Vinte e cinco anos se passaram desde que um baiano despontou no Brasil, com uma música e uma dança para quebrar tudo. À frente do Harmonia do Samba, Xanddy fez o país cantar “Agachadinho’’, chamar “Vem, Neném’’ e até sentir um “Tic nervoso’’. Já que o casamento do grupo com o público faz Bodas de Prata em 2019, os fãs cariocas ganham de presente a festa “Oxente’’, com canções que vão de Legião Urbana a É o Tchan, além de sucessos da própria banda.
— Nós sempre quisemos fazer algo diferente, que possibilitasse mostrar um astral novo e outras facetas do Harmonia. Vamos levar uma grande “mistureba’’ ao palco. Teremos fusões com ritmos brasileiros, principalmente os nordestinos, sanfona e canções que fizeram parte de nossas inspirações — antecipa o cantor, de 40 anos.
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A maturidade, aliás, traz outras transformações.
— O rebolado não é mais o mesmo. Posso dizer que, hoje em dia, não é um rebolado sensual; é charmoso. Mas o povo gosta (risos)! Até lembro que, no passado, quando tudo aconteceu, não era uma pretensão a dança ficar tanto no foco. Eu não imaginava que isso fosse acontecer. Durante um tempo, as pessoas até queriam que eu mais dançasse do que cantasse. Aquilo me dava um desespero... Eu sofri bastante porque as pessoas misturavam a questão da orientação sexual com a ginga, diziam que por eu dançar daquele jeito, eu não era heterossexual. Era um negócio de doido. Hoje eu já entendo: houve uma quebra de tabu. Até conversava muito sobre isso com o Jacaré, que também sentiu até antes de mim. O bom é que hoje a galera se joga mesmo — comemora o cantor.
A conexão entre dança e vocais chacoalhou Xanddy muito além do Harmonia do samba. O resultado de mais uma extensão dessa paixão é o casamento de quase 20 anos com Carla Perez. No próximo domingo, a ex-dançarina do É o tchan só é dúvida porque está responsável pelos cuidados com a vida e com os estudos dos filhos, Victor e Camilly, nos Estados Unidos, onde eles vivem.
— Minha filha começa a universidade agora (a jovem vai cursar Produção Musical), e Carla cuida disso muito de perto. Pode ser que ela decida fazer um bate-e-volta, para curtir o show e depois voltarmos juntos — diz.
Dividindo-se entre Orlando e Salvador, Xanddy pondera que fora do país consegue ter com a família uma vida mais voltada para o anonimato:
— Gostamos muito disso, além das oportunidades. Nossos filhos já estão voando no inglês; Carla e eu só estudando... Nas horas vagas, pegamos a bicicleta, vamos à praia... Lá tem umas incríveis, com uma água morna que lembra até Salvador (risos).
Casal vira inspiração para amigos em crise
Além de uma vida quase anônima no exterior, Carla Perez e Xanddy são lembrados pelos amigos como salvadores de casamentos:
— Vamos fazer 20 anos juntos em dezembro e trilhamos uma estrada para entender os prós e contras de um casamento. Hoje, quando temos amigos que passam por crises que já passamos, batemos um papo, contamos nossa experiência, dizemos como é melhor eles conduzirem. Três casais poderiam ter se separado e estão juntos até hoje. Nós somos gratos a Deus e eles também.
Uma pergunta é inevitável: qual o segredo para manter uma união tão duradoura?
— Somos muito comprometidos um com o outro. Tivemos ajuda quando passamos por fases difíceis, e casamento é isso mesmo: aprendizado. Agora, adoramos servir de referência. Não somos um casal perfeito, mas aprendemos a lidar com altos e baixos e entender que problemas passam.
Em casa, a fé e o apego à família passam dos pais para a filha. Camilly interpreta uma música gospel com Xanddy, “Ninguém explica Deus”, e planeja seguir na arte, mas num gênero distante do axé:
— Eu sou pai babão mesmo. Acho que Camilly vai para o R & B (música mais lenta, com base de instrumentos), deve trabalhar em músicas em português e em inglês. Esta está pulando do ninho!
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Redação iBahia
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