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ELEIÇÕES 2022

Marcelo Millet, candidato ao governo da Bahia pelo PCO, propõe dissolver polícia militar e criação de ‘conselhos populares’ 

Marcelo Millet foi o último entrevistado, entre os candidatos ao governo da Bahia, pelo jornalista Emmerson José, durante o programa “Fala Bahia”, da Bahia FM e Bahia FM Sul

Redação iBahia • 05/09/2022 às 18:10 • Atualizada em 05/09/2022 às 23:29 - há XX semanas

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Marcelo Millet, candidato ao governo da Bahia pelo PCO, afirmou que, caso seja eleito, haveria uma transição na segurança pública, na qual iria dissolver a polícia militar. A partir disso, seriam criados, segundo o postulante, conselhos populares, eleitos pelos próprios morados dos bairros, e que andariam armados.

“Esses conselhos populares, tanto na área urbana, quanto na área rural, na área indígena, formariam um comitê, um comitê de autodefesa, onde aquela comunidade, aquele bairro, elegeria os seus representantes de segurança para fiscalizar aquele local, e dá o suporte àqueles moradores. Isso acabaria com as cachinas, as balas perdidas, as vítimas de operações policiais”, explicou.

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Marcelo Millet foi o último entrevistado, entre os candidatos ao governo da Bahia, pelo jornalista Emmerson José, durante o programa “Fala Bahia”, da Bahia FM e Bahia FM Sul. As outras entrevistas foram exibidas durante a última semana. Todos os bate-papos tiveram duração de 30 minutos.

Confira a entrevista na íntegra:

Emmerson José: Por que e para quê ser governador?

Marcelo Millet: Qual é a nossa proposta de governo? A proposta do Partido da Causa Operária (PCO) é de lançar os candidatos. Saiu uma pesquisa de que 70% dos candidatos do partido são trabalhadores comuns, não profissionais políticos, são da classe trabalhadora, operários.

Eu como motorista de aplicativo, temos candidato funileiro, pintor, temos candidatos até indígena. Então a eleição para a gente é uma tribuna para a gente expor as demandas da população, da classe trabalhadora em especial que sofre no dia a dia, e com isso damos uma iniciativa de luta, de mobilização popular. V

ocê tem um grande programa de audiência e vê as demandas populares e praticamente, diariamente, são as mesmas demandas. Então a gente entende como se fosse uma voz. Nós temos a oportunidade de colocar nossa voz de quatro, ou dois em dois anos, e quando somos convidados. Agradeço aqui o convite, a oportunidade. O Partido da Causa Operária entra nas eleições não porque a gente crê que as eleições do jeito que estão vão mudar alguma coisa. A gente vê repetidamente, entra candidato e o povo continua na pendenga, deixado de lado, sendo que a prioridade deveria ser os eleitores. Os eleitores deveriam ser atendidos pelos parlamentares,


				
					Marcelo Millet, candidato ao governo da Bahia pelo PCO, propõe dissolver polícia militar e criação de ‘conselhos populares’ 

tanto no executivo, como em todo o congresso. E a gente vê ao contrário. Eles procuram os eleitores e quando são eleitos esquecem, não cumprem, mentem. E a gente vê aí diariamente as queixas da população, a falta de saúde, de educação, segurança e as demais demanda que toda a população precisa, no mínimo para sobreviver.

Emmerson José: Candidato, lendo o seu plano de governo, eu notei que é um plano de governo geral. Eu fiz uma pesquisa e a gente notou que o seu plano de governo é o mesmo do Tocantins, do Paraná, por exemplo. Não houve da parte do senhor e da sua equipe uma preocupação em mostrar no plano de governo as necessidades que os baianos têm? Qual são as prioridades caso o senhor seja eleito governador do Estado?

Marcelo Millet (PCO): Boa pergunta. Uma pergunta que cabe uma resposta esclarecedora. O partido da Causa Operárias (PCO) tem um programa, é um partido diferente dos demais partidos, é um partido com programa. Os demais partidos são como se fossem uma corretora, uma agência de de político, onde vários candidatos lançam seu nome, suas propostas, que nós sabemos muita das vezes que são propostas fictícias, mentirosas, que não são cumpridas e cujo partido não tem programa, não tem projeto nenhum, só visa eleger os candidatos, aumentar a bancada parlamentar com fins ‘lucratórios’ para os candidatos, para direção dos partidos. Nós vemos que isso não é o que nós queremos para a população brasileira, que a demanda, não só da Bahia, como os demais estados, são praticamente a mesma. Você vai em qualquer território nacional e tem a mesma demanda Lógico que uns mais precários que os outros.

