Uma missa em memória a um ano da morte da jornalista Glória Maria aconteceu na manhã desta segunda-feira (5), na Capela São José, localizada na sede da Organização de Auxílio Fraterno (OAF), no bairro da Liberdade, em Salvador. As filhas da jornalista moravam na instituição antes de serem adotadas.
"[Diante da] relação de Glória com a OAF, nós não poderíamos deixar [esse dia passar] em branco. Resolvemos fazer [a missa] com objetivo de elevar preces a Deus e acreditando que ela esteja de fato intercendendo por nós, por suas filhas, uma vez que [tanto as meninas, quanto Glória] tiveram a OAF como ponto de encontro", enfatiza Jozias Sousa, presidente da organização.
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Glória Maria morreu no dia 2 de fevereiro, no Rio de Janeiro, após travar uma intensa luta contra um câncer. A missa em homenagem a jornalista não foi realizada na data devido as festividades do dia de Iemanjá. As filhas de Glória, Laura e Maria, eram assistidas pela OAF quando bebês e a jornalista as conheceu durante um trabalho voluntário que realizou na instituição.
"É como se elas tivessem se reconhecido", comenta Jozias, sobre a sintonia instantânea entre Glória e as meninas. O processo de adoção durou cerca de 11 meses e a jornalista pediu licença do trabalho e mudou de estado para ficar perto das meninas.
"Querendo ou não, como mulher negra, jornalista, Glória deixou um legado e [muitas] pessoas se inspiram nela, [não só] pela carreira de jornalista mas talvez até por esse ato de amor ao adotar as filhas", pontua Jozias, sobre o momento em homenagem a Glória.
A também jornalista Wanda Chase, que era uma grande amiga de Glória, estava presente na cerimônia e falou sobre a primeira conversa das duas sobre a adoção das meninas.
"A primeira vez q vim aqui com Glória era um domingo, fomos almoçar e ela me comunicou que seria mãe de uma criança aqui. A gente sempre conversou que nós não nascemos pra ser mães. Até argumentei: 'Você é uma pessoa que vive em muitos eventos'. Mas ela respondeu: 'Eu vou mesmo assim'. Quando chegamos aqui, eram crianças que chamavam ela de tia. Vi Glória dar banho em crianças, ensinar lição de casa... Pouco tempo depois, ela me falou: 'Eu vou ser mãe de outra menina!' Eu respondi: 'Os mais antigos diziam que onde come um, come dois, então você tem meu apoio'", relata Wanda.
A Lojinha da OAF foi batizada em homenagem a Glória que, para além da história, agora também faz parte do dia a dia da instituição. "Poderíamos dizer duas palavras: gratidão e saudade. Ninguém chega na nossa vida a toa, todos que chegam na nossa vida trazem deixam uma marca", enfatizou o padre durante a cerimônia.
Iamany Santos
Iamany Santos
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