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ELEIÇÕES 2022

Otto Alencar diz que foi convidado por Lula para ser candidato ao governo e explica recusa: ‘Estava com meu projeto’

Em entrevista ao jornalista Emmerson José, candidato do PSD afirmou que optou por seguir com o plano de tentar a reeleição ao Senado.

Redação iBahia • 09/09/2022 às 6:20 • Atualizada em 12/09/2022 às 9:35 - há XX semanas

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					Otto Alencar diz que foi convidado por Lula para ser candidato ao governo e explica recusa: ‘Estava com meu projeto’

O senador Otto Alencar tenta a reeleição ao Senado pela Bahia nas eleições de 2022. O destino dele, no entanto, poderia ser diferente caso tivesse aceitado o convite do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ser o candidato na chapa do PT ao governo da Bahia.

Em entrevista ao jornalista Emmerson José, transmitida nesta sexta-feira (9) durante o 'Direto da Redação', na Bahia FM e Bahia FM Sul, o candidato do PSD afirmou que optou por seguir com o plano de tentar a reeleição ao Senado.

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"Eu estava com meu projeto, com uma programação estabelecida, no senado federal, presidente da Comissão de Assuntos Econômicos", disse.

Nesta semana, durante o 'Direto da Redação,' irão ao ar as entrevistas feitas com os candidatos ao senado pelo estado da Bahia. Confira a ordem das entrevistas:

  • Cacá Leão (PP) - segunda-feira (5)
  • Raíssa Soares (PL) - terça-feira (6)
  • Tâmara Azevedo (PSOL) - quarta-feira (7)
  • Marcelo Barreto (PMN) - quinta-feira (8)
  • Otto Alencar (PSD) - sexta-feira (9)
  • Cícero Araújo - segunda-feira (12)

Confira detalhes da entrevista com o candidato

Emmerson José: Por que tentar a reeleição de Senador pela Bahia?

Otto Alencar: No senado federal, nesse período, eu me elegi em 2014, tomei posse em fevereiro de 2015 e atuei no senado em quatro grandes comissões super importantes. A primeira dela foi a comissão de Meio Ambiente, eu defendo o meio ambiente, eu defendo sobretudo as águas, defendo e conheço bem toda a estrutura de rios, de água de superfície, aquíferos da Bahia, também do Brasil, e dediquei muito a mostrar que a preservação da natureza é fundamental, defendi muito a revitalização do rio São Francisco, coloquei emendas em vários momentos na comissão de Meio Ambiente.

Depois disso fui levado a ser presidente da Comissão da Agenda Brasil, uma comissão especial que analisou vários projetos importantes de forma até contundente no período, porque nós tínhamos alguns projetos, como o Marco das telecomunicações, e outros tantos que passaram por essa comissão. O relator, inclusive, é o ex-governador e no período senador pelo Mato Grosso Brailo Maggi. Nós trabalhamos juntos, foram muitos projetos que fomos aprovando. Depois disso fui presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, onde debatemos temas como expansão da banda larga da internet, projetos que eu apresentei para direcionamento de recurso do fluxo do FUST, do Fistel, vários fundos de telecomunicações, porque o Brasil precisava dessa expansão.

Lamentavelmente tivemos dificuldades porque na mudança do governo em 2016 da ex-presidente Dilma para o presidente Michel Temer, esse projeto não tiveram um andamento que eu esperava que tivesse. Depois de presidir essas três comissões, eu fui indicado pelo meu partido, o PSD, para ser o líder do partido. Fui durante dois anos líder do PSD, segunda maior bancada do Senado Federal, com 12 senadores. Foi um período duro da minha liderança, porque logo em seguida nós tivemos o início da pandemia que levou tantos brasileiros a morte.