Não vamos comparar São Paulo, o maior arrecadador do PIB e industrialização, com a Bahia, com Maranhão, com Piauí. Mas a demanda é a mesma: saúde, educação, segurança, trabalho, moradia, terra. Então praticamente a demanda é a saúde, educação e trabalho.

O programa do Partido da Causa Operária agrega todas as necessidades da classe trabalhadora a nível nacional. Lógico que no nosso programa a cada região nós designamos os conselhos populares, que serão de acordo com a quantidade de habitantes, um estado maior ampliaria esse conselho e cada região colocaria as propostas onde designaria maior investimento para aquele estado, a carência daquele estado, o problema maior, seja lá saúde, ou o desemprego. Principalmente no nordeste, uma área que precisa de mais industrialização, mais investimento, principalmente na saúde, mais hospitais. A escola do Nordeste é precária, sempre a educação está lá na em último lugar. Enfim, esse é o programa do Partido da Causa Operária (PCO) a nível nacional.

Emmerson José: Evidentemente a gente sabe que o país passa e vem passando há muito tempo por dificuldades na área de saúde pública, educação pública e segurança pública. Isso aí a gente sabe que são prioridades, inclusive são pilares que os candidatos colocam sempre nas campanhas eleitorais.

As demandas são as mesmas, mas a as necessidades são diferentes e o tamanho das demandas também são diferentes. Por exemplo São Paulo, tem uma descentralização maior dos hospitais públicos, não há aquela concentração de muita gente vindo do interior de São Paulo para a capital para alguns atendimentos mais complexos.

Aqui na Bahia a gente tem essa dificuldade, os hospitais públicos de Salvador, de Feira de Santana, estão lotados, postos de saúde também, porque muita gente vende o interior muita gente necessitada de tratamentos complexos, de exames complexos. Então nesse momento qual é a sua ideia em relação à saúde aqui no estado da Bahia e qual é, para o senhor, a dificuldade maior que tem o governo atual?

Marcelo Millet: Do Estado de São Paulo para a Bahia a demanda realmente muda de forma abrangente. Temos esse déficit aqui da saúde ou falta até de investimento. O governo não investe totalmente na saúde. Não adianta a gente e por isso o nosso programa é nacional, porque dá onde tirar dinheiro, se na política tem os acordos, tem as coligações, as emendas, vai mais para um estado, vai para outro, vai para um político ligado. E o nosso programa abrange justamente a estatização da saúde. A prioridade são os três pilares, que todos os candidatos prometem, mas não tem como fazer em um estado capitalista, um estado burguês, onde a privatização tem sido o maior destruidor.

Emmerson José: Mas como seria essa estatização da Saúde? Nós já temos hospitais públicos, já temos hospitais municipais, com que o senhor pensa em estatizar a saúde?

Marcelo Millet: Com uma ampliação em massa de investimentos na saúde e um plano [de saúde] igual, digamos que não há um plano para servidores públicos, todos terão o mesmo atendimento, todos serão bem atendidos. Da onde vem o dinheiro? A gente sabe que com estatização das empresas privadas, tipo a Petrobras, a gente tem bilhões de arrecadação, é esse dinheiro que a gente vai investir. Isso no governo a nível nacional, não um governo do PCO na Bahia, que a gente sabe que o estado não anda com a próprias pernas, sem ter o braço da União. Então para a gente ter uma saúde de qualidade isso teria que ter uma transição, de um governo operário para o social, a tendência para o socialismo

Emmerson José: Mas o senhor fala de dinheiro para abrir mais hospitais públicos, abrir mais postos de saúde, mas ao mesmo tempo no seu plano de governo é corte total de impostos. Onde vai buscar esse dinheiro para fazer isso candidato? Sem dinheiro de imposto não tem dinheiro para os governos e vamos falar aqui no Governo da Bahia, não tem dinheiro para investir.

Marcelo Milet: O dinheiro já existe. No caso grande parte do dinheiro nosso, do Brasil, vai para os bancos, vai para os grandes monopólios de saúde, planos caríssimos, dinheiro de empresas...

Emmerson José: Mas esse dinheiro é povo, a conta da poupança lá da dona Maria, a conta da poupança lá do seu Zé, é às vezes o dinheiro a maior parte do dinheiro que está nos bancos, é dinheiro da população, a ideia do senhor é pegar esse dinheiro igual ao Collor fez, não né?

Marcelo Millet: A nossa ideia é estatizar todos os planos, ter um banco único central, que vai gerar recursos, vai atender a população e juntamente com a estatização das grandes empresas, como a Petrobras, a revogação da Vale do Rio Doce, estatizar ela novamente, e demais setores da Eletrobras, setor elétrico de energia. A nossa riqueza tem que ficar com com o país, não nós gerando riquezas e o capital internacional leva, os empresários levam para fora. Então no governo do Partido da Causa Operária (PCO) esse dinheiro ficará com os brasileiros, por isso que é um plano de governo nacional. A estatização dos bancos, um banco central, você pode, escolher o Banco do Brasil, que vem atender a todos os estados, de acordo com a demanda e diminuiria o déficit de saúde, mais investimento,

onde atraia mais médicos da área privada para pública e investimentos em equipamentos. Abrir hospitais, facilitar o acesso à educação para formar Mais Médicos. Tem tanta bolsa e tanto desvio, por que não investir no programa que vemos formar mais médicos?

Emmerson José: O senhor é motorista de Uber, é um trabalhador, a gente sabe disso, está quatro anos aí dirigindo aplicativo. E então uma conversa com os passageiros, entram e reclamam de uma coisa, reclamam de outra. Qual é a área que o passageiro mais reclama, é saúde, é educação ou é segurança?

Marcelo Millet: O maior problema que a gente ouve cotidianamente justamente é a falta de um transporte público de qualidade. Muitas vezes os trabalhadores aderem ao aplicativo e o aplicativo só reflete a defasagem do setor público de transporte. Muitas vezes às 20 horas já não tem ônibus, tem muitos bairros em Salvador que não tem linha. E também a segurança, porque muitas vezes tem assalto nos ônibus.

Emmerson José: No seu plano de governo, o senhor fala que vai dissolver a polícia militar. Como seria isso?

Marcelo Millet: É por isso que nós é colocamos um projeto nacional, um programa, Nós do partido da Causa Operária (PCO), temos um programa, não é a proposta do candidato A, B ou C, de Marcelo Millet, a proposta do PCO, em um governo de transição, no caso aqui na Bahia, nós colocaríamos conselhos populares, aonde esses conselhos populares, tanto na área urbana, quanto na área rural, na área indígena, formariam um comitê, um comitê de autodefesa, onde aquela comunidade, aquele bairro, elegeria os seus representantes de segurança para fiscalizar aquele local, e dá o suporte àqueles moradores. Isso acabaria com as cachinas, as balas perdidas, as vítimas de operações policiais.

Emmerson José: Esses comitês substituiriam a polícia? Esses comitês dos bairros, eles teriam poder de polícia, teriam um porte de arma de fogo? Quem pagaria, por exemplo?

Para suprir essa necessidade da polícia, não teria mais, teria absolutamente a dissolução de todo o aparato repressivo, não só da PM - guarda civil, guarda municipal. Aí entra a nossa proposta: o conselho popular, os comitês de autodefesa seriam, pode-se ser dizer, policiais comunitários, daquela localidade, daquele bairro, com suporte do estado de cada área, por isso que é um programa nacional.

E esse conselho não receberia uma ordem no estado, seriam os conselhos populares que escolheriam esses policiais e se eles viessem a errar, vacilar eles seriam trocados, substituído por outra eleição, por outro é trabalhador, que faria segurança. No governo de transição do PCO nós defendemos armamento para toda a população. No caso de uma greve, lógico que não teria mais os aparatos da polícia militar e civil, nosso governo também não teria greve porque os trabalhadores teriam os seus direitos.

