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Aos 93 anos

Morre o cartunista Jaguar, do Pasquim e das vinhetas do Plim Plim

Ele estava internado há três semanas com pneumonia no hospital Copa D'Or

Naiana Ribeiro

Naiana Ribeiro

24/08/2025 às 17:52 - há XX semanas
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O cartunista Sérgio de Magalhães Gomes Jaguaribe, mais conhecido como Jaguar, criador das famosas vinhetas do "Plim Plim", da Globo, e um dos fundadores do jornal satírico Pasquim, morreu neste domingo (24), aos 93 anos, no Rio de Janeiro (RJ). Ele estava internado há três semanas com pneumonia no hospital Copa D'Or.


					Morre o cartunista Jaguar, do Pasquim e das vinhetas do Plim Plim
Morre o cartunista Jaguar, do Pasquim e das vinhetas do Plim Plim. ​Foto: Reprodução / Redes sociais

A morte foi confirmada por familiares à TV Globo. O hospital informou que ele estava internado devido a uma infecção respiratória, que evoluiu para complicações renais. Nos últimos dias, Jaguar estava sob cuidados paliativos.

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Jaguar foi um dos responsáveis pela fundação do Pasquim em 1969, ao lado de Tarso de Castro (1941-1991) e Sérgio Cabral (1937-2024). O jornal tornou-se um símbolo de resistência à Ditadura Militar (1964-1985), usando humor e ironia para criticar o regime. Entre seus colaboradores estavam nomes como Millôr Fernandes (1923-2012), Ziraldo (1932-2024), Henfil (1944-1988), Paulo Francis (1930-1997) e Sérgio Augusto.

O Pasquim surgiu como resposta à censura e repressão dos militares. Em 1970, Jaguar foi preso após satirizar o Sete de Setembro na publicação, substituindo o lema "Independência ou Morte" por um verso da música de Erlon Chaves, "Eu quero é mocotó". Ele foi detido por três meses e libertado no réveillon daquele ano.

Em 2008, a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça concedeu a Jaguar uma indenização superior a R$ 1 milhão e uma pensão mensal de R$ 4 mil como reparação pela perseguição durante o regime militar.


					Morre o cartunista Jaguar, do Pasquim e das vinhetas do Plim Plim
​Foto: Divulgação

Nascido no Rio de Janeiro em 29 de fevereiro de 1932, Jaguar iniciou sua carreira como cartunista em 1952 na revista Manchete, adotando o pseudônimo sugerido por Borjalo (1925-2004). Inicialmente, ele dividia seu tempo entre o desenho e um emprego no Banco do Brasil, onde trabalhava sob a supervisão de Sérgio Porto (1923-1968), o famoso Stanislaw Ponte Preta.

Jaguar também criou personagens icônicos como o ratinho Sig, que representava Sigmund Freud, o pai da psicanálise, e Gastão, o Vomitador. Sig tornou-se um dos maiores símbolos do Pasquim.

Vinhetas do Plim Plim

As famosas vinhetas do "Plim Plim", criadas para marcar os intervalos comerciais da Globo, foram um dos legados de Jaguar. O som inconfundível - o famoso "plim-plim" - surgiu nos anos 1970 e se tornou uma assinatura da emissora, sempre acompanhado por animações criativas e coloridas.

Com o tempo, essas vinhetas se transformaram em ícones culturais, especialmente nos anos 1980 e 1990, quando passaram a contar com a colaboração de artistas renomados, como Jaguar. Até hoje, o "Plim Plim" continua associado à identidade visual da Globo e à memória afetiva de diversas gerações.

Repercussão

O cartunista Chico Caruso, em entrevista à GloboNews, declarou Jaguar como o "melhor cartunista brasileiro" e afirmou que o visitou no hospital poucos dias antes de sua morte. "Meu amigo querido e é uma perda irreparável para o humor e para o Brasil", afirmou.

"Millôr Fernandes era grande, Ziraldo era grande, mas só ele era o Jaguar. Inigualável, inestimável, inimitável Jaguar", completou Caruso.

Aroeira, também cartunista, destacou o legado de Jaguar: "Jaguar foi mestre, professor, amigo, inspiração, gênio, um dos maiores chargistas que eu já vi no planeta como um todo. Incansável, trabalhou até o último minuto, sempre absolutamente crítico, sempre feroz, sempre amado por gerações e gerações seguidas de cartunistas."

Miguel Paiva, outro admirador de Jaguar, expressou sua reverência ao seu estilo: "Eu queria desenhar como ele, mas nunca consegui."

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