Eu trabalhei aprovando esse projeto, apresentei projeto, depois disso quando nós tivemos essa participação na liderança veio a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, que foi instalada para verificar como procederam de forma incorreta os homens lá do Ministério da Saúde e o próprio Presidente da República. Por último, eu estou agora na Comissão de Assuntos Econômicos no Senado Federal, batendo vários temas, inclusive aprovamos alguns projetos. Essa questão, por exemplo, dos combustíveis, projeto muito importante dentro do Senado Federal, que criou um fundo equalizador dos preços no mercado interno, ou seja, o lucro da Petrobras que vai para o governo federal e o maior sócio da Petrobras é o governo federal. OU seja lucro, por exemplo, que teve agora de quase - lucro líquido - de quase 80 bilhões, 38% vai para o cofre do Paulo Guedes [Ministro da Economia], parte desse recurso vão alimentar um fundo que equalizaria os preços no mercado interno com o aumento dos combustíveis que estão dolarizados.

O Brasil agora exporta óleo cru e importa o diesel refinado lá fora e a gasolina refinada fora do mesmo jeito. Isso elevou os preços dos combustíveis para a lua. Diante disso esse projeto foi feito no Senado, dentro da nossa comissão, foi mandado pra Câmara que na verdade ficou muito parecido com a PEC que foi aprovada, que resolveu essa questão de diminuir o ICMS, que deu um voucher pros caminhoneiros, que instituiu o novo Auxílio Brasil de R$ 600, essa questão do Vale Gás, tudo isso estava naquele projeto que podia equalizar, mas o presidente da República resolveu ser o grande protagonista, encaminhando a PEC através dos seus aliados, mas ia dar mais ou menos na mesma coisa. Então essa é a minha participação.

Nesse período, sete vezes eu fui escolhido um dos 100 cabeças do Senado Federal pelo DIAP no Congresso em foco e recentemente a Argo da mesma forma, e me deu essa condição de trabalhar, de mostrar o meu trabalho e participar de várias comissões. Um apelo grande também que eu tive para ser candidato à reeleição do meu partido. Tinha 111 prefeitos, vários deputados federais e estaduais dos partidos aliados, o PT, o PC do B, PSB, Avante todos na nossa aliança.

Esse apelo foi feito e eu aceitei o desafio de ir para reeleição, inclusive tendo sido convidado e ido a São Paulo no Instituto Lula e o presidente Lula me convidou para que eu pudesse disputar a reeleição. Eu conversei com ele e aceitei esse desafio de trabalhar agora e mostrar aquilo que eu penso para o futuro do país. Claro dentro de um pensamento sempre de modernização, de contemporaneidade, de ser contemporâneo de ser moderno com as coisas que estão acontecendo da ciência, da tecnologia, das mudanças todas que estão acontecendo, sempre respeitando de forma muito firme aquilo que a população pensa, o povo é livre e soberano para analisar a nossa atuação e sem dúvida nenhuma com a imprensa bem informada e livre para analisar o nosso procedimento no exercício do nosso mandato.

Emmerson José: O senhor é médico e o senhor falou de várias comissões, está na comissão hoje de Economia. A política é isso, acaba indo para outras áreas. Falando de Economia, qual o maior gargalo que existe hoje na economia brasileira para o senhor, Senador Otto Alencar? E que reformas a gente pode esperar e que reformas são importantes que venham no próximo ano, por que esse ano já foi?

Otto Alencar: Em 2019, assumiu o governo Jair bolsonaro. Não teve pandemia. O Michel Temer e o seu ex-ministro da economia Henrique Meireles deixaram o Brasil com crescimento do PIB de 1.5. Em 2019, se esperava que, sem a pandemia no novo governo, o Paulo Guedes pudesse promover um desenvolvimento econômico maior que um crescimento do pico com geração de emprego e renda. Isso não aconteceu em 2019, com a política que eu considero altamente neoliberal, de contenção de circulação de recursos, de capacidade dos bancos, sobretudo dos bancos oficiais de oferecerem o crédito para que a moeda circulando na indústria, no comércio, em todas as atividades, sobretudo entidades que são intensivas na absorção de mão de obra.