Sentariam com o governo, através dos conselhos populares, que levariam as suas demandas. Seria a própria população levando as suas demandas em cada um dos seus bairros, tanto a população rural, como urbana ou indígena teria o seu comitê de autodefesa e o livre porte de armamento. Lógico que isso deveria ter uma educação. É por isso que nós priorizamos a educação. O problema é social, problema é educação. Se o estado não tem uma educação de qualidade, se a criança, o adolescente, não está na escola, no colégio Integral, um curso técnico, um acesso à universidade sem vestibular, então nunca vai se acabar a violência, que reflete do déficit social, do desemprego, da miséria. Pode colocar 10 concursos, pode botar 20.000 policiais militares que não vai resolver a violência.


				
					Marcelo Millet, candidato ao governo da Bahia pelo PCO, propõe dissolver polícia militar e criação de ‘conselhos populares’ 

O conselho através do estado social, que tem um governo social, vai resolver a violência, não o governo que a gente vê não só no Brasil como em todos os países. A inflação subindo, o desemprego, a falta de moradia, a gente vê países primeiro mundo com 40 milhões de moradores de rua. Então para nós da Causa Operária o capitalismo já não dá mais. A gente tem que passar essa transição já para o social, porque o mínimo de social que nós tivemos no governo do Brasil, através do Lula, você vê uma melhora. Houve uma melhora insignificativa, mas houve uma ascensão, houve a diminuição do crime em algumas localidades, a exceção do Rio, porque ali já são milícias militares.

Emmerson José: Qual é o pensamento do senhor, já que a gente falou aqui de de segurança de porte de armas, como o senhor vê os conflitos de terra que acontecem hoje no sul do estado, principalmente na Cidade de Itamaraju?

Marcelo Millet: Exatamente entram os comitês de autodefesa, onde as forças que estariam ali para proteger aquela comunidade rural, do sul do estado, seria escolhida pelos próprios moradores. Nós também defendemos a expropriação dos latifundiários, que eles sejam punidos, porque muitas das vezes são os grandes monopólios do latifúndio, que fazem o o genocídio do indígena, do sem terra.

Nós defendemos terra para todos. Aquela terra que não tem o dono que seja dada ao agricultor, que incentive a plantação, a agricultura e que sejam punidos os verdadeiros algozes, digamos assim. E a população armada, com comitê de autodefesa, isso com certeza não existiria, porque no governo operário, no governo do PCO, no caso, que não seria possível no estado burguês que nós vivemos. Por isso, nosso programa é nacional. E

ntão com certeza diminuiria os homicídios e a população com educação, com saúde, com terra, com trabalho não haveria esses grandes latifundiários, esses vampiros de terra, você vê que os índios já têm suas terras. A gente tem o companheiro que faz um trabalho no sul da Bahia, que ele é engenheiro agrônomo do MST lá do Sul, então ele vê os acampamentos sendo invadido, 15 a 20 picapes, de homens armados, atirando até esvaziar as terras. Então no governo Operário não tem essa briga por terra, seria disponibilizada a terra para cada um e os latifundiário pagariam pelos seus crimes, não ficariam impunes.

Emmerson José: Qual prioridade o senhor dará na Educação aqui na Bahia, caso seja eleito o governador do Estado?

A prioridade na educação é total a gente vê que os maiores problemas de uma nação vêm da educação. Nós estamos no país onde é aprovado uma lei que congela 20 anos de investimento na saúde, educação e segurança. Que a educação deveria ser prioridade, valorização dos professores e abrir mais escolas, não fechar a escola e vender escola para empresários. Nossa necessidade é abrir mais escolas, é o estado amparar as crianças, os adolescentes, e ter um acompanhamento, um ensino integral, um curso profissionalizante, que ele venha se ocupar. Ela vai estar ali estudando, tendo um curso técnico e ingressando na universidade, sem burocracia de vestibular.

Considerações finais

Agradeço a oportunidade de estar aqui no 'Fala Bahia', até comentei com ele que às vezes dá vontade de mandar uma mensagem, mas não dá tempo. Essa é a tribuna que o PCO trás nas eleições, que a gente venha colocar nosso projeto, nossa demanda. E todo aquele que se interessar, queira acompanhar mais será bem-vindo".

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