A inspiração da inspiração. É assim que se pode descrever a nova novela Êta Mundo Bom!, da Globo, que estreia amanhã no horário das 18h. De autoria de Walcyr Carrasco, a trama mergulhou no filme Candinho (1954), estrelado por Amácio Mazzaropi (1912-1981) que, por sua vez, bebeu do conto Cândido ou O Otimismo, publicado em 1759 pelo filósofo francês Voltaire (1694-1778).
“Quando eu era criança, meu pai me levava ao cinema quase todos os dias. Mazzaropi faz parte da minha infância. E, de certa maneira, essa novela é uma homenagem a meu pai. Eu também quis trazer a grande discussão que sustenta a todos nós, todo o tempo. O mundo é bom? Há motivos para ser otimista?”, questiona o autor que criou um novo Candinho. Dessa vez, nascido na década de 1920, no interior de São Paulo, interpretado pelo ator Sérgio Guizé.
Na primeira etapa, a história, dirigida por Jorge Fernando, traz a jovem Anastácia (Nathalia Dill), que esconde a gravidez do pai, o Barão de Goytacazes (Celso Frateschi), um rico fazendeiro. Quando a criança nasce, o pai descobre e manda um capataz sumir com o bebê. A mucama da casa, sensibilizada, consegue levar o menino antes e o coloca em um cesto, na beira do rio, com um colar com a foto da mãe.
O bebê é encontrado pelo casal Quinzinho (Ary Fontoura) e Cunegundes (Elizabeth Savalla), que há tempos tentavam ter um filho sem sucesso e, por isso, resolvem ficar com o menino. Só que, logo em seguida, a matriarca engravida e o garotinho vai sendo deixado de lado. Vinte anos depois, o rapaz, que ganhou da nova família o nome de Candinho, se torna um empregado da casa e se apaixona justamente pela primogênita da família, Filomena (Débora Nascimento).
Otimista
“Tudo o que acontece de ruim na vida da gente é ‘pra meiorá’”, esse é o lema de Candinho. Mas o otimismo do rapaz é testado ao longo da história. Primeiro, ele é expulso da casa da família depois de Cunegundes flagrar um beijo entre ele e Filomena. Seguindo conselhos do amigo Pancrácio (Marco Nanini), um professor de filosofia muito sábio, Candinho resolve ir para São Paulo em busca da mãe.
“Candinho é um otimista incurável, mas é esperto, consegue enxergar a verdade de uma maneira diferente das outras pessoas”, afirma Walcyr. Sérgio Guizé garante que nesse quesito é igual ao personagem. “Sou muito otimista e espero, com Candinho, transmitir toda essa esperança ao telespectador”, almeja.
Na cidade grande, mais uma vez, a sua positividade é colocada à prova. Sem ter onde dormir, o jovem resolve ficar na rua e acaba sendo abordado por um policial. Ele só consegue escapar quando ganha a ajuda de Pirulito, um garotinho esperto que também vive nas ruas. Os dois, junto com o burro Policarpo, amigo inseparável de Candinho, vão parar em uma pensão. Mas, depois de ser roubado, é posto na rua e ainda perde o burrinho, que fica como garantia para a dona da pensão.
É nesse contexto que ele reencontra Pancrácio que, sem emprego, se disfarça de vários personagens para pedir esmola na rua. “Quando ele fala sobre o fato de não conseguir emprego como professor de filosofia, ele questiona o modo de ser das pessoas em geral, que não refletem sobre as grandes questões da vida e do universo. Pancrácio faz isso o tempo todo, é um personagem adorável”, admite o autor.
Vilania
Duas décadas depois de ter seu bebê arrancado dos braços, Anastácia (Eliane Giardini) se transformou em uma religiosa que frequenta a igreja quase todos os dias, sempre rezando para encontrar seu filho. Apesar de ter casado, ela não teve filhos. Viúva e dona de uma fábrica de sabonetes, Anastácia mora com dois sobrinhos: Sandra (Flávia Alessandra) e Celso (Rainer Cadete). Os dois, lobos em pele de cordeiro, fingem que querem ajudar a tia a encontrar o primo, mas, na verdade, se articulam para que isso nunca aconteça, para não perderem a herança.
É nesse cenário que Candinho vai ter que batalhar para descobrir a sua história. “A novela traz grandes histórias de amor, vilanias, comédia, todos os ingredientes de um bom melodrama. Além disso, tem o tom caipira, a ingenuidade, as músicas da época. É uma história agradável de ver, de comentar”, avalia o diretor Jorge Fernando. Além dele, a trama ainda conta com os diretores Marcelo Zambelli, Ana Paula Guimarães e Diego Morais. Walcyr também tem a colaboração de Maria Elisa Berredo, Daniel Berlinsky, Marcio Haiduk e Claudia Tajes.
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