Quem poderia imaginar que uma drag queen seria hoje uma das grandes artistas pop do Brasil? Pois Phabullo Rodrigues da Silva, conhecido como Pabllo Vittar, de 23 anos, conseguiu esse feito. A cantora, ou cantor - ela já deixou claro que não se importa com pronomes de tratamento -, hoje tem uma legião de fãs, dentre eles fora do país, adultos, crianças, idosos e também aqueles que não fazem parte da comunidade LGBTQ+.
Dona de hits de sucesso, sendo um dos primeiros 'Open Bar', que a projetou para o cenário nacional, Pabllo carrega consigo a garra e o objetivo de mostrar a que veio, deixando sempre em voga que podemos ser o que quisermos ser, independente de orientação sexual, religião ou raça. "Temos que mostrar quem somos, que temos caráter e que podemos fazer qualquer coisa. A gente pode tudo", afirmou ao iBahia, pouco antes de subir ao palco para comandar um show especial no Alto do Andú, em Salvador, na madrugada da última sexta-feira (08).
Mesmo em meio ao boom de uma parceria com Charli XCX na música 'I Got It' e uma presença inesperada no show da Fergie no Rock in Rio deste ano, Pabllo a todo momento se mostra ter os pés no chão ao falar de sua carreira e faz questão de agradecer aos que estão do seu lado desde o começo. "Dinheiro e outras coisas são consequências do nosso trabalho. Eu batalhei muito", relembrou.
Ao ser questionada sobre um feat dos sonhos, já que tem duetos com outras musas da música como Anitta e Preta Gil, a artista brincou: "ainda vou cantar com a Rihanna, aquela vaga** (risos)". Confira entrevista especial que o iBahia fez com Pabllo Vittar:
iBahia: Como é para você, uma drag queen, ver suas músicas na boca das crianças, jovens, adultos, héteros... Representando a comunidade LGBT?
Pabllo Vittar: É muito legal porque ao mesmo tempo que a gente vê esse retrocesso ridículo ficando enorme e muito espantoso - todo dia você olha uma notícia no jornal e você fica 'po**'. Parece que estamos na década de XX -, eu fico muito feliz em levantar a nossa bandeira e poder subir ao palco e ser drag, ser gay, cantar pro povo, estar na novela, nas capas de revistas... Acho que não dá mais para ficar sofrendo preconceito e ficar em casa calada. Temos que mostrar quem somos, que temos caráter e que podemos fazer qualquer coisa, independente do que a gente seja. A gente pode tudo.
iB: Tem um vídeo seu antigo que circula na internet e até o cantor Daniel já tinha comentado sobre ele. Quem é a Pabllo daquele vídeo e a Pabllo de agora?
PV: Não tenho vergonha nenhuma daqueles vídeos. Eu me divertia tanto. Na minha cidade tão pequena, era a única coisa que eu tinha pra me mostrar. Eu amava. Mas muita coisa mudou. Acho que minha cabeça está mais aberta para muita coisa, com uma visão mais ampla do que eu quero, mas eu sou o mesmo menino de antes.
iB: Você tem hits de sucesso, momentos especiais, como a presença no show da Fergie, e tem crescido cada dia mais. Como você lida com a fama sem deixar o sucesso subir à cabeça?
PV: Eu dou muito valor a tudo que eu consigo porque eu batalhei muito, muito, muito, minha mãe batalhou muito também, as pessoas que trabalharam comigo também batalharam muito. Então eu dou muito valor a isso. Dinheiro e outras coisas são consequências do nosso trabalho que acabam vindo porque a gente também pode conquistar isso. Não é só porque somos LGBT que não podemos ganhar nosso dinheiro. Mas eu amo estar no palco, fazer o que eu faço e isso me deixa feliz. O resto é consequência. Estou fazendo uma coisa que eu amo
iB: Quais são suas maiores inspirações atualmente?
PV: As pessoas que estão comigo sempre, que estão me animando, me motivando e falando 'vai, bicha. Você vai conseguir'. São pessoas de verdade e que me incentivam a correr atrás dos meus sonhos e conseguir. Me agarro muito nessas pessoas.
iB: Você já cantou com Anitta, Preta Gil, Luan Santana, entre outros. Qual seria seu feat dos sonhos?
PV: Cantar com a Rihanna. Ainda vou cantar com aquela vaga*** (risos). Por**, ainda vai rolar. Me aguardem.
iB: Nesta semana você esteve por aqui pela Bahia para gravar com o Lucas Lucco. Quando sai o clipe?
PV: Vai sair no próximo ano. Está incrível, mas não posso contar muita coisa. Maraú é linda, o pessoal de lá tratou a gente como princezinhas e eu amei. Foi f***.
iB: Queria que você concluísse esse bate-papo mandando uma mensagem para àquela pessoa que sofre em relação à aceitação.
PV: Busque auxílio sempre na família e em quem te quer bem. O resto, infelizmente a gente não pode cuidar, só podemos cuidar da gente. Ame e busque apoio nas pessoas que te amam também. Só assim pra gente conseguir andar.
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Redação iBahia
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