Mais uma temporada do The Voice Brasil se aproxima do fim e a coluna bateu um breve papo com os técnicos baianos Carlinhos Brown e Claudia Leitte. Na entrevista, os dois falam de suas experiências como mentores do reality musical da Globo, que chega ao fim nesta quinta-feira (25); e da grande oportunidade que é para os artistas participarem do progra
Telinha em Pauta - O que te faz apertar o botão para um candidato naquele primeiro momento do programa, enfim, o que você busca num artista?
Carlinhos Brown: A gente tem um país de muita qualidade musical. Eu sou sensível a um artista como um todo, não a apenas uma grande voz. Tem gente que canta muito, mas é cover. Eu busco uma voz original. Sou muito convicto em desenvolver talentos também. Não gosto de achar a voz perfeita.
Telinha em Pauta - Logo na primeira temporada a vencedora estava no teu time. Queria saber um pouco da tua relação com Ellen e se você tem uma tática definida ali nas audições do tipo 'essa vai ganhar'?
Carlinhos Brown- Eu tenho uma relação muito boa com Ellen, tanto que ela foi convidada para fazer parte do meu projeto Pérolas Mistas, que é um evento que faço em Salvador e que reúne blocos afros e orquestras sinfônicas. Sobre a tática, se eu tivesse alguma certeza da vitória, já teria ganhado na mega sena da virada... (risos).
Telinha em Pauta - Há alguma fase favorita tua? Há alguma mais complicada? Por que?
Carlinhos Brown - Peguei! Acho mais emocionante e é quando de fato os times se definem.
Telinha em Pauta - Além de ser uma das poucas técnicas do mundo a ganhar o programa, como você lida com tanta testosterona ali já que está cercada por homens...
Claudia Leitte: Ali é uma família. O fato de eu ser a única mulher faz com que eu seja a caçulinha porque eu sou a mais nova de todos, a filhinha, a princesinha deles, sabe? Eu vou subir descalça a escada e eles brigam para ver quem vai me carregar, meu camarim está sempre cheio de doces...quando Daniel leva um doce para mim, Brown leva tapioca. Ai um dia Lulu me aparece com um pedaço enorme de torta. Eles meio que competem assim. Eles tem muito cuidado comigo e eu sou louca por eles. Pelos artistas que são eu já era louca antes do programa. Brown é um presente na minha vida. A primeira música que gravei no Babado Novo é dele. As músicas mais populares da minha carreira são de Brown. Daniel e Lulu também são presentes. Eles cuidam de mim e eu os amo. A testosterona me faz bem, muito bem. (risos)
Telinha em Pauta - Depois que saem parece que os artistas continuam gravando releituras que fizeram no programa. Concorda com isso?
Claudia Leitte- Acho que não procede. Sam está gravando trabalho autoral agora. Ellen Oléria já gravou. O programa não tem obrigação de dar continuidade a carreira, mas ele é um grande passo, é uma porta escancarada ali. Dizem que é o programa com maior audiência da TV brasileira, tem um dos maiores diretores, ganhamos vários prêmios de TV que tiveram agora. É muito massa. Se o cara entrar ali e pegar os contatos aquilo é uma super oportunidade. Tem que ter sabedoria, disciplina e não achar que aquilo ali vai resolver todos os problemas da vida. A luta continua. Um artista bem sucedido tem que continuar trabalhando para manter a situação estável, para se renovar, para crescer. Não pode nunca se achar o ‘bonzão’ e já deu. Isso serve para quem está dentro e quem está fora do The Voice.
Telinha em Pauta - E sua postura como técnica, como avalia? Acha que evoluiu da primeira temporada para cá?
Claudia Leitte - Eu consegui separar o joio do trigo. Eu antes sentia aquela responsabilidade de ‘ai meu Deus aquele cara tem uma história parecida com a minha. Sonhos parecidos com os meus...’. Agora eu penso assim: ‘o cara vai embora, mas a responsabilidade é dele. Eu estou aqui pra ajudar e se ele souber aproveitar essa oportunidade, ele se arma na vida...’.
Telinha em Pauta - Como é a relação de vocês? Até onde vai a disputa?
Carlinhos Brown– Na verdade, nós não disputamos. A disputa é entre os candidatos. Nós preparamos o candidato pra que ele chegue ao seu melhor. Acredito que temos características diferentes e isso foi comprovado a cada dia. Por sua vez, hoje - já no final desta temporada - é o público que nos conduz. O público é o quinto técnico. Por sinal, você reparou o que o público nos fez este ano? Era óbvio sertanejo com Daniel, axé comigo ou com Claudinha. Pois é. E como ficamos no final? O público colocou rock no colo de Daniel, sertanejo com Lulu, samba no meu colo e uma mistura de soul com funk na mão de Claudia Leitte. Como que nós podemos disputar isso? O que nós temos que ver é a capacidade técnica de levar essas pessoas até o final, porque ano que vem estaremos lá e a gente se esmera para agradar, para dar o melhor da gente e, claro, para fazer das temporadas algo que quem tá assistindo seja interessante para ele. Então, não há uma disputa entre nós, mas sim um desejo de fazer cada dia melhor. Um dos grandes fatores que faz essa alegria é a nossa amizade. Anteriormente a esse encontro televisivo, nós nos encontramos algumas vezes em shows. Eu já sou amigo de Claudinha há muitos anos. Daniel conheci cedo. Lulu sou fã. Nós quatro nos conhecemos e nos respeitamos muito. Nossa amizade transcende totalmente qualquer desejo que algum time venha a ganhar ou não. A gente quer que alguém ganhe e isso quem decide é o público.
Camila Botto é repórter do Correio*, editora do site 'Feminino e Além', autora do livro Segredos Confessáveis e colaboradora do iBahia.
(Colaborou Monique Lôbo)
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