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Sucesso como Sabiá, Jonathan Azevedo experimenta popularidade

"Me achando lindo", disse ator que está no ar em 'A Força do Querer'

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Redação iBahia

10/09/2017 às 15:57 • Atualizada em 31/08/2022 às 9:03 - há XX semanas
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“Fala, bandidão!”, grita o motorista num desses carrões de três digítos. “Nossa, que emoção. Faz uma foto?”, pede a menina de sandália de borracha no ponto de ônibus. O dono do carro e a garota provavelmente vivem em mundos muito distintos. Mas ambos retratam um Brasil que senta para ver as cenas de Jonathan Azevedo na pele de Sabiá. O traficante de “A força do querer” tinha tudo para ser execrado. Mas ganhou lugar na galeria de personagens que odiamos amar.
“Eu poderia fazê-lo cruel, como os bandidos que já interpretei em filmes. Mas acho que trouxe um pouco de humanidade a ele. Um cara que deve à sociedade, é perigoso, mas ama a mulher, defende a comunidade dele, tem até senso de humor", defende o ator, de 31 anos, experimentando pela primeira essa popularidade que a TV confere.
Mais um bandido?
Quando recebeu uma ligação da produtora de elenco da novela, Jonathan ficou reticente. Era mais um bandido. Para quem é negro e vive numa comunidade carioca (Vidigal) não é difícil entender os motivos. “Eu tinha acabado de voltar do Marrocos, onde filmei como o dono de um morro. Queria algo em que eu pudesse explorar outros lados meus”, justifica Jonathan, que pessoalmente, fala com uma delicadeza desconcertante.
Foi essa delicadeza que pegou Gloria Perez de surpesa. Quando as primeiras cenas de Sabiá foram ao ar, a autora quis falar com seu intérprete. “Ela pediu meu telefone e me ligou: ‘Eu ia te matar daqui a três dias. Agora só vou te dar um tiro. Mas estou mesmo falando com o Jonathan?’”, conta ele.
Em serviço, Jonathan arrasta na fala, utiliza todos os jargões e maneirismos que um bandido normalmente tem. É a linguagem que ele conheceu muito de perto. “Eu poderia ser um Sabiá. Qualquer um poderia. Vários amigos meus caíram. Estão presos ou mortos. Eu escolhi estudar”, diz ele, que trabalhou como guardador de carro e boleiro dos tenistas na Lagoa.
Adoção chocou
Filho adotivo de uma família humilde da Cruzada São Sebastião, no Leblon, Jonathan só descobriu que não havia sido gerado pela mãe aos 17 anos: “Foi uma vizinha que contou. Toda a comunidade sabia a minha história, menos eu. Chorei um dia e meio deitado no chão”. O ator foi entregue a família três dias após seu nascimento e a morte da filha biológica de sua mãe adotiva: “Dava um livro”.
O teatro entrou na vida dele como refúgio. Inclusive para saber lidar com ataques racistas como o que recebeu dia desses na internet. Com sorriso aberto e olhos cheios de compaixão, ele diz: “Falta amor ao mundo. Falta amor a essa pessoa. Eu daria um abraço nela”. Não é papinho. O assédio, porém, não vem apenas dos mal-amados: “Estou fazendo sucesso, cheio de negocinhos aí. E quer saber? Estou me amando muito. Me achando lindo”. Como não amar?

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