Você pode estar investindo em um país e esses investimentos todos são direcionados para atividades que são restritas na absorção de mão de obra. Então você tem que absorver uma de obra que crescer, porque PIB só não resolve, tem que crescer PIB com atividades que absorvem muito mão de obra, como setor têxtil, o setor calçadista, o agronegócio, todos esses setores.

Então em 2019, foi contido, o BNDS quase não financiou e o dinheiro quando circula na mão de quem investe, de quem amplia as suas plantas industriais e fazem investimento em vários setores, você gera emprego. Quando você gera emprego, assina a carteira, você gera salário, que aquece essa atividade econômica.

Em 2019, o governo perdeu o 'time', quando chegou em 2020 veio à pandemia. E aí as coisas se complicaram muito, porque na pandemia nós tivemos recuo muito grande do PIB e não dava para crescer com presidente da República nenhum, tivemos recuo muito grande e veio aí o desemprego, veio a quebra de várias atividades e vários setores, setor do comércio, de serviço, setor de turismo, teve um abalo muito grande e consequentemente o Brasil atravessou talvez a maior crise financeira, política, de emprego e de renda de toda a história com a pandemia.


				
					Otto Alencar diz que foi convidado por Lula para ser candidato ao governo e explica recusa: ‘Estava com meu projeto’

Emmerson José: O senhor falou agora pouco que teve encontro com candidato à presidência da República Lula, mas seu nome foi ventilado fortemente a ser candidato ao governo do estado aqui na Bahia lá atrás. Era uma vontade sua ou o que que houve naquele momento? O senhor achou melhor abrir mão da candidatura do governo para ser candidato à reeleição?

Otto Alencar: Quando eu conversei com o Lula lá no Instituto Lula, em São Paulo, o primeiro convite foi que eu fosse candidato ao governo do estado. Estava eu, Rui Costa, Gleisi [Hoffmann], [Jaques] Wagner e outros deputados. Eu fiz ver ao presidente que a minha proposta, o que eu estava preparado e me condicionei para disputar a reeleição. Isso foi esse ano, foi em março desse ano, você não pode ser convidado de última hora, você tem um projeto, você tem uma proposta, um planejamento, que envolve o seu projeto de política. Então eu disse ao presidente que não era do meu propósito disputar governo. Ele olhou para mim, conversou comigo e disse para eu dar uma pensada. Eu disse: 'não.

Eu vou dizer aqui com todas as letras que realmente sou candidato a eleição para o Senado Federal'. Fui embora para Bahia, cheguei, passou uns três dias me liga. Ele é gente boa o Lula, um cara legal para conversar, ele disse: eu falei com você para você agregar ao governo, mas vou dizer aqui não quero te constranger, não, vá ser candidato do que você quiser mesmo, que eu te apoie. Eu disse que eu era candidato ao Senado e que eu não iria me candidatar a outro cargo. Disse:'meu presidente eu lhe agradeço pela atenção, mas eu realmente sou candidato a Senado'.

Eu estava com meu projeto, com uma programação estabelecida, no senado federal, presidente da Comissão de Assuntos Econômicos. Uma coisa que me chama muito atenção: você falou que eu sou médico, mas todo político tem que ler, tem que estudar, tem que se aprofundar, tem que entender o mínimo possível. Eu digo a você que eu já fui secretário de Saúde, fui secretário da Indústria e Comércio na implantação do polo calçadista, inclusive da Ford. Depois de vice-governador em 2002, ainda fui secretário de Comércio, depois secretário de infraestrutura do Wagner, esse negócio de estrada, de ponte, programa Luz Para Todos. Você se interessa para ler, vai estudar e você termina com muito esforço, correspondendo a expectativa.

Graças a Deus onde eu passei, deixei uma impressão positiva a respeito do meu trabalho, não só como secretário de Saúde, então na verdade passando por todo esse cargo, inclusive fui Conselheiro Tribunal de Contas, não me adaptei, renunciei. Sou o único brasileiro que tem um cargo vitalício, renuncia e volta política no Brasil. Eu comecei lá, depois sair e voltei a política, então eu me considero assim quase que um coringa da gestão pública, não é de nenhuma maneira um autoelogio. Rejeito demais qualquer tipo dessa natureza, mas pela experiência de vida que eu passei é mais ou menos isso.

