A edição brasileira da "Playboy" decidiu continuar publicando ensaios de mulheres nuas, após decisão da matriz americana de acabar com esse tipo de ensaio a partir do ano que vem. Em editorial publicado na edição deste mês, o diretor Sérgio Xavier Filho reforçou que os editores das 23 versões internacionais da "Playboy" têm liberdade para decidir seguir ou não a tendência americana.
"Aqui no Brasil, seguiremos publicando nossos 'nudes' e observando com atenção o que ocorrerá nos Estados Unidos. De certo mesmo, apenas a promessa de que nunca mais escreverei 'nudes'. Que ideia mais cretina essa de 'gourmetizar' a mulher pelada...", escreveu Xavier. Xavier classifica de "suprema ousadia" a decisão de Hugh Hefner, editor-chefe e fundador da "Playboy" e disse que no momento ainda não é possível dizer qual será a reação dos leitores à mudança na raiz da revista.
Em outubro, o diretor da edição brasileira disse em entrevista ao Uol que a "Playboy" é "mais do que uma revista de nu" e que traz mais conteúdo e reportagens relevantes, além das mulheres nuas na capa. "A 'Playboy', mais do que uma 'revista de nu', é uma publicação que discute o comportamento masculino, fala de moda, bebidas, viagens e tem nas entrevistas longas e profundas uma marca importante. A 'Playboy', nos Estados Unidos e no Brasil, sempre discutiu direitos civis, racismo, liberdade. Isso não mudou nem mudará. A questão do nu, porém, precisa ser melhor pensada", afirmou.
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