Quem ainda custa a acreditar que o cantor Chorão, da banda Charlie Brown Jr.,
foi encontrado morto em seu apartamento na última quarta-feira (06) é a sua esposa, a estilista Graziela Gonçalves. Em entrevista, na noite do domingo (10), para o programa 'Fantástico', a viúva do músico revelou que ele era viciado em cocaína e que também tomava remédios controlados para ansiedade. Graziela afirmou que, de um ano pra cá, o cantor passou a usar a droga com mais frequência, além de misturar com bebidas alcoólicas. A esposa de Chorão disse que eles estavam separados há quatro meses e ela foi morar próximo dos pais, enquanto ele optou por ficar se hospedando em vários hotéis diferentes. Segundo ela, o apartamento onde ele foi encontrado morto era uma espécie de refúgio quando ele queria ficar sozinho. A estilista lembrou como foi o momento em que recebeu a notícia da morte do marido: "Quando eu abri a porta era a minha mãe e a minha irmã. Olha... Assim... eu fiquei em choque assim, sei lá quanto tempo". Ela continuou a explicar: "Quando nos casamos, compramos esse apartamento e falava 'a gente está no céu', porque era uma realidade tão distante para nós e criamos uma estrutura de vida aqui com os nossos gatos e o filho dele, que convivia conosco".
Veja também: "Falta de respeito", desabafa Tico Santa Cruz sobre morte de Chorão Ex de Chorão presta homenagem ao músico: 'Meu grande amor infinito!' Quando o vício pela droga aumentou, Graziela disse que não aguentava mais conviver com a situação. "Às vezes eu tinha que pegar pesado e eu falava: 'Alexandre, eu não vou aguentar isso!'. Eu prefiro ele aqui do que ele longe. Só que chegou um determinado momento que ele começou a sair de casa para usar, para eu não ver, para eu não brigar com ele", explicou. A viúva do músico contou também que ele chegou a passar por um tratamento, mas logo voltou para as drogas. Foi aí que ela decidiu tentar interná-lo à força. Para isso, ela precisou de uma autorização da Justiça e a família de Chorão conseguiu.
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"Era uma coisa que eu estava me odiando por fazer. Eu falava: 'gente, como que eu vou pegar ele?'. Eu falava: 'não me interessa se ele vai me odiar para sempre'. Eu falei para o filho dele: 'não, não me interessa se teu pai pode me odiar pra sempre'. Mas se isso for salvar a vida dele, não interessa! Que ele me odeie então para sempre'", relembrou a estilista, completando dizendo que a direção do hotel onde o cantor estava hospedado na época não autorizou tirá-lo de lá. "O pessoal que trabalhava no hotel, o mensageiro, o gerente, todo mundo gostava muito dele e uma dessas pessoas falou: 'olha, não, eu não vou deixar, porque vocês não estão fazendo certo'. Eu falei: 'querido, você não sabe do que você está falando. Por favor!' Aí ele falou assim: 'não vou permitir'!", ressaltou. Graziele falou ainda que tinham pessoas achando que ela estava exagerando ao tentar a internação do músico. "As pessoas o protegiam, então eu sei porque eu falhei... A gente fala: 'Então por que eu não voltei no dia seguinte?' Você está entendendo, por que eu não enfrentei tudo? Eu sou um ser humano também, eu também achei que eu ia ter outra chance e eu não tive", concluiu.