Morena, cabelos compridos e uma inocência temperada com sensualidade. Tudo isso com direito a um belo cenário: a Ilhéus dos anos 20, no auge da cultura do cacau, com seus coronéis e disputas políticas. Sim, Gabriela Cravo e Canela, está de volta nesta segunda-feira (18), na faixa das 23h, na Globo/TV Bahia. O remake é escrito por Walcyr Carrasco, com direção de núcleo de Roberto Talma e direção geral de Mauro Mendonça Filho. Dessa vez, quem tem a missão de interpretar a protagonista de um dos romances mais celebrados do escritor baiano Jorge Amado (1912-2001), é a carioca Juliana Paes, 33 anos.
“Leio tudo que escrevem sobre mim e espero surpreender até as pessoas que não me achavam ideal para o papel”, afirma Juliana, que já está com um carregado sotaque baiano. Para se preparar, a atriz ralou! Teve aulas de dança e prosódia, tomou muito sol e claro, cuidou do corpo que será bastante exibido em cenas pra lá de sensuais - característica marcante da obra de Jorge Amado, lançada em 1958. “As cenas mais picantes são mais difíceis de assistir do que fazer, pois quando entro no estúdio sou outra pessoa”. Quando questionada sobre Sonia Braga, que deu vida a Gabriela na primeira versão em 1975, dirigida por Walter Avancini, Juliana é só elogios: “A minha conversa com Sonia foi breve. Recebi flores dela e um cartão carinhoso. Ela me parabenizou e disse que não poderia ter sido uma escolha melhor. Não gosto de ficar jogando confete em mim mesma, mas ela foi muito generosa. Tenho muita admiração por ela e pela beleza com que fez Gabriela. Ela é a minha inspiração”. Veja também Remake de Gabriela aposta em elenco repleto de baianos Blog Feminina: Confira quem participou da primeira versão de Gabriela e quem encontraremos nesta de 2012 Outro que rasga elogios ao ator que fez seu personagem na primeira versão é Humberto Martins. “Nacib é um cara solar, de bem com a vida, sortudo. Eu tive privilégio de contracenar com o Armando Bogus (1930-1993) em Pedra Sobre Pedra. É clichê dizer isso, mas é uma honra fazer o mesmo papel que ele. Não tenho nem palavras para descrever o que sinto. Armando era meu ídolo”. Sobre as cenas quentes do árabe com Gabriela, Humberto lida com tranquilidade. “Juliana é uma pessoa maravilhosa. Merece estar onde está”. Logo no primeiro capítulo - que não terá intervalos - fugindo da seca que atinge o sertão nordestino, Gabriela segue em direção a Ilhéus em busca de uma vida melhor. Enquanto isso, Maria Machadão (Ivete Sangalo) repreende Zarolha (Leona Cavalli) ao perceber que ela está apaixonada por Nacib. O capítulo termina com Gabriela chegando na cidade e o árabe a admirando. “Não assisti a primeira versão para não me influenciar. Mas agora sou atriz! Pode chamar a mamãe aqui que ela vai”, afirma Ivete, que será a dona do Bataclan, o bordel mais movimentado da cidade. “Espero crescer como pessoa. O Jorge capta muito bem a alma do brasileiro”, emenda Ivete. Mateus Solano, que interpreta o contestador Mundinho Falcão, diz ser fã de Jorge Amado. “Leio ele desde os meus tempos de escola. O Mundinho é um barato. Ele vem para mudar a cidade, para trazer o progresso”. Na pele do Coronel Ramiro Bastos, Antonio Fagundes vai meter medo em muita gente. “Não sou tão conservador como ele, espero que com a novela as pessoas comecem a ler mais Jorge Amado. A política é a base desse romance”, diz Fagundes, que contracena com Marcelo Serrado, que faz Tonico Bastos, filho mulherengo do coronel. “Não posso fazer nada que lembre o Crô porque ele foi muito marcante. Essa novela é um painel e é importante fazer bem. Estou me cobrando muito”, afirma Serrado. “Gabriela não é uma novela como as outras. Ela vai ser muito especial”, define Walcyr Carrasco. Resta ao público conferir a partir desta segunda!
Clássico de Jorge Amado ganha nova versão com Ju Paes |
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