Emmerson José: As pesquisas já te apontam como um grande favorito às eleições. O senhor já está deitado em berço esplêndido ou está na batalha ainda, e o senhor acha que eleição tem que ir até o final mesmo?

Otto Alencar: A luta é a diária. A Bahia é um estado com uma dimensão territorial muito grande, 417 municípios, eu tenho visitado, esse fim de semana mesmo, eu fui agora a 15 municípios, fizemos o nordeste começando pelo município de Itapicuru, Olindina, Nova Soure, seguimos em frente, terminamos em Salvador. No sábado descemos em Guanambi, fui à

Urandi, na divisa de Minas, depois Pindaí, Candiba, Palma de Monte Alto depois Malhada, na beira do rio São Francisco, e depois Carinhanha na outra margem do rio São Francisco e voltamos aqui à noite, depois fizemos uma carreata. O trabalho continua. Eu quero agradecer a todos que confiam no meu trabalho e também aqueles que estão me apoiando nas lideranças, os deputados, prefeitos, ex-prefeitos, vereadores, mas eu esou de trabalhar. Meu perfil é de trabalhar, me dedicar à causa que eu acredito, aquilo que eu penso, que defendo e vou continuar até o dia 2 de outubro no mesmo ritmo, mas sempre dentro de um padrão de ética, de respeito a todos aqueles que pensam diferente do que eu penso. Eu digo sempre que a política fora de uma Assembleia ou de uma Câmara de vereadores,

Ou de um plenário do Senado Federal ou da Câmara dos Deputados, esses são órgãos de decisão coletivas, não pode prevalecer absolutamente em nenhum desses colegiados o interesse pessoal de cada partido ou de cada pessoa, porque a decisão é sempre por maioria, decisão coletiva, então, eu respeito muito aqueles que pensam diferente do que eu penso, convivo com todos e tenho certeza absoluta que não vai ser e nem será diferente em qualquer posição que eu for chamado, para discutir temas argumentos, ou seja, nunca perder de maneira nenhuma a linguagem parlamentar, uma linguagem que respeite as pessoas, que estão aqui ouvindo ou estão assistindo por um vídeo.

Então esse é o meu propósito, é fazer sempre como eu fiz ao longo da minha vida, que é uma luta muito grande, já passei para esses cargos todos que você falou, fui deputado três vezes, fui presidente da Assembleia Legislativa, fui líder do governo na Assembleia, líder no senado, então a minha experiência me diz que tem uma coisa que é fundamental e eu sigo esse ritmo de nunca perder na política a compostura, o equilíbrio emocional, me mantém mesmo na provocação, porque eu entendo que mesmo provocado você tem que pensar o que a pessoa falou, analisar aquilo e ter pelo menos a condição de contornar situações que às vezes acontece na política com muita veemência.

Na CPI foi assim. Eu na CPI tive ameaça na minha vida, eu desci no aeroporto de Brasília, quando cheguei fora do aeroporto tinha aquele grupo de pessoas que agrediam a gente com palavrão, com agressividade. O meu celular foi o clonado duas vezes na comissão parlamentar de inquérito da Covid-19, então é uma coisa que aconteceu muito.

O Presidente da República levou o Brasil a um tensionamento político contra quem pensa diferente dele de uma forma que eu nunca percebi na história da democracia. De insultos, de agressão. As agressões que o presidente Bolsonaro fez a imprensa, eu assisti ele nominando uma jornalista, uma colega sua, de quadrúpede, mandando calar a boca. Um presidente da República não pode agir assim, ele tem que ser exemplo para o país. Por tanto, o meu comportamento vai ser sempre ético com postura e muito equilíbrio emocional.

Confira abaixo a entrevista completa

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