Eu já estou me sentindo órfão com o final de “Terra e Paixão”. Que luto e quanto sofrimento! Depois de 10 meses, aconteceu o momento da despedida da história que agradou a alguns e desagradou a outros.
Antes de analisarmos juntos o que deu certo e o que não deu certo na novela, vamos relembrar o que foi “Terra e Paixão”?
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Escrita pelo rei das novelas, Walcyr Carrasco, a trama teve no roteiro a participação de Thelma Guedes - parceria com quem o autor trabalha desde o início da atuação na TV Globo.
Na história, a vida da professora Aline (Bárbara Reis) passa por uma reviravolta após a trágica morte do marido, Samuel (Ítalo Martins), que foi assassinado pelos capangas de Antônio La Selva (Tony Ramos), o influente produtor rural de Nova Primavera, cidade sul-mato-grossense.
Mesmo sem experiência agrícola, Aline persiste no sonho do falecido marido de transformar a fazenda em um empreendimento lucrativo, contando com o apoio de Jonatas (Paulo Lessa), primo de Samuel que nutre sentimentos por ela. Isso a coloca em conflito direto com La Selva, que almeja as terras.
Antônio La Selva, casado com a manipuladora Irene (Gloria Pires), tem planos de fazer de o filho favorito, o advogado Daniel (Johnny Massaro), o único herdeiro da vasta fortuna familiar. No entanto, um obstáculo surge em Caio (Cauã Reymond), enteado rejeitado de Antônio, filho do primeiro casamento com Agatha (Eliane Giardini), supostamente falecida no parto.
Além da disputa pela sucessão, os irmãos acabam inadvertidamente competindo pelo afeto de Aline, já que tanto Caio, que a salvou na noite da morte de seu marido, quanto Daniel, que passa a ajudá-la nos negócios, desenvolvem sentimentos por ela, desencadeando um conflito entre eles e La Selva.
Sem mais enrolação, bora analisar juntos?
EXPECTATIVA X REALIDADE
Quando uma novela estreia, expectativas são criadas e com “Terra e Paixão” não foi diferente. Com um elenco de peso, a novela marcou a estreia de Bárbara Reis como protagonista, pelo menos nos créditos.
Depois de brilhar na pele da vilã Débora em “Todas as Flores”, dessa vez a atriz mesmo sendo muito boa não conseguiu ter o mesmo resultado da trama anterior.
A protagonista jurou vingança, prometeu que iria plantar e colher, mas no final não foi isso que aconteceu, e ela por muitos momentos perdeu o protagonismo para os demais personagens. Qual é a minha opinião sobre isso?
Eu sempre digo que Walcyr é um autor que não se pode mexer tanto nas novelas dele se não algo vai perder a essência. Lá no segundo mês de novela, quando anteciparam a morte de Daniel e as reviravoltas da trama, eu falei que algo ou alguém seria prejudicado. O prêmio de mais prejudicada vai para nossa agricultora: Aline.
A expectativa era uma mocinha bem vingativa aos moldes das protagonistas do autor, mas aqui não aconteceu. Uma pena!
OS FINAIS FORAM BONS?
O que é um final bom para você? Fiz essa pergunta ao meu pai e ele ficou refletindo. Então, eu fui olhar no Twitter o que as pessoas acharam do final da novela e uma das coisas que notaram, e não podemos negar, é que foi uma despedida sem “pontas soltas”, como vimos nas últimas novelas do horário.
Os autores conseguiram entregar um último capítulo impecável e com uma direção incrível.
A sequência do parto de Aline com a morte de Antônio La Selva foi ótima. Será que o Antônio vai reencarnar em alguma das crianças? Boa sorte, Aline. Agora queremos "Terra e Paixão" 2.
A dupla Tatá Werneck e Rainer Cadete foi o maior acerto da novela. Os dois trambiqueiros tiveram um final comum na novela para o perfil dos personagens, mas os dois arrasaram em cena.
A revelação da morte de Agatha não foi tão surpreendente, pois eu já imaginava, mas não queria aceitar.
AMORES
Além da raiva, o amor se fez presente durante toda a novela. Não podemos negar que os casais tiveram um poder de cativar o público.
Lucinda (Débora Falabella) e o delegado Mariano (Leandro Lima), Kelvin (Diego Martins) e Ramiro (Amaury Lorenzo), Menah (Camilla Damião) e Mara (Renata Gaspar), foram os meus favoritos, após o fim de Aline e Daniel.
Dos três casais, dois são LGBTI+ e acho que foi um grande acerto e ousadia do Walcyr ao mostrar que o amor é amor independente de qualquer coisa.
VETERANOS
Para fechar, tenho certeza que o grande acerto de toda trama foi investir nos atores veteranos.
Susana Vieira saiu logo de cena, mas como sempre brilhou. Que mulher espetacular! Mesmo ela não tendo a idade para interpretar a Cândida, como ela mesma disse em entrevista, ela brilhou!
Glória Pires, Eliane Giardini, Tony Ramos, Inez Viana e Flávio Bauraqui formaram um grupo de primeira, que não deixaram a desejar em nenhuma cena.
Que assim como Walcyr, outros autores invistam nos atores veteranos e valorizem, já que o que conhecemos de novela hoje é graças ao esforço e empenho que eles tiveram lá no passado.
A novela conseguiu elevar a audiência deixada por "Travessia", mas não foi um grande sucesso como era esperado. Acredito que ela deixou o horário consolidado para "Renascer", que vem aí com força e com uma divulgação pesadíssima. Fui!
