que não estudou, mesmo, mas é claro que a influência do grande James Brown foi fundamental”, contou o músico.
O samba foi tema de longas histórias no Música Falada. Brown relembrou momentos importantes de sua carreira ao falar da grande influência dos Apaches do Tororó. E convidou ao palco os músicos Arnaldo e Celso, que representam para o cacique o samba da Bahia. “Se quisermos contar a história da Bahia, esses homens são o início de tudo, o samba de poesia”, contou Brown.
A platéia não parava de se balançar entre as cadeiras do teatro e Brown fez questão de fazer todo mundo levantar e dançar ao som de sua música. Pouco foi dito sobre a Timbalada, aliás, quando os organizadores do projeto questionaram o cantor sobre a banda, ele se perdeu entre as palavras acabou sem falar muito do grupo que o projetou nacional e internacionalmente. Diferente dos Tribalistas, ao relembrar da banda que formou com os amigos Arnaldo Antunes e Marisa Monte, Brown se encheu de orgulho e fez o público cantar junto a canção “Velha Infância”.
A música de trio também virou assunto da noite e para representar este momento Brown chamou ao palco a galera da Lateral. Os músicos eram os percursionistas dos trios elétricos em meados de 80, e se denominam assim pela localização deles nos trios. Brown contou um pouco sobre a história deles quando faziam parte do Camaleão e fez um apelo aos presentes no TCA: “Gente, essa galera aqui é muito boa, mas eles estão precisando tocar. Porque não colocar essa banda nos camarotes? DJ é muito bom, mas ter música nossa é melhor ainda”.
Ao longo da noite Andrezão disse a Brown que achava um absurdo o Guetho estar fechado. A resposta foi simples e curta: Museu du Ritmo. O músico ainda disse ter muitas saudades da época do Guetho, mas fez questão de afirmar que o Museu é a idéia do Guetho amadurecido.
Perto do show chegar ao fim, as músicas mais esperadas foram cantadas e tocadas por Brown, aliás, é bom ressaltar que ele tocou praticamente todos os instrumentos presentes no palco, do pandeiro ao piano, passando por timbal, guitarra e violão.
Fernando Guerreio deu o aval para Brown encerrar a segunda edição do projeto. E a irreverência do músico não foi diferente. “No dia em que eu soube que tocaria no TCA, disse que realizaria o sonho de tocar piano e cantar Meia Lua Inteira”, e foi isso mesmo que ele fez. Carlinhos Brow finalizou o show realizando seu sonho entre aplausos dos fãs e admiradores presentes